Em junho deste ano, eu falei sobre o livro "Identidade líquida" do sociólogo Zygmunt Bauman. Nele você se descobre parte do mundo. Mas que mundo é esse é a pergunta que tem resposta no livro "Modernidade Líquida" do mesmo autor.
Nele, Bauman tenta descrever o hoje, o presente, o mundo em que vivemos. Com isso, é possivel se incluir na sociedade. Saber que você realmente faz parte dessa loucura é importante. Mas é preciso entendê-la, saber como se dão as novas relações. E desenvolve o termo "líquido" e talvez seja legal que ele seja o primeiro a ser lido, uma vez que o termo é central a todas as suas publicações. Para ele, "os fluidos não fixam o espaço ou prendem o tempo".
Eu recomendo muito esse livro. Volto a dizer que ele parece meio pessimista, mas não é. Ele é verdadeiro.
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BE INCLUDED IN TODAY
In June, I talked about sociologist Zygmunt Bauman's book "Liquid Identity". In it you will find yourself in the world. But which world is the question that has a an answer in the book "Liquid Modernity" by the same author. Bauman describes the today, the present, the world in which we live, and then, you can be included in society. It's important to know that you are part of this madness, understand it and know how the new relationships occur. He develops the term "liquid" in this book, so is the first to be read, because the term is central to all its publications. For him, "the fluid does not fix the space or do the time." I highly recommend this book. I will say again that he seems pessimistic, but he is not. He is real.
sábado, 25 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Engarrafamento de motel
Leiam o post do dia 23 de outubro, "Motel ladeira acima", no blog do Fabrício Carpinejar. Poderia ser mais um daqueles contos de motel com dicas de comportamento, mas é uma verdade ótima de ser lida. Ironicamente divertida. A escolha do quarto é perfeita. Trechos:
Engarrafamento é insuportável. [...] Mas nada se compara a engarrafamento de motel. [...] Custa desaparecer a luxúria e puxar o alívio da cortina. Desde a entrada, o martírio de escolher em segundos a modalidade do quarto. [...] As diferenças entre luxo e semi-luxo absorveriam uma semana de preocupação. Não vale pensar, terá que optar correndo. Definir um quarto é uma arte do equilíbrio. Não se mostrar avarento, e cuidar para não ultrapassar o limite no banco."
Engarrafamento é insuportável. [...] Mas nada se compara a engarrafamento de motel. [...] Custa desaparecer a luxúria e puxar o alívio da cortina. Desde a entrada, o martírio de escolher em segundos a modalidade do quarto. [...] As diferenças entre luxo e semi-luxo absorveriam uma semana de preocupação. Não vale pensar, terá que optar correndo. Definir um quarto é uma arte do equilíbrio. Não se mostrar avarento, e cuidar para não ultrapassar o limite no banco."
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Ética da prisão: uma inveja à celebridade
Mais uma tragédia sendo explorada pela mídia. Isabellas, João Hélios, Eloás... tudo para informar o público. Será? Por que não fazem matérias com pessoas e empresas que fazem o bem? Não vou ficar debatendo esse assunto porque me tornaria mais um a dar pano pra essa manga.
Mas me fiz uma pergunta hoje... li que o assassino de Eloá está sendo ameaçado pelos detentos da prisão que ele deverá morar por muito tempo... Hã? Como assim? Os presos não cometeram atrocidades também? Vai me dizer que eles se sensibilizaram com o "caso Eloá" e agora querem fazer justiça? Será que a prisão consegue realmente mudar alguém? Então, qual é a diferença deles para esse novo criminoso?
Minha resposta? Inveja. Esse novo criminoso apareceu na TV. Deu até entrevista exclusiva durante o seqüestro. Matou por amor. Quem está na prisão não teve TV, exclusividade ou amor. O assassino de Eloá é agora uma celebridade. Matar uma celebridade dá mídia... ou seja, quem matá-lo irá se tornar uma celebridade.
Sei lá... essa ética me assuta.
Mas me fiz uma pergunta hoje... li que o assassino de Eloá está sendo ameaçado pelos detentos da prisão que ele deverá morar por muito tempo... Hã? Como assim? Os presos não cometeram atrocidades também? Vai me dizer que eles se sensibilizaram com o "caso Eloá" e agora querem fazer justiça? Será que a prisão consegue realmente mudar alguém? Então, qual é a diferença deles para esse novo criminoso?
Minha resposta? Inveja. Esse novo criminoso apareceu na TV. Deu até entrevista exclusiva durante o seqüestro. Matou por amor. Quem está na prisão não teve TV, exclusividade ou amor. O assassino de Eloá é agora uma celebridade. Matar uma celebridade dá mídia... ou seja, quem matá-lo irá se tornar uma celebridade.
Sei lá... essa ética me assuta.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
P&D 2008 - Impressões
Na última sexta, dia 10 de outubro, voei para São Paulo. Lá estava acontecendo o 8º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, no campus Santo Amaro do Centro Universitário Senac. O que eu fui fazer lá? Apresentar dois artigos meus com professores do meu mestrado. Fiquei até sabado a tarde, mas Minhas impressões foram as seguintes:
INSTALAÇÕES: Esse Senac é absurdamente grandioso! Usei a palavra "absurdo" porque parece ser até grande demias. Em pleno período de aulas, as salas estavam vazias e não se viam muitos alunos pelos corredores. Mesmo assim é tudo limpinho como a Disney: não se vê uma sujeirinha no chão nem nas latas de lixo, e também não se vêem serventes! Computadores por todos os lados, biblioteca com locadora, bebedores coletivos, banheiros impecáveis, auditório enorme... e por aí vai.
LOCALIZAÇÃO: Péssima... longe de tudo. Para quem não é de lá teve que se virar em táxi que não é muito barato. Ônibus e trens só para os mais safos. Não pude fazer nada fora do congresso por causa da distância.
EVENTO: O esforço de pensar e discutir design sempre vale nota altíssima. As pessoas que foram ao evento estavam realmente a fim de estar lá. Fosse comprando livros nos stands ou se empanturrando nos coffee breaks megalomaníacos, a galera estava a fim de respirar design. E esse evento é considerado o maior do país sobre o assunto, então é ótimo para encontrar e conhecer pessoas. Mas fica aqui um porém: o excesso de trabalhos apresentados em tempos curtíssimos deu um ar de superficialidade ao evento. Pareceu-me o famoso pecado da quantidade acima da qualidade. Reduzir o número de trabalhos para aprofundar as discussões em tempos melhor moderados deve ser realmente considerado.
APRESENTAÇÕES: Falarei só das minhas. Apresentei um artigo sobre o que se fala sobre branding hoje e outro que introduz os conceitos do pensador francês Gilbert Simondon no universo do design. O primeiro foi semelhante ao que apresentei em Buenos Aires, só quen reduzido. Como eu estava numa sessão com pessoas que iam falar sobre livros (outro problema do evento), a discussão final ficou meio dividida. Na outra tive que correr um pouco, porque eu estava com o horário do vôo marcado e aconteceram alguns atrasos. Mas achei bem interessante essa introdução de conceitos diferentes. Foi a primeira vez que apresentei o artigo e percebi que ainda dá pano pra muita manga! Que bom!
CURIOSIDADES: Dormi de clandestino no hotel! (hehehe) Foi divertido! Minhas companheiras de mestrado estavam em quartos duplos e o hotel estava lotado. Eu fui pra lá sem ter nada resolvido onde eu iria ficar. Só sabia que, se desse problema, eu dormiria no chão de um dos quartos na clandestinidade! E deu certo! Não tentem isso em casa crianças! E também teve o Balé Triádico... uma viagem futurista que não consigo descrever com palavras. Procurem no Google sobre o assunto para saber mais, se quiserem. Vejam e opinem, e se lembrem que não sou cinegrafista (rsrsrs).
A Dança das Varetas
Performance 1
Performance 2
INSTALAÇÕES: Esse Senac é absurdamente grandioso! Usei a palavra "absurdo" porque parece ser até grande demias. Em pleno período de aulas, as salas estavam vazias e não se viam muitos alunos pelos corredores. Mesmo assim é tudo limpinho como a Disney: não se vê uma sujeirinha no chão nem nas latas de lixo, e também não se vêem serventes! Computadores por todos os lados, biblioteca com locadora, bebedores coletivos, banheiros impecáveis, auditório enorme... e por aí vai.
LOCALIZAÇÃO: Péssima... longe de tudo. Para quem não é de lá teve que se virar em táxi que não é muito barato. Ônibus e trens só para os mais safos. Não pude fazer nada fora do congresso por causa da distância.
EVENTO: O esforço de pensar e discutir design sempre vale nota altíssima. As pessoas que foram ao evento estavam realmente a fim de estar lá. Fosse comprando livros nos stands ou se empanturrando nos coffee breaks megalomaníacos, a galera estava a fim de respirar design. E esse evento é considerado o maior do país sobre o assunto, então é ótimo para encontrar e conhecer pessoas. Mas fica aqui um porém: o excesso de trabalhos apresentados em tempos curtíssimos deu um ar de superficialidade ao evento. Pareceu-me o famoso pecado da quantidade acima da qualidade. Reduzir o número de trabalhos para aprofundar as discussões em tempos melhor moderados deve ser realmente considerado.
APRESENTAÇÕES: Falarei só das minhas. Apresentei um artigo sobre o que se fala sobre branding hoje e outro que introduz os conceitos do pensador francês Gilbert Simondon no universo do design. O primeiro foi semelhante ao que apresentei em Buenos Aires, só quen reduzido. Como eu estava numa sessão com pessoas que iam falar sobre livros (outro problema do evento), a discussão final ficou meio dividida. Na outra tive que correr um pouco, porque eu estava com o horário do vôo marcado e aconteceram alguns atrasos. Mas achei bem interessante essa introdução de conceitos diferentes. Foi a primeira vez que apresentei o artigo e percebi que ainda dá pano pra muita manga! Que bom!
CURIOSIDADES: Dormi de clandestino no hotel! (hehehe) Foi divertido! Minhas companheiras de mestrado estavam em quartos duplos e o hotel estava lotado. Eu fui pra lá sem ter nada resolvido onde eu iria ficar. Só sabia que, se desse problema, eu dormiria no chão de um dos quartos na clandestinidade! E deu certo! Não tentem isso em casa crianças! E também teve o Balé Triádico... uma viagem futurista que não consigo descrever com palavras. Procurem no Google sobre o assunto para saber mais, se quiserem. Vejam e opinem, e se lembrem que não sou cinegrafista (rsrsrs).
A Dança das Varetas
Performance 1
Performance 2
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Clube da Luta? Dawson's Creek? Nada disso... é o Calvin & Haroldo!
Agora é sério... pare tudo o que você está fazendo agora e compre um dos livros que a Editora Conrad está lançando com a coleção das tirinhas de Calvin & Haroldo. É absolutamente sensacional! Eu aplaudo de pé o criador Bill Watterson!
A série foi publicada em mais de 2000 jornais pelo mundo entre 1985 e 1995, tendo ganho por duas vezes um prêmio da Associação Nacional de Cartunistas dos EUA. No original em inglês, a tirinha se chama Calvin & Hobbes, uma alusão direta aos pensadores Calvino e Thomas Hobbes que estudaram a natureza do homem. Interessante isso, pena que se perdeu em português.
Calvin é um garoto de seis anos cheio de personalidade capaz de incríveis diálogos e verborragias que fariam Dawson e sua trupe do seriado de TV ficar em silêncio. Tem como companheiro Haroldo, um tigre sábio e sarcástico no maior estilo "Clube da Luta", já que só pra ele Haroldo está vivo, enquanto todos só vêem o bicho de pelúcia que ele realmente é. É uma obra prima que mostra a visão única de Calvin que utiliza sua poderosa imaginação para enfrentar a realidade em situações mirabolantes, seja no relacionamento com seus pais, nas "injustiças" da infância, na relação com meninas e garotos mais fortes, seja nas dificuldades da escola ou até mesmo nas indagações sobre a morte.
E o "Calvinbola"? Depois de não conseguir entrar no time de baseball da escola, Calvin decide criar seu próprio esporte onde a única regra é nunca seguir a mesma regra duas vezes. As regras são inventadas na hora. Na maioria das vezes, Calvin está perdendo de Haroldo e começa a mudar as regras. Mas Haroldo é esperto e sempre reverte a situação no fim. Sempre que alguém próximo de mim começa a mudar as regras de algo eu pergunto: "é Calvinbola?"
A obra vai alternando momentos de seriedade e inconseqüência com momentos de simplicidade e ternura. Tudo isso permeado por um sentimento de nostalgia, porque é impossível não se identificar com Calvin. Todo mundo passou por essa fase de despreocupação com o futuro, quando acreditávamos que tudo era possível.
Não leu ainda? Leia. É divertido e inusitado. Faz a gente entrar na mente de Calvin e usar sua própria imaginação para enfrentar a realidade enquanto lemos. Se não quiser comprar, entre no blog Depósito do Calvin e leia as tirinhas por lá. São mais de 3 mil tirinhas e lá já foram postadas mais de 400.
::
FIGHT CLUB? DAWSON'S CREEK? NO... IT'S CALVIN & HOBBES!
Stop everything you are doing now and buy a book of Calvin & Hobbes! It's awesome! That six-years-old boy and his furry tiger friend talk about everything with simplicity, tenderness, lack of consequence and sarcasm. Read now!
A série foi publicada em mais de 2000 jornais pelo mundo entre 1985 e 1995, tendo ganho por duas vezes um prêmio da Associação Nacional de Cartunistas dos EUA. No original em inglês, a tirinha se chama Calvin & Hobbes, uma alusão direta aos pensadores Calvino e Thomas Hobbes que estudaram a natureza do homem. Interessante isso, pena que se perdeu em português.
Calvin é um garoto de seis anos cheio de personalidade capaz de incríveis diálogos e verborragias que fariam Dawson e sua trupe do seriado de TV ficar em silêncio. Tem como companheiro Haroldo, um tigre sábio e sarcástico no maior estilo "Clube da Luta", já que só pra ele Haroldo está vivo, enquanto todos só vêem o bicho de pelúcia que ele realmente é. É uma obra prima que mostra a visão única de Calvin que utiliza sua poderosa imaginação para enfrentar a realidade em situações mirabolantes, seja no relacionamento com seus pais, nas "injustiças" da infância, na relação com meninas e garotos mais fortes, seja nas dificuldades da escola ou até mesmo nas indagações sobre a morte.
E o "Calvinbola"? Depois de não conseguir entrar no time de baseball da escola, Calvin decide criar seu próprio esporte onde a única regra é nunca seguir a mesma regra duas vezes. As regras são inventadas na hora. Na maioria das vezes, Calvin está perdendo de Haroldo e começa a mudar as regras. Mas Haroldo é esperto e sempre reverte a situação no fim. Sempre que alguém próximo de mim começa a mudar as regras de algo eu pergunto: "é Calvinbola?"
A obra vai alternando momentos de seriedade e inconseqüência com momentos de simplicidade e ternura. Tudo isso permeado por um sentimento de nostalgia, porque é impossível não se identificar com Calvin. Todo mundo passou por essa fase de despreocupação com o futuro, quando acreditávamos que tudo era possível.
Não leu ainda? Leia. É divertido e inusitado. Faz a gente entrar na mente de Calvin e usar sua própria imaginação para enfrentar a realidade enquanto lemos. Se não quiser comprar, entre no blog Depósito do Calvin e leia as tirinhas por lá. São mais de 3 mil tirinhas e lá já foram postadas mais de 400.
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FIGHT CLUB? DAWSON'S CREEK? NO... IT'S CALVIN & HOBBES!
Stop everything you are doing now and buy a book of Calvin & Hobbes! It's awesome! That six-years-old boy and his furry tiger friend talk about everything with simplicity, tenderness, lack of consequence and sarcasm. Read now!
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