sexta-feira, 7 de junho de 2013

Um raio cai no mesmo lugar 1,2 milhões de vezes!

Quem disse que não cai? Veja o caso do Lago Maracaibo na Venezuela.


A região testemunha há pelo menos cinco séculos um fenômeno atmosférico que cria uma "tempestade eterna"! O primeiro a registrar (em texto) o fenômeno foi Sir Francis Drake, no século XVI, quando ele empreendeu um forte ataque à colônia espanhola.


Todo ano, são produzidos na localidade cerca de 1,2 milhão de raios, que podem ser avistados a uma distância de mais de 400 quilômetros (por isso, o fenômeno é também chamado de Farol de Maracaibo), entre 140 e 160 noites a cada ano.


As nuvens se formam de maneira vertical praticamente no mesmo ponto, próximo à foz do Rio Catatumbo (e, por isso, o fenômeno é comumente conhecido como Relâmpagos de Catatumbo). As tempestades duram até 10 horas com 280 clarões por hora, criando belos e assustadores espetáculos da natureza.


Outra curiosidade: os clarões normalmente não são acompanhados de nenhum som (ou seja, do trovão), pois as descargas acontecem entre as nuvens, a quilômetros de altura.


E o mais interessante é que não é um fenômeno gratuito - aliás, nada na natureza o é. Esses relâmpagos são os principais geradores de ozônio (senão o único!) que formam a camada protetora do planeta (cerca de 10% do total)! Incrível!


(fotos de Alan Highton via Page not Found e Você realmente sabia?)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Em cartaz

O Festival de Cannes de 2013 acabou recentemente. São muitos anos de cinema, contados por seus cartazes com artes incríveis. Vejam (e cliquem para aumentar):

O primeiro festival teve este cartaz com ilustração de Jean Gabriel Daumerge, mas o evento foi cancelado logo na primeira noite por conta da Segunda Guerra Mundial. A arte também revela que o festival acontecia entre setembro e outubro, no outono francês.

Esses são os dois cartazes de 1946. O primeiro com ilustração de Leblanc, enquadra um pequeno casal ilhado para refletir o espírito do então pequeno evento cinematográfico no sul da França. Do segundo, não consegui referências. E ainda existe um terceiro de A. M. Rodicq.

Internacional desde o princípio, a primeira edição exibiu filmes de mais de 16 países e teve um eclético júri. Depois de ser cancelado em 1948 e em 1950 por problemas de orçamento, o festival transferiu suas comemorações para a primavera para evitar o conflito de datas com o Festival de Veneza.

Cartazes de 1947 (Jean-Luc), 1949 (G. C. Chavane) e
1951 (de A. M. Rodicq com ilustração do Palais Croisette).
Cartazes de 1952 (Jean Don), 1953 (Jean-Luc) e 1954 (Piva).

O grande prêmio era então distribuído entre diversos filmes, não definindo apenas um vencedor. A Palma de Ouro - o mais cobiçado e prestigiado troféu do festival - foi criada apenas em 1955, nas comemorações dos 60 anos do cinema (da primeira exibição pública de filmes realizada pelos irmãos Lumiére). O primeiro vencedor foi Marty, que no ano seguinte levaria quatro Oscars.

Cartaz de 1955 por Marcel Huet.

A segunda metade dos anos 1950 é feita de contornos mais sóbrios, focando a tipografia. Negativos de filme e bandeiras começam a aparecer com mais frequência.

Cartazes de 1956 (Marcel Huet), 1957, 1958 (Pon't) e 1959 (Jouineau Bourduge)

A primeira metade dos anos 1960 são marcados por ricas ilustrações assinadas por diversos artistas frances. Gaivotas, flores e estrelas passam a fazer parte do conjunto de imagens características do evento. A figura feminina das grandes damas e divas também passou a ser referência.

Cartazes de 1960 (Jean-Denis Maillart), 1961 e 1962 (ambos de A. M. Rodicq)
Cartazes de 1963 (Jean-Denis Maillart), 1964 (Jean-Claude Moreau) e 1965.

Depois há um retorno aos trabalhos tipográficos e geométricos, até que a fotografia aparece como experimento no início dos anos 1970.

Cartazes de 1966, 1967 (ambos por René Ferracci), 1968 (Beaugendre) e 1969.
Cartazes de 1970, 1971 (ambos de René Ferracci), 1972 e 1973.

A partir de 1974, o surrealismo torna-se destaque corrente nos cartazes com Georges Lacroix, Wojciech Siudmak e Jean-Michel Folon.

O olho alado de Lacroix.
O tríptico de Siudmak.
O minimalismo surreal do belga Folon.

Entre 1980 e 1990, marca-se o início da tradição do festival de celebrar em suas artes promocionais a história do cinema, aqueles que trabalham na sétima arte o próprio evento em si.

As Marilyns iluminadas de Michel Landi (1980 e 1981).
Ilustrações dos diretores Federico Fellini (1982) e Akira Kurosawa (1983)
e do cenógrafo Alexandre Trauner (1984).
Cartazes feitos pela agência Information & Strategie como tributos a Eadweard Muybridge,
fotógrafo inglês famoso por seus experimentos em captura de movimento (1985 e 1986).
Cartazes de 1987 (Cueco), 1988 (Tibor Timar) e 1989 (Ludovic).
Cartazes de 1990 (Castella Traquandi) e 1991 (Philippe e Pascal Lemoine).

