terça-feira, 2 de março de 2010

Sinta-me para me curar!

Olha que interessante esse cartaz: para seu projeto Save the Amazon, a estudante inglesa de design Kimberley Chan utilizou tinta termosensível! Com o slogan Feel me to heal me, ou seja, "Sinta-me para me curar", é preciso passar a mão para poder ver o verde!


Incrível! Não só o projeto, mas a mensagem também!
(Do Follow the Colours)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tarantino em poucas imagens

Tarantino é um louco visionário do cinema atual que todo mundo fica esperando ver o que ele vai fazer a seguir. Seus filmes são do tipo "ame-o ou deixe-o", mas são geniais. O designer egípcio Ibraheem Youssef também acha... tanto que resolveu repensar os cartazes do filme de maneira simples e direta:

Cães de Aluguel

Pulp Fiction

Jackie Brown

Kill Bill vol. 1 e 2

À prova de morte

Bastardos Inglórios

Assim como os cartazes de séries de Albert Exergian e os de Lost de Ty Mattson, é mais fácil entender se você tiver visto os filmes. Mesmo assim, são ótimos e possuem um estilo que carrega uma unidade entre eles. Dá-lhe semiótica!

Mais três exposições

Nos últimos dias consegui ver três exposições: Pornogramas (de Eduardo Kac), O Número (de José Patrício) e Rubem Ludolf - Obra reunida. São três exposições rápidas de se apreciar e gratuitas, que fica ainda melhor.

PORNOGRAMAS
Nunca tinha ido a Galeria Laura Marsiaj, em Ipanema. Por alguma razão fantasiosa/utópica minha, achava que era um lugar enorme, meio galpão, meio loft. Me enganei por completo. É mínimo! Confesso que isso foi meio decepcionante. E talvez isso tenha aumentado a minha frustração ao ver o trabalho de Kac sem uma legenda ou texto de apresentação. Eu acho que hoje em dia é muito complicado o público - principalmente o nosso - conseguir alcançar algumas sofisticações que os artistas propõem.

Por ter lido alguma coisa antes, eu sabia sobre o teor erótico e provocador de Kac nesse trabalho. Sabia que representava uma dramática ruptura com a pintura neoexpressionista italiana e alemã da época. Sabia que os Pornogramas foram criadas na primeira oportunidade criada com a decadência da ditadura. Mas queria mais informação. Talvez a proposta fosse até essa mesmo... só provocar. Mas acho que faltou um algo mais. A pequena vitrine talvez seja a mais esclarecedora quando se vê que as fotos possuem um algo mais.

E quero destacar uma coisa: adorei a frase para curar amor platônico, só uma trepada homérica! Sensacional! (risos)

O NÚMERO
O artista pernambucano José Patrício trata da quantidade, de uma forma que me lembrou a pixelização, o binário, a tecnologia, mas utilizando procedimentos bem analógicos. Mais de 6 mil botões são capazes de criar um grafismo incrível. Pregos dispostos em uma sequência com pequenas variações formam uma imagem sutil. Dominós adesivados e dados geram formas a partir de seus pontos. Questiona-se o espaço, a geometria, o abstrato, o tempo. Interessante proposta e belos resultados.

Assim como Kac vem usando as ciências biológicas como matéria-prima, parece que José Patrício encontra na matemática um suporte para sua arte.
RUBEM LUDOLF - OBRA REUNIDA
Sabe quando você olha para uma obra exposta em uma galeria ou museu e passa pela sua cabeça a seguinte frase: "isso eu também sei fazer"? Pois é... é isso que parece a obra de Rubem Ludolf. Mas essa crítica não é para as 90 obras expostas desse importantíssimo artista alagoano com 60 anos de carreira. Essa crítica é pra mim. Como disse sobre os Pornogramas de Kac, acho que eu me incluo na categoria de pessoas que não tem a sofisticação para entender a arte concreta que Ludolf faz. Então, faço coro com o curador Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos quando diz que precismos "suspender temporariamente preconceitos que, muitas vezes, não nos deixam ver o mesmo com outros olhos".

E eu realmente me encanto pelo abstracionismo geométrico. Não é à toa que fiquei de queixo caído ao ver a exposição da Vanguarda Russa. Repito, portanto, quem precisa melhorar sou eu. Ainda encaro a obra de Ludolf com os meus preconceitos de faculdade, olhando suas obras como se fosse interessantes resultados de um mero exercício gráfico. Sei que é mais do que isso, mas preciso de ajuda para entender. Será que essa exposição - assim como a de Kac - não carece de mais informações? Ou será que eu deveria ter lido mais antes? Será que o público maior entende?

Vamos estudar mais.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Nós somos o mundo

Pra que comparar a versão da década de 80 com essa de hoje? Os artistas de antes parecem ter mais peso? Com certeza. Mas a mensagem continua perfeita, seja para a África ou para o Haiti. Maravilhosa! Quincy Jones e o finado gênio Michael Jackson realmente se superaram nessa. Vejam a nova e modernizada versão para este mundo hip-hopiano e, em seguida, a versão anterior. Percebam que as inserções de Michael Jackson foram mantidas e que, na parte de Ray Charles, Jamie Foxx - que o interpretou brilhantemente no cinema - dá uma leve imitada.



Viram Adam Levine (Maroon 5), Akon, Barbra Streisand, Black Eyed Peas, Brandy, Bustha Rhymes, Carlos Santana, Celine Dion, Enrique Iglesias, Faith Evans, Gladys Knight, Harry Connick Jr., Jamie Foxx, Janet Jackson, Jason Mraz, Jeff Bridges, Jennifer Hudson, Jonas Brothers, Jordan Sparks, Josh Groban, Kanye West, Katharine McPhee, Keri Hilson, Lil' Wayne, Lionel Ritchie, LL Cool J, Mary J Blidge, Michael Jackson, Miley Cyrus, Natalie Cole, Nicole Scherzinger, Pink, Quincy Jones, Randy Phillips, Rob Thomas, Snoopy Dogg, T-Pain, Toni Braxton, Tony Bennett, Tyrese Gibson, Usher e Wycleaf Jean (que é haitiano)? Quem mais?

Agora procurem: Al Jarreau, Bette Midler, Billy Joel, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Cyndi Lauper, Dan Aykroyd, Diana Ross, Dionne Warwick, Harry Belafonte, Kenny Loggins, Kenny Rogers, Lionel Ritchie, Michael Jackson e vários irmãos, Paul Simon, Quincy Jones, Ray Charles, Stevie Wonder, Tina Turner e Willie