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segunda-feira, 7 de março de 2016

Deuses do Egito

Vi Deuses do Egito (Gods of Egypt, 2016) nesse fim de semana e posso afirmar: não gaste tempo ou dinheiro. Talvez... se passar na Temperatura Máxima, Sessão da Tarde ou Supercine...

Mitologicamente tem erros e acertos, mas o ruim do filme em si mascara o que tem de bom nos deuses. Bom... crítica mais desenvolvida no meu blog Mito+Graphos.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ponte de Espiões

Neste último fim de semana, mergulhei em filmes de espionagem na telona: Ponte dos Espiões (Bridge of Spies, 2015) e 007 contra Spectre (007 Spectre, 2015). Vou começar pelo segundo já que o título da postagem é homônimo ao primeiro.

O novo filme do espião mais famoso do mundo é um retorno às histórias clássicas, com direito à organização criminosa e capanga super forte. Mas entenda: Daniel Craig não é o clássico James Bond. Ele não tem o charme que se supõe ao personagem. Mesmo em cenas quentes, ele não convence. Seu biquinho não convence. Seu jeito brucutu faz com que esperemos um filme de ação e não é exatamente o caso desse filme. Claro que temos ação, mas nada significativo. Como eu disse, esse filme traz de volta a espionagem, a busca pelas informações. Aliás... falando em informação, em 1997, Pierce Brosnan (um Bond beeeeem mais charmoso) enfrentou um império midiático (em O amanhã nunca morre / Tomorrow never dies), já nos alertando que essa Era da Informação que vivemos tem um lado bem perigoso.

O filme é até bacana no geral, mas previsível. Tem poucas reviravoltas na tentativa de amarrar todos os filmes de Craig, mas desde o início suspeitamos de tudo que realmente irá acontecer depois, mesmo as incoerências que sempre estiveram presentes em filmes do espião. As atuações também não ajudam em nada: Waltz fraco e repetitivo; Monica Belucci deve estar se perguntando porque quis ser uma Bond girl; Dave Bautista nem fala; e Léa Sedoux tenta ser Eva Green, mas também não tem o charme para tal. O séquito de Bond também nada diz, nem Fiennes nem Naomi Harris. Salve Sam Smith com uma música que pode ganhar mais um Oscar para o espião.

E o que esperar de um filme de espião com Tom Hanks sendo dirigido por Steven Spielberg? Tudo, né? Então... mas não espere tanta espionagem assim. É um filme de advogados, leis e negociações diplomáticas na época inicial da Guerra Fria. Tom usa todo seu carisma e fama de bom moço para se tornar um herói honesto, justo que luta pela Constituição americana e os verdadeiros direitos humanos. Você quer que ele se dê bem (e é óbvio e previsível que isso acontece).

E como Tom é o único ator realmente significativo em uma história de raso entendimento, o destaque vai - infelizmente - para a realidade contextual do filme. As cenas do Muro de Berlim são as mais pesadas, de sua construção às filas e assassinatos. Saber que fomos capazes disso tira a surpresa dos últimos atos terroristas. Nós somos maus. Tão maus que a bondade de Tom Hanks chega a incomodar por ser quase ingênua. Mas não é um filme maniqueísta, com bem versus mal. O que mais vemos são inúmeros cinzas, inclusive na coloração do próprio filme.

Comparando... são dois filmes longos demais, previsíveis demais. Um com mais ação e o outro com mais tensão. Ainda estou esperando um filme de espião não previsível com agentes duplos, reviravoltas e final aberto sem vitórias.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Festa no céu

A morte é um fato inexorável. Mas somos tão apegados que a ausência e a perda nos tira do eixo. As diversas culturas deste mundo tentam dar explicações que possam amenizar esses sentimentos duros, a maioria falando de um além-vida maniqueísta, onde ou você foi bom em vida e vai para um tipo de paraíso ou você foi mal e irá sofrer pela eternidade. E ainda tem aquelas que falam numa reencarnação punitiva.

Mas o México tem um outro jeito de lidar com isso. A animação Festa no Céu (The book of life, 2014) nos conta que os mexicanos separam o outro lado nos Lembrados e os Esquecidos. Por mais previsível que seja o enredo da animação - triângulo amoroso que todo mundo sabe como vai terminar -, a mensagem é interessante: faça de tudo para ser lembrado em vida positivamente e você viverá em festa! É preciso rever o passado, mas não segui-lo à risca, pois cada um tem sua própria a história a escrever.


Quero conhecer mais sobre o Dia de los Muertos: o dia que não se lamenta as perdas, mas se celebram às vidas! Muitas cores vibrantes transformam o ícone sinistro da caveira num estilo visual único. Aliás, a animação tem um estilo de bonecos de madeira que o torna ainda mais incrível. Um frescor no meio de tantas animações relativamente iguais, que vale a pena ser visto.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Um quarteto nada fantástico

Críticas pesadas acompanharam o novo filme do Quarteto Fantástico (Fantastic 4, 2015) desde o momento de sua concepção até sua estreia. Claro que isso fez com que minhas expectativas estivessem lá embaixo para encará-lo no cinema. E olha... é ruim mesmo.

