Vi esse post do designer João Faraco, no blog Caligraffiti, em 29 de agosto, e achei fundamental colocar aqui:
Estação de metrô de Washington (EUA) em uma manhã fria de janeiro de 2007. Um homem tocou violino por cerca de uma hora. Durante esse tempo, cerca de 2 mil pessoas passaram pela estação, a maioria deles no seu caminho para o trabalho.
Após três minutos, um homem de meia idade percebeu que havia um músico tocando. Ele diminuiu o passo e parou por alguns segundos e, em seguida correu para cumprir sua agenda... Quatro minutos depois, o violinista recebeu seu primeiro dólar: uma mulher jogou o dinheiro no chapéu e continuou caminhando. Pouco depois. um jovem encostou na parede para ouvi-lo, mas logo olhou para o relógio e começou a andar novamente. Dez minutos depois de ter começado a tocar, o violonista foi apreciado por um menino de 3 anos, mas sua mãe puxou-o junto às pressas. O garoto parou para olhar para o violinista novamente, mas a mãe pressionou a criança que continuou a caminhada, virando a cabeça o tempo todo. Essa ação foi repetida por vários outros filhos. Todos os pais, sem exceção, forçaram seus filhos a passar rapidamente.
O músico tocou continuamentem por uma hora. Apenas seis pessoas pararam e escutaram por algum tempo. Cerca de 20 deram dinheiro, mas continuaram andando. O homem reuniu um total de US$32. Ao terminar de tocar, o silêncio tomou conta. Ninguém notou. Ninguém aplaudiu, nem houve qualquer reconhecimento.
O violinista era Joshua Bell, um dos maiores músicos do mundo. Ele tocou uma das peças mais complexas de Bach, com um violino de US$3,5 milhões. Dois dias antes, Joshua esgotou os assentos de um teatro em Boston, com convites a partir de US$100. Esse evento foi organizado pelo Washington Post como parte de um experimento social sobre a percepção, o gosto e as prioridades das pessoas, levantando questões como: em um ambiente comum em uma hora imprópria, percebemos a beleza? Paramos para apreciá-la? Reconhecemos o talento em um contexto inesperado? Uma das conclusões foi que provavelmente estamos perdendo muito em nosso cotidiano por não termos mais tempo de apreciação.
João ainda termina o post com uma excelente frase que ele ouviu do designer americano Joshua Davis: É difícil enxergar o seu ambiente quando você está no seu ambiente. Procure o visível invisível.
Reflitamos bastante sobre isso. Mesmo.
Ps.: Valeu por compartilhar esse post, Michel!
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