Em 1992, outra tradição no design de cartazes: o uso de fotografia para homenagear personalidades do cinema. Neste ano, Michel Landi utilizou um retrato de Marlene Dietrich - que havia falecido semanas antes do evento - feito por Don English. No ano seguinte, Landi utilizou uma foto de Cary Grant e Ingrid Bergman do filme Interlúdio (Notorius, 1496)

Cartazes de 1992 e 1993.

Depois de dois anos com cartazes de cineastas, a agência DDB Les Arts assumiu por quatro anos, passando pela 50ª edição com um cartaz minimalista para o prêmio principal.

Cartazes de 1994 (Federico Fellini) e 1995 (Ryszard Horowitz).
Cartazes de 1996, 1997, 1998 e 1999 pela DDB.

Pela passagem do milênio, os cartazes foram seguindo as mesmas referências visuais do início: ilustrações incríveis e estudos tipográficos.

Cartazes de 2000 (Lorenzo Mattoti), 2001 (Granger) e 2002 (Guillaume Lebigre).
Cartazes de 2003 (Jenny Holzer), 2004 (agência Alerte Orange)
e 2005 (Frédéric Menant e Tim Garcia, da agência It'suptoyou).

A partir de 2006, um retorno à fotografia, com peças belíssimas nos últimos três anos.

Cartazes de 2006 (Gabriel Guedj, da Agence Magazine, a partir de foto de Wing Shya para o filme Amor à flor da pele, de Wong Kar Wai), 2007 (Christophe Renard, em homenagem a Philippe Halsman, a partir de fotos de Alex Majoli), 2008 (Pierre Collier, a partir de foto da modelo Anouk Marguerite feita por David Lynch) e 2009 (Annik Durban, a partir de imagem do filme L’Avventura, de Michelangelo Antonioni).
Cartazes de 2010 (Annick Durban, a partir de foto de Juliette Binoche feita por Brigitte Lacombe), 2011 (Agência H5, a partir de foto de Faye Dunaway feita por Jerry Schatzberg) e 2012 (Agência Bronx, a partir de famosa foto de Marilyn Monroe tirada por Otto L. Bettmann).
Cartaz deste ano feito novamente pela agência Bronx, utilizando o beijo de Joanne Woodward e Paul Newman em Amor daquele jeito (1963).

Ainda falta muita informação sobre algumas peças, principalmente o significado delas, mas é um acervo absolutamente incrível. Espero que isso desculpe minha ausência na última semana...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Tá na cara que estragou!

O filme!
Vejam que bacana: uma pesquisa da Escola Politécnica (Poli) da USP criou um novo tipo de filme biodegradável (feita de fécula de mandioca!) para alimentos, capaz de mudar de cor quando o produto começa a se deteriorar, indicando aos consumidores que está impróprio para o consumo. A ideia é criar uma nova funcionalidade nas embalagens, além da proteção do produto: uma embalagem inteligente (smart package).

A mudança de cor!
Na elaboração do filme foi adicionada a antocianina, um pigmento natural responsável pela ampla gama de cores (azul, violeta, vermelho e rosa) na maioria das flores e dos frutos. Essa substância altera sua cor (de avermelhado para acinzentado) quando há mudança no pH do produto, o que acontece durante o processo de deterioração de vários alimentos.

Além de ser resistente e proporcionar selagem térmica (características já comprovadas em laboratório), o filme pode ser confeccionada em forma de bolsa. Mas ainda faltam alguns testes para ser produzido em escala industrial.

O que de melhor enxergo nisso tudo é o homem conseguindo encontrar na natureza soluções para seu cotidiano consumidor que reduzem o impacto sobre a própria natureza.
(via Agencia USP)

domingo, 26 de maio de 2013

Faltam 2 meses...

terça-feira, 21 de maio de 2013

Dançando entre a arte e a massificação

Três anos depois do belíssimo Thought of You, Ryan Woodward foi convidado pela Globo para fazer a abertura da nova novela das 21h, Amor à Vida. Um casal dança lindamente enquanto conhecidas paisagens de São Paulo - a Ponte Estaiada, o Oca (dentro do Parque do Ibirapuera), o prédio da FIESP, a Avenida Paulista, o Estádio do Pacaembu e o Edifício Copan - servem de cenário, ao fundo. Veja aqui.


A equipe de Woodward seguiu o processo anterior: filmou um casal real dançando e criou as animações a partir das imagens adquiridas. Para embalar essa dança, a canção escolhida foi uma releitura de "Maravida", música de Gonzaguinha, na voz do cantor Daniel.


Bom... não gosto (mais) de novela. Entendo sua particularidade e necessidade cultural, mas acho um subaproveitamento de informação e de função social. Ainda não sei se fico feliz pela emissora ter levado ao público de massa um trabalho tão interessante quanto o de Woodward, ou se fico inconformado em saber que os brasileiros só vão lembrá-lo pela abertura da novela.

Por essa razão, faço questão de colocar novamente o sensacional Thought of You: