terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O Vik Muniz é nosso aha-uhu!

No último domingo, fui visitar a retrospectiva Vik, de Vik Muniz no MAM do Rio. E fiquei naquele história de ter orgulho de ser brasileiro só por saber que sou da mesma nacionalidade de um cara tão talentoso e criativo.

É a maior exibição do artista já feita, com curadoria dele próprio. São 20 anos de quadros e fotografias expostos nas maiores galerias do mundo que nos mostra a incrível capacidade de Vik. Açúcar, poeira, linha, arame, sucata, diamantes, caviar, flores, pigmento em pó, algodão, calda de chocolate, molho de tomate, geléia, pasta de amendoim... tudo pode virar "tinta" na mão do artista. E não são trabalhos de inspiração abstrata. Toda a idéia tem uma belíssima conceituação e uma inspiração que conecta o uso do material a idéia, provando que a arte contemporânea tão difícil de ser entendida pode ser repensada. Vejam, por exemplo, o "WWW", um mapa mundi feito de sucata de computadores. Não é facilmente entendida a mensagem?
Isso sem falar da beleza plástica de suas obras. Vik reproduz obras da pintura da sua maneira com resultados supreendentes. "O nascimento de Vênus" de Botticelli feito de sucata é absolutamente incrível! O "Narciso" de Caravaggio também. A imagem de Elizabeth Taylor de diamantes é lindíssima. As paisagens de linhas são belas. As crianças africanas de açúcar e os trabalhadores do lixão feitos de lixo são emocionantes.

Ah... e não posso me esquecer de falar do "pré-expo". Assim que você sobe as escadas para a exposição do Vik, você dá de cara com uma vídeo-instalação incrivel de um finlandês. Osmo Rauhala projeta na parede um vídeo de um cervo em um bosque. Até aí nada de mais. Mas entre o projetor e a tela, ele colocou várias placas de vidro supensas por cbos de aço que fiam em movimento e refletem o vídeo em todas as paredes com tamanhos e cores diferentes. Achei interessantíssimo.

A exposição vai até 8 de março, então corra porque vale muito a pena! Aproveite também e saiba mais sobre Vik Muniz no site dele.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quero ser Rico Lins quando crescer

Hoje fui na exposição Rico Lins: Uma gráfica de fronteira, com meus colegas designers Patrik Matos e Carol Rebelo, que ficará até o dia 15 de março na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.

Rico Lins tem um trabalho muuuuuuito bom. É tão bom ver um designer gráfico recebendo os devidos créditos. São cartazes, folders, livros, revistas e outros trabalhos sensacionais que exploram diversas técnicas para criar efeitos inusitados (tem no site.). E o melhor é saber que existem clientes por aí que aceitam alguns trabalhos bem diferentes do convencional. É claro que quando alguém o contrata, já sabe o que espera. Me lembrei muito do visual "Revista Trip", meio David Carson.
Um ponto interessante: a exposição começa com umas capas para uma revista alemã que ele fez na década de 80. Logo em seguida algumas capas que ele fez para revistas brasileiras. É possível enxergar a falta de liberdade que alguns projetos tiveram por teimosia e controle das editorias. Os melhores trabalhos, é claro, são aqueles que o designer pode explorar sua criatvidade e as possibilidades gráficas.

Tive inveja... por um momento foi inveja ruim mesmo... daquela que você quer tomar tudo de outra pessoa e levar todos os louros do bom trabalho. Depois fui convencido de que era admiração mesmo, a inveja boa. Como disse meu amigo Fabio Lopez: "Quero ser Rico Lins quando crescer"!

PS.: Fiquei muito feliz de saber que o centro do Rio tem tantas opções culturais para uma hora de almoço ou um happy hour intelectual. São várias exposições sobre artes, design e história que valem muito a pena. Amén!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Não beba hi-po-pó-ta-mo!

Achei tão engraçada a reação do hipopótamo ao ser lambido que achei que deveria dividir isso com vocês.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Trilogia da desconstrução do império americano

Recentemente, tive a oportunidade de finalmente terminar a trilogia de Michael Moore que detona os EUA: Tiros em Columbine (Bowling for Columbine, 2002), Fahrenheit 11 de setembro (Fahrenheit 9/11, 2004) e S.O.S. Saúde (Sicko, 2007).

Em Tiros em Columbine, Moore faz uma análise sobre a obssessão americana às armas de fogo, após os tiroteios em Columbine. Pra quem não se lembra, a idéia do documentário partiu após o episódio onde dois garotos entraram armados a la Matrix na escola e metralharam seus coleguinhas. Moore questiona todas as mortes por armas de fogo no país e se pergunta se a culpa é realmente da TV e dos games, ou se a cultura americana não está com problemas profundos. Investiga a origem dessa cultura bélica e busca respostas nas pequenas cidades dos EUA, onde a maioria das casa possui uma arma. Detalhe para a entrevista com Charlton Heston que pega pesado por ser presidente da Associação Americana do Rifle. Ganhou Oscar e outros prêmios!

Fahrenheit é uma pancada no governo Bush, após a tragédia de 11 de setembro. Moore passou três anos encontrando provas de que a família Bush tinha (e ainda deve ter) ligações intrínsecas e diretas com Osama Bin Laden, o líder do Al-Qaeda e dado como responsável pelos ataques terroristas. Para vocês terem uma idéia: ele apresenta provas de que os EUA patrocinaram o Al-Qaeda. Muito boa a decisão de Moore de pedir aos membros do Senado americano que mandem seus filhos para o Iraque. A cara deles é incrível. E Moore ainda mostra a atmosfera de medo instalada pelo governo para poder financiar ainda mais suas decisões equivocadas. Ganhou Palma de Ouro em Cannes! Parece que Moore vai continuar nesse tema e lançar mais um filme. Confesso que não sei como esse homem ainda está vivo e não foi levado por uma dessas companhias de segurança secretas americanas...

O sistema de saúde americano é literalmente esculhambado em S.O.S Saúde. Moore derruba todos os argumentos do governo, que acredita que a medicina socializada, ou seja, gratuita, é péssima para a população e "coisa de comunista". As visitas ao Canadá, França, Inglaterra e Cuba detonam os EUA. E ainda tem uma tentativa de usar os equipamentos da Baía de Guantánamo (a sinistra prisão americana em território cubano) que foi incrível: Moore prova que os "piores inimigos da cultura americana" recebem tratamento melhor do que o povo americano! Apesar de extremamente sensacionalista, utilizando o sofrimento (e a morte) de cidadãos comuns para apresentar seus argumentos, Moore é novamente implacável. Ele consegue até o depoimento de ex-funcionários de empresas de seguros que abrem o jogo sobre como se faz para ganhar dinheiro em detrimento da vida das pessoas. Esse documentário faz a gente pensar no nosso país.

Não sou fã de documentários, mas virei fã da ironia de Michael Moore. Não sei se falta esse tipo de olhar no Brasil ou se aqui é tão esculhambado que a ironia já virou uma rotina desagradável.