Sinceramente não gosto do grupo nos quadrinhos (julguem-me), mas não posso negar a importância e o potencial cinematográfico da "Primeira Família". Já tiveram um primeiro filme que foi escondido pela Marvel e dois filmes recentes que apelaram para um jeitão pop-infanto-juvenil. O novo filme se inspira em um universo paralelo que a editora construiu nos quadrinhos com certo sucesso para um público jovem, mas que altera alguns princípios básicos do original. E foi essa liberdade que a Fox usou para também mudar sua história, colocando inclusive um personagem negro no grupo. Mas eu não quero ser tão purista... O filme é ruim porque é mau escrito!

Perde-se tempo demais construindo a máquina que vai transformá-los numa tentativa vã de aprofundar os personagens e recontar a origem. Mas nada acontece. Mesmo que Miles Teller e Kate Mara sejam fisicamente perfeitos para o papel, tudo fica rasteiro, superficial, sem propósito. Ou você acha que qualquer ferro-velho tem um conversor de energia assim dando sopa? Ou que você, num momento, sofre pra usar seus poderes e, no momento seguinte, você vira um ninja? E o que falar de um Coisa sem as calças e de voz fina?


Porém... volto a ser purista pra dizer: pena mesmo eu tenho do Dr. Destino. Ele já foi um empresário rico que ganhou poderes elétricos e se transformou numa estátua de metal. Agora ele é um escrotinho sem qualquer motivação. Será que as pessoas envolvidas nesses filmes não leem mais de 60 anos de histórias? Victor Von Doom não é maligno por ser mauzinho. Ele tem uma história de dor, tristeza e vingança que o deixaram amargurado, capaz de fazer qualquer coisa (mesmo!) para recuperar sua mãe. Dessa vez conseguiram não só matar o personagem no fim como reduzi-lo a um vilão insignificante. Detalhe: nos quadrinhos atuais, Dr. Destino está sendo responsável por uma das maiores reformulações da editora...


Vendo os filmes que a própria editora anda fazendo (Vingadores, Capitão América, Homem de Ferro, Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga etc etc), pedimos encarecidamente que a Fox devolva os direitos do Quarteto a Marvel. Aliás, fico pensando que, mesmo conseguindo fazer bons filmes dos X-Men, eu adoraria que os mutantes estivesse nas mãos da Casa das Ideias...

sábado, 1 de agosto de 2015

Cartazes para o novo herói

Vamos ver alguns cartazes bacanas feitos para o filme do Homem-Formiga (Antman, 2015)?


Não descobri quem fez, mas veio do Facebook brasileiro da Marvel.

domingo, 19 de julho de 2015

Grande diversão, pequenas expectativas

Olha... se você quer ler uma boa crítica sobre o filme, vá até o Hollywoodiano, pois meu amigo Otávio escreveu basicamente o que achei do filme. Mas farei alguns acréscimos, porque achei o filme 3,5 e não 3,0 como ele pontuou.

Primeiro, preciso dizer que tem sido quase impossível continuar com minha estratégia de não ver trailers de filmes que desejo ver. Aliás... não podia ser pior o momento para manter essa decisão: não vi nada do Batman vs. Superman, do Esquadrão Suicida, do Deadpool ou do novo Star Wars!!! Só a Força mesmo pra me ajudar... Além disso, fugir dos memes que circulam constantemente nas redes sociais é uma tarefa árdua (sim... já sei que tem gente que vai sangrar).

Você pode se perguntar "por que você faz isso?". A resposta é bem simples: quero ser surpreendido. Hoje em dia vive-se uma guerra de spoilers. Os trailers já apresentam o fim do filme e ainda mostram as melhores frases e cenas. Quando o filme estreia, ainda somos bombardeados por críticas que elevam ou reduzem suas expectativas.


E isso aconteceu com Homem-Formiga (Ant-man, 2015). Venho acompanhando a saga desse filme desde o primeiro roteiro, passando pela demissão do tão amado diretor;/autor até o descrédito da mídia. A contratação do comediante Paul Rudd para o papel principal - confesso - não me ajudou a querer o filme. Mas aos poucos você vai entendendo que tudo tem um porquê. A demora na saída do filme (e uma das razões da saída do diretor) teria sido a coerência do Universo Cinematográfico da Marvel, ou seja, o Homem-Formiga precisava fazer sentido. E fez. Fui ao cinema achando que veria um filme só pra fãs, mas vi um filme bem divertido. As referências ao novo filme dos Vingadores (e até às séries Agents of Shield e Agent Carter) são inúmeras e bem legais, mas até podemos questionar a necessidade de algumas delas.

Preciso destacar alguns pontos, então:

  • Paul Rudd me enganou, assim como Chris Evans fez quando foi escalado para ser o Capitão América. Ambos vieram de comédias, mas conseguiram mostrar ao que vieram. Rudd ainda teve o caminho facilitado pelo tom menos sério de seu filme e pela ajuda de Michael Douglas e Evangeline Lilly. É a melhor atuação do ano? Longe disso, mas nada como uma expectativa baixa para você ver alguma coisa com bons olhos.
  • Talvez o tom de exército com tecnologia tenha sido demais, mas o uso das formigas foi bem bacana. Não me lembro desse uso tão específico nos quadrinhos, que costumam tratar um formiga como se todas fossem iguais.
  • A cenas das fofocas... mesmo que você odeie filmes de super-heróis e deteste esse filme no fim, eu garanto que você terá se divertido com as cenas que Michael Peña (outro destaque do filme, por sinal) espalha uma fofoca. Impagável. Sério, não me lembro de ter visto uma solução tão interessante para essa tipo de cena.
  • O combate final no meio de um trenzinho de brinquedo é muito boa. Não por causa das explosões ou lutas de artes marciais como se espera, mas pelo non-sense do mundo diminuto vs. o mundo real. Se você viu o trailer acima, você verá uma das cenas dessa luta e entenderá não só como deve ser boa essa luta como também o porquê de não ver trailers. Será que eu teria a mesma sensação se tivesse visto o trailer antes? Com certeza não.

Por causa disso aí em cima, que discordei da nota do Hollywoodiano e da indicação de um filme esquecível. A cena de fofoca e a luta no trenzinho não serão esquecidas e me fizeram dar o meio ponto a mais.

Vamos passar rapidamente para o herói dos quadrinhos que possivelmente só será conhecido pelo grande público agora. O Homem-Formiga é, na verdade, um dos fundadores dos Vingadores! Ele e sua esposa Vespa estavam do lado de Hulk, Homem de Ferro e Thor quando eles encontraram o corpo congelado do Capitão América. Hank Pym é considerado uma dos maiores cientistas da Marvel, porém, sua cabeça é um pouco perturbada. Tanto que num surto, desenvolveu outra personalidade e uniforme: o Jaqueta Amarela. Pym também inverteu seus poderes: foi tanto o Homem-Formiga quanto o Gigante, quando usava suas partículas Pym para ficar enorme (será que veremos isso na telona? É possível, hein!). Hope não existe nos quadrinhos (ainda).

E Scott Lang existe também. Ele realmente era um ladrão que entrou na casa de Pym e roubou seu traje. Aproveitou suas novas habilidades para se tornar um ladrão melhor e queimar o filme de Pym. O fim da história é o semelhante ao criado no cinema: Scott vira herói por sua filha, Cassandra - que no futuro se torna a heroína Estatura (um futuro para a fase 616 da Marvel no cinema?). Já Darren Cross é sim um inimigo de Lang, mas nunca o Jaqueta Amarela.

É isso. O título desse post meio que resume tudo. Não vi em 3D e acho que não precisa, mas deve ser bem legal ver as cenas reduzidas (e até subatômicas) em três dimensões. A Marvel vem acertando par os fãs e conseguindo atingir um público maior. Espero que continue nesse ritmo, pois um viciado por quadrinhos como eu só tem a agradecer por estar vivo nesse momento. :)

PS.: E não esqueçam das DUAS cenas pós-créditos. A primeira era de se esperar e vai animar todos os fãs que esperam cada vez mais ansiosos pelo terceiro filme dos Vingadores com uma penca de heróis. A segunda cena serve para ligar ainda mais o Homem-Formiga ao universo criado, colocando o herói como parte importante da guerra civil heróica que será estabelecida no próximo filme do Capitão América.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Eu, robô vingador

Pra falar do filme Vingadores: Era de Ultron (The Avengers: Age of Ultron, 2015), tentarei fazer uma postagem semelhante a que fiz para o sensacional primeiro filme.


Depois do espetáculo que foi o primeiro filme, a expectativa para a sequência só aumentou. Todos queriam ver mais... mas não mais do mesmo. Se pegarmos o roteiro dos dois filmes, eles são praticamente iguais. O problema é que tudo no primeiro filme era novo e surpreendentemente bom e agora nada foi acrescentado. Sim... é outro vilão e novos personagens são introduzidos, porém, o que importa neste é o desenvolvimento das relações entre os personagens (as pessoas e não os heróis) que já nos são familiares. Acaba sendo um filme para fãs ou dos quadrinhos ou de toda essa saga do cinema e da TV.

Bom... a partir de agora, comentários mais detalhados com spoilers.

ANTES DO FILME
Esse filme encerra a Fase 2 da Marvel no cinema, que teve Thor: O mundo sombrio, o ótimo Capitão América: O soldado invernalHomem de Ferro 3 e o incrível Guardiões das Galáxias. Se você não viu nenhum deles (o que eu acho impossível), você não vai ficar perdido, mas com certeza ficará sem algumas informações. Aliás, acompanhar a série Agents of S.H.I.E.L.D. e o spin off da Agent Carter também seria uma boa. O mais importante é a cena pós-créditos do segundo filme do Capitão, pois ela meio que apresenta a trama deste.

A HISTÓRIA
Joss Whedon dessa vez teve que se preocupar em trabalhar a dinâmica entre novos e velhos personagens, pois agora temos todos os Vingadores já conhecidos mais Máquina de Combate, Falcão, Feiticeira Escarlate, Mercúrio e Visão. No entanto, isso atrapalhou um pouco o enredo em si. Em vários momentos, o filme foca em um deles enquanto tem um monte de coisa acontecendo e acaba deixando uma sensação de que o filme voltou alguns minutos para contar outro lado da história. Ao invés do Tesseract, o objetivo agora é o Cetro de Loki, sumido desde o primeiro filme (nas mãos de Strucker, como visto em Capitão América 2) e que descobrimos ser muito mais (quem prestou atenção no filme galáctico já sabia). Na tentativa de salvar a todos, Tony Stark e Bruce Banner acabam criando a inteligência artificial Ultron, que perverte os ideias heroicos em busca da extinção da humanidade. Pelo menos, dessa vez, quase ouvimos o Avante Vingadores no fim!

CAPITÃO AMÉRICA
Seu segundo filme foi tão interessante, que ele deixou de ser a ponta fraca. Começou a assumir a posição de liderança que lhe cabe e talvez tenha as melhores cenas de combate, principalmente, quando faz dupla com Thor. Achei muito bom dar destaque para o dispositivo magnético que atrai o escudo para seu braço, porque não há explicação nos quadrinhos para isso. No fim, parece que ele irá assumir não só a liderança definitiva do grupo como terá um papel de destaque na nova S.H.I.E.L.D. (se é que isso ainda existe).

VIÚVA NEGRA
Talvez seja o personagem que mais se perdeu num excesso de vulnerabilidade. Mesmo com algumas cenas de ação, parece que jogaram o papel feminino para a convencional parte das emoções. Muito amorzinho com Bruce Banner, algo jamais retratado nas HQs. Ela ainda parece se preocupar com o gigantismo dos poderes de seus aliados, mas isso fica melhor retratado no Gavião.

GAVIÃO ARQUEIRO
Pois é... o Gavião ganhou mais presença nesse filme porque ele não deve continuar daqui pra frente. Só que não acho que a atenção dada tenha sido a correta. O discurso de ser um homem de arco e flecha no meio de deuses é muito bom, mas virar um homem de família que precisa ter um momento paternalista com os novos heróis ficou forçado. A relação com a Viúva virou parceria antiga de combate, quando deveria ser quente. Sua ex-esposa Harpia está na série de TV, mas parece não ter qualquer ligação com esse Gavião. E quem é Laura Barton com quem tem três filhos?

HULK
As ótimas cenas do Hulk no primeiro filme fizeram com que todo mundo pedisse um novo filme solo do herói (que não deve acontecer por problemas de direitos autorais), mas dessa vez tivemos mais nuances para Banner do que para o monstro verde. Vemos não só o lado inteligente do cientista como suas dificuldades emocionais. Quando o Hulk se enfurece e destrói tudo pela frente, vemos o lado que aterroriza Banner. Aliás, essa parte do filme é talvez a mais interessante porque a armadura Hulkbuster e Veronica dão um show a parte.

THOR
Thor é o Thor. Ele é um deus. Como já disse, suas cenas de ação com o Capitão são as melhores. Mas não se tem muito a acrescentar aqui. A brincadeira com o martelo é bem divertida, mas seu sonho com Heimdall e o Valhalla o leva para um caminho sem nexo. O fato dele conhecer as Jóias do Infinito até faz sentido, porque ele entende dessas coisas dimensionais/galácticas, mas precisar de um banho hipnótico e saber tudo sobre a criação do Visão ficou bem esquisito

HOMEM DE FERRO
Tony ainda é o protagonista, mas agora seu Homem de Ferro é secundário. Ele vem progredindo para paranoia total: da mudança de vida no primeiro filme solo, passando pelo estágio de milionário que quer privatizar a segurança mundial no segundo, até o medo de alienígenas que o fez criar várias armaduras (vistas em seu terceiro filme) e pensar agora em Ultron. Seu intelecto cria Jarvis e - consequentemente - o Visão. Só ele foi capaz de solucionar a cidade/meteoro voadora que Ultron usou como arma. Mas suas boas intenções foram responsáveis pelo mal e serão as prováveis razões do terceiro filme do Capitão América (Guerra Civil), pois eles precisam tirar as diferenças que existem desde o primeiro filme e se ampliaram nesse.

VISÃO
Foi preciso mudar a origem dos quadrinhos para o cinema, mas fez todo o sentido... aliás, a explicação da gema na testa ficou até melhor. Sua ligação com Ultron é realmente forte, porém seus poderes são mal explicados. Que raio é aquele da gema se ela é a Joia da Mente? Como ele faz aparecer do nada uma capa nas suas costas e ainda muda de cor? Como ele muda a densidade de seu corpo? Nos quadrinhos também não se explica, mas no filme precisava. Sorte que a personificação do herói ficou excelente, azar que apareceu pouco. Paul Bettany sempre foi a voz de Jarvis e agora é um novo e poderoso vingador.

FEITICEIRA ESCARLATE E MERCÚRIO
Aprimorados? Ok... eles não podem ser mutantes por questões de direitos, mas será que eles não poderiam ser Inumanos, agora que eles o são nos quadrinhos e a série de TV já fala nesses personagens? Isso acabou alterando o aparecimento deles no Universo Marvel e criando um elo de ligação superficial com Stark. Bom... tirando isso vamos falar de cada um. Primeiro, Mercúrio. Esse personagem é um grande imbróglio cinematográfico, pois ele faz parte tanto do nicho mutante quanto do nicho Vingadores. Por essa razão, Mercúrio esteve no último filme dos X-Men e está nesse... e provavelmente, também por essa razão, que ele não vai longe aqui. Aliás... Aaron Taylor-Johnson é subutilizado. Seus poderes são muito interessantes pra telona (vide sua única cena no filme dos X-Men) e poderiam oferecer muito mais. Então, fica claro que a confusão autoral determinou sua presença (e fim).

Já a Feiticeira Escarlate precisou ter seus poderes reduzidos para não ser a superpoderosa dos quadrinhos. O que foi bom... só que agora ela se aproxima (e muito!) da Jean Grey, com poderes telepáticos e telecinéticos. Até a cor dos poderes se assemelha! Achei boa a atuação de Elizabeth Olsen. Sabemos que ela terá futuro na franquia e espero que haja um desenvolvimento da sua relação com o Visão, pois já vimos um pequenino vislumbre aqui.

S.H.I.E.L.D E A HIDRA
Ainda não sabemos se a organização existe. A série de TV pretende resolver essa questão, mas não resolve. Coulson não aparece, mas Maria Hill trabalha para Tony e Fury volta com força total... com direito a porta-aviões e tudo! No fim, além da Torre dos Vingadores, vemos um novo QG, onde parece que a organização irá se reestabelecer com os novos Vingadores em treinamento. Já a Hidra parece fadada ao passado. Até mesmo a série de TV que repercutiu o segundo filme do Capitão, já mudou o foco. A morte simplória do Barão Strucker é a prova disso.

MÁQUINA DE COMBATE, FALCÃO, HEIMDALL, AGENTE CARTER E DR. SELVIG
São algumas participações que temos. Don Chadle faz do Máquina de Combate o antigo e divertido Homem de Ferro. O Falcão de Anthoy Mackie poderia ter feito parte do combate final, porém, no fim, vemos que elevou seu status na franquia. Heimdall (Idris Elba) e Peggy Carter (Hayley Atwell) são somente sonhos/pesadelos, mas mostram a força dos contratos e dos filmes. Só o Dr. Selvig (Stellan Skargaard) poderia ter ficado de fora, pois entrou numa trama que foi editada e perdeu intensidade.

ULTRON
E finalmente chegamos no único vilão do filme. Tudo em Ultron se aproxima muito com os quadrinhos, desde o design às motivações. Só a origem precisou ser alterada, assim como o Visão. Nos quadrinhos, ambos foram criados por Hank Pym (que será visto de outro jeito no filme do Homem-Formiga, fase 3 da Marvel) e agora Tony Stark é o pai (e Banner a mãe... rsrsrs). Mas isso não altera o quanto o vilão é terrível. Sua capacidade de espalhar seu controle/mente para outros construtos robóticos deixou seu ataque igualzinho ao filme Eu, Robô (I, Robot, 2004), com Will Smith. A ideia da cidade/meteoro é até boa, mas achei grandiosa demais... talvez códigos nucleares fosse cliché, mas alguém capaz de intervenções digitais poderia fazer muito mais.

Agora preciso destacar James Spader, o responsável pela voz e algumas expressões da inteligência artificial do mal. Como sou fã da série The Blacklist, sou absolutamente encantado pela atuação de Spader. Com isso, é fácil enxergar seus trejeitos de atuação e seu tom de voz intimidador. E isso é bom. Ultron se torna um robô com vida, com alma.


WAKANDA
Resolvi fazer essa parte sobre Wakanda por conta de sua importância nos quadrinhos. Além de ser o país africano responsável pelo vibranium (metal do escudo do Capitão América que Ultron consegue roubar), Wakanda é o local de origem do Pantera Negra, herói que terá sua adaptação cinematográfica em breve. Este filme também apresenta Ulisses Klaw, interpretado por Andy "Gollum" Serkis, o contrabandista de vibranium que se tornará o Garra Sônica, um dos arquiinimigos do Pantera Negra. O braço cortado por Ultron já dá o caminho e a presença de Serkis pode significar um vilão feito de puro som.


Acho que é isso. É inferior ao primeiro pela falta de surpresas, porém superior em grandiosidade (afinal tivemos uma cidade africana e uma do Leste Europeu totalmente destruídas). Talvez seja uma questão de profundidade, pois esse, mesmo recheado de ação, é bem mais denso e dramático (nem tanto...). Porém, pode ser também uma Síndrome de Filme do Meio, aquele que tem uma trama fechada mas tem mais valia como ligação entre o início e o fim de uma saga.

É um bom filme por nos dar o que já esperávamos. A cena pós-créditos nos dá a direção a seguir e mantém as expectativas altas.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Fora do Oscar com: GRANDES OLHOS

Mesmo sendo um interessado pela arte, confesso: não tinha ouvido falar em Walter e Margareth Keane. E ainda não me recordo de ter visto qualquer pintura de criança com olhos grandes antes de ver o filme Grandes Olhos (Big eyes, 2014) que conta a história do casal. Dirigido por Tim Burton e tendo Christopher Waltz e Amy Adams nos papéis principais, era de se esperar um bom filme. Acontece que sem uma boa história fica difícil fazer um filme.

Chega a ser ruim? Não, mas está mais pra filme de televisão do que uma obra cinematográfica. Definitivamente não parece um filme de Tim Burton e Christopher Waltz parece estar uns 10 tons acima do nível, porém, sendo uma biografia de uma artista ainda viva, acredito que ele tenha recebido algum feedback. O filme chega a ser mais um manifesto feminista ("atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher" é talvez a moral do filme) do que um conto sobre arte.

Eu sou daqueles que acho toda arte válida se dentro de um contexto, motivação e técnica adequados, então... valeu por me apresentar uma nova artista (da qual preferi as obras posteriores a la Modigliani), ainda que alguns digam que ela disputa com Romero Britto qual é o mais brega.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: O ABUTRE

Eu costumo ficar com raiva quando percebo que estou preso no trânsito porque tem um acidente ou um veículo enguiçado e os outros carros passam devagar pra ver se tem algum morto. Chamo essas pessoas de "coveiros", que querem enterrar o morto e - é claro - tirar uma selfie ou fazer um vídeo que até Warhol ficaria indignado. O Abutre (Nightcrawler, 2014) é um filme que abre o jogo e fala da indústria jornalística por traz disso, que precisa do lado negativo do mundo. Faz-nos questionar sobre a história circular do Tostines*: afinal, é a TV que só mostra coisa ruim e são os espectadores que só querem ver coisa ruim? Vai... se pergunte agora e tente responder. É um nó certo na cabeça e na garganta.

Ao contrário de muitos filmes que vi e não fiquei com vontade de escrever, esse filme não apareceu aqui por falta de tempo. Ele tem uma barriga**, mas é bem interessante. A atuação de Jake Gyllenhall está impressionante e merecia uma indicação, mas seus concorrentes mereciam mais (não vi Brandon Cooper, mas se fala como se fosse a melhor da carreira dele). A sumida Rene Russo também aparece muito bem e... sinceramente? Não me matem, mas merecia estar no lugar de Meryl Streep no Oscar de triz Coadjuvante. Só foi indicado para Roteiro Original e até poderia levar, mas algo me diz que a Academia não gostou dessa exposição negativa da mídia.

* Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?
** Barriga em um filme é quando ele fica longo e lento no meio, com cenas que poderiam certamente ser reduzidas ou subtraídas.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: O GRANDE HOTEL BUDAPESTE

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, 2014) foi outro filme que não tive vontade de escrever aqui. Wes Anderson não se envolve em filmes simplórios. Sempre tem uma história com muitos personagens para contar, mas nunca me interessei. Só que esse filme tem esse elenco: Ralph Fiennes, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Tilda Swinton e mais um monte de gente! Tinha que ir...

Mas não me pegou. História confusa, situações esquisitas (surreais) e muitas cenas (e personagens desse mega elenco) desnecessárias. Sei lá... Não sei o que levou a ser indicado para nove categorias do Oscar: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original, Trilha Sonora, Direção de Arte, Fotografia, Maquiagem, Figurino e Edição. Acredito que tem grandes chances em prêmios técnicos como Direção de Arte e Fotografia, mas, se foi um dos mais indicados, deve ter algo encantador para a Academia.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: INTERESTELAR

Após ver a Terra quase sem reservas naturais e a humanidade morrendo de fome e de uma praga respiratória, um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper (Matthew McConaughey) é chamado para liderar o grupo e aceita a longeva missão sabendo que provavelmente nunca mais verá sua filha Murph (Mackenzie Foy e Jessica Chastain). Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha investirá numa própria jornada para também tentar salvar a população do planeta.

Essa é a premissa de Interestelar (Interstellar, 2014), filme de Christopher Nolan, diretor considerado visionário depois de A Origem e da reformulação do Batman. Somos arrebatados por interessantíssimas questões sobre a ação da gravidade sobre o tempo. Temos buracos negros, novos planetas e muito a se pensar sobre o universo e nosso lugar aqui. Mas fica algo no ar... como se não soubéssemos aonde o filme quer chegar. Mas Nolan nos dá um fim. Um final tão interessante e questionador que muito compararam o filme a obra-prima de Kubrick, 2001: Um odisseia no espaço (2001: A space odyssey, 1968).

Só que Nolan que responder as perguntas. Ele não conseguir deixar pontas soltas para que nós meros mortais pensássemos. E aí... sua explicação é ruim. Muito ruim. Usar o tempo como desculpa para uma humanidade evoluída que consegue viver em outras dimensões fez sentido no filme, mas não na realidade. Concorre a vários Oscars técnicos (Direção de Arte, Trilha Sonora, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais) e deve levar alguns, mas tirou da gente a liberdade de pensar, filosofar e imaginar, nos dando uma resposta tosca e fraca. Pena. Ficou atrás até de Gravidade, inclusive no design de cartazes.

Ao Oscar com: GAROTA EXEMPLAR

Já vi Garota Exemplar (Gone girl, 2014) há séculos, mas realmente não achei digno de comentar. É MUITO RUIM! Foi tanta crítica positiva por causa do Ben Affleck e do diretor David Fincher que minhas expectativas se elevaram.

O primeiro terço do filme, onde se constrói o thriller, é interessante e intrigante. Faz a gente prestar atenção em todos os detalhes pra tentar determinar o que aconteceu. Só que aí... a gente fica sabendo tudo! E tudo é sem pé nem cabeça! Num mundo que já vivenciou 15 temporadas de CSI não dá pra ser tão complicado identificar digitais e DNAs. Fora isso... que homem idiota é esse? O papel de Affleck é irreal. O mundo do filme é surreal. Se ele existe, eu tô fora dele.

Rosamund Pike recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, mas é impossível ganhar. Até acho que ela evoluiu bastante, mas Julianne Moore deve levar fácil fácil a estatueta.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: CAMINHOS DA FLORESTA

A indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pela bruxa de Caminhos da Floresta (Into the woods, 2014) é a DÉCIMA NONA de Meryl Streep, que continua sendo a intérprete mais indicada da história, tanto entre atrizes quanto atores. Isso somado ao fato de eu ser fã dessa mulher e ao elenco estrelado (Johnny Depp, Chris Pine e Emily Blunt) me levaram para ver essa adaptação do musical de 1987 da Broadway na telona. E que arrependimento! Ruim demais!

Estou até agora me perguntando o que levou Streep a fazer isso. O fato de ter sido indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante coloca em cheque a qualidade das atuações no ano. Se ela ganhar, colocará em cheque a credibilidade do prêmio. E o que fez Depp aceitar um papel mínimo e ridículo como o Lobo? Fico achando que a tentativa era de alavancar Anna Kendricks e colocar Daniel Huttlestone (o João-Pé-de-Feijão, que esteve em Os Miseráveis) e Lilla Crawford (a chatérrima Chapeuzinho Vermelho) como expoentes do cinema musical. A canastrice forçada (ou não) de Chris Pine rende o melhor momento do filme: na cachoeira com seu irmão sem nome, disputando o posto de brega sofredor.

Os contos de fadas que conhecemos já são uma releitura romântica dos reais escritos pelos irmãos Grimm. Agora existe uma onda de "desconstrução para o século 21" que não sei se está dando certo. Tipo... você sabia que existe um movimento virtual contra o filma da Bela Adormecida e da Branca de Neve porque elas aceitam ser beijadas por um desconhecido enquanto dormem e isso se caracteriza como abuso? Não sabia? Pois é... Aqui no caso é contar um pouco do pós-"Felizes Para Sempre" e mostrar que a vida não é bem um conto de fadas. Pra quê, gente? Tirar a magia? E esse filme ainda tenta juntar vários contos num só (Cinderela, João e o Pé-de-Feijão, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel) com ajuda de um outro sem graça ou razão... ou você gostou da fraca história do padeiro e sua esposa?


Fora isso, temos praticamente só um cenário (porque ficamos na floresta em 98% do filme) e uma música (veja de novo e ouça que a expressão into the woods é repetida exaustivamente em quase todas as canções). Além de Streep, o filme concorre nas categoria de Direção de Arte e Figurino. Pode levar o de figurino, pois, além de bom e relevante, é a DÉCIMA PRIMEIRA indicação de Colleen Atwood, um recorde da categoria. São mutos recordes para um filme tão medíocre em sua tentativa de ser original e atual.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: O JOGO DA IMITAÇÃO

E quando você é um herói mas ninguém pode saber? Pra mim, essa é a verdadeira premissa d'O Jogo da Imitação (The imitation game, 2014), filme que conta a história do gênio matemático Alan Turing.

E quem é ele afinal? Poderíamos reduzi-lo ao epíteto de "Pai da Computação Moderna" e adicionar a isso o fato dele ter se suicidado por ser gay. No entanto, precisamos colocar acima disso que Turing foi um dos responsáveis pelo fim da Segunda Guerra Mundial ao conseguir quebrar o código das mensagens nazistas. É claro que uma biografia cinematográfica precisaria abordar a questão sexual, até porque segredos são parte da trama. Mas será que o fato de ter salvado milhões de vidas não deveria ser mais importante do que o que ele fazia na cama? Quantos gays não foram impedidos de viver suas vidas e até mesmo de salvarem outras vidas ou realizarem grandes feitos para toda a humanidade porque alguns são incapazes de aceitar um amor e um desejo diferentes do considerado normal? Guardadas as devidas proporções, qual a diferença da castração química que Turing sofreu no fim da vida com as atrocidades feitas pelos nazistas contra os homossexuais nos campos de concentração?

Um herói.
No fim do filme, sabemos que Turing se suicidou por não aguentar o tratamento hormonal, mas é possível que toda sua condição psíquica tenha contribuído pra isso. Ficamos sabendo também que a Inglaterra continuou incriminando gays por muito tempo e que a Rainha Elizabeth concedeu o perdão real a Turing... sério... perdoar o quê? Ele ter ajudado a vencer a guerra? A rainha deveria ter pedido perdão! Isso sim! (Em pesquisa, fiquei sabendo que, em 2009, o primeiro-ministro inglês pediu perdão formal pelo tratamento dado a Turing. Preferi não apagar o texto que escrevi porque acho que isso deveria ter sido dito no filme e ficou parecendo que ele deveria ser perdoado)

Bom... sobre o filme em si... não gostei da edição do filme. Temos três tramas cronológicas que fazem um vai e vem desnecessário. A história deveria ter seu curso da guerra em diante. Sua infância deveria ter sido um flashback curto, no início da construção de sua máquina para explicar o nome que ele deu. Sua homossexualidade seria sim falada durante o filme, mas só abordada melhor na sequência final para que as questões que levantei no parágrafo anterior ficassem mais claras. Portanto, não entendi sua indicação ao Oscar de Melhor Edição.

Também está na disputa de Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora e Direção de Arte. Para os que veem a série The Big Bang Theory, é impossível não ver o Sheldon no início (ainda mais sabendo que Jim Parsons é gay) da atuação de Benedict Cumberbatch. A fragilidade e o lado antissocial do personagem lhe renderam a indicação, mas seus concorrentes... O resto do elenco está bem, só não gosto mesmo da Keira Knightley... nem indicada. Então acho que só a direção de arte pode disputar algo.


Acho que o filme deveria ser utilizado em escolas para abrir uma série de debates. Digo isso não pela sua qualidade, mas por sua importância histórica e social.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: A TEORIA DE TUDO

Eu sou fã da Física que tenta explicar nosso universo, então, achei A teoria de tudo (The theory of everything, 2014) um filme bem interessante. Na verdade, o lado genial do físico (ainda vivo) Stephen Hawking é quase deixado de lado (um documentário funcionaria melhor nesse caso): o filme é baseado no livro escrito por Jane Wilde Hawking (Travelling to Infinity: My Life with Stephen), ex-esposa de Stephen, interpretada muito bem (mas não para um indicação) por Felicity Jones. Ficamos em torno de como a doença (esclerose lateral amiotrófica) o afetou e - principalmente - afetou a todos a sua volta. É emocionante demais! Doloroso, difícil, forte. Força essa que vemos não só no cérebro tanto genial quanto falho de Hawking, mas no amor sacrificante de Jane. Não tem como você não questionar a sua própria vida o tempo (que tanto persegue o gênio) inteiro.

Quando um filme conta uma história real, normalmente procuramos duas coisas: particularidades interessantes que não vieram a público (aqui é "tudo o que você queria saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar") e atores que se aproximam dos personagens reais e dão veracidade aos fatos na telona. Meryl Streep fez isso na Dama de Ferro. E Eddie Remayne encarnou fisicamente o gênio. Para quem conhece o físico, são vários os momentos que o espectador se perde: Remayne se torna Hawking. A disputa do Oscar de Melhor Ator fica forte.


Também disputa Filme, Atriz, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora no Oscar. Tenho a impressão que vai sair de mãos abanando, o que não invalida sua intensa qualidade. Quero até encarar a leitura do livro de Hawking!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Ao Oscar com: BIRDMAN

Quase metalinguístico. Quase biográfico. Foram as duas coisas que pensei ao sair de Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância) [Birdman (or the Unexpected Virtue of Ignorance, 2014). O diretor Alejandro Gonzáles Iñarritu realiza um exercício cinematográfico de tomada única, ou seja, a câmera não pára, fica o tempo inteiro presente como se fosse um personagem do filme, como se fosse o espectador. O cenário é a coxia de um teatro da Broadway e seu entorno somente. Ficamos confinados nesse espaço e imersos nas relações.

O filme conta a história de Riggan Thompson, um ator que no passado foi famoso por interpretar um super-herói (o Birdman) tentando retomar seu prestígio e sua carreira ao escrever, dirigir e estrelar uma peça na Broadway em meio ao novo mundo das subcelebridades e redes sociais. Não à toa, o ator chamado para estrelar esse filme foi Michael Keaton, o eterno Batman. E é por essa razão que vários momentos parece um filme feito para ele. Até as frases são perfeitas para o filme e - talvez - para a carreira de Keaton! Acho que ele se reposicionou como ator e nós o redescobrimos. Pode vir um Oscar.


Edward Norton surpreende com um papel irritante e diferente do que estou acostumado a vê-lo (mesmo sabendo que ele fez algo bem parecido com ele mesmo na vida real), enquanto Naomi Harris está chatíssima e apagada. Já Emma Stone se fixa como uma atriz MUITO talentosa. Até Zach Galifianakis, que dificilmente seria pensado como um ator “sério” dá um show interpretando o agente de Riggan.

Apesar de ter encantado a Academia por seu lado metalinguístico, ser indicado para nove prêmios (Filme, Direção, Ator, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original, Edição de Som, Mixagem de Som e Fotografia) e ter vencido os SAG Awards de Melhor Elenco e Melhor Filme, só deve concorrer com força em dois ou três Oscars, mas perderá para Boyhood, o favorito absoluto.

É um filme diferente do usual que pode não agradar a todos. Questiona o mundo do teatro/cinema/celebridade e te leva por dentro dos personagens de uma forma sofisticada. [SPOILER] Confesso que não sei se precisava do super-herói em si. A voz e a simulação dos poderes já sustentava. Claro que ver Keaton vestido de Birdman aumenta o lado biográfico, mas o voar, as explosões... fiquei na dúvida da necessidade, mesmo com o final metafórico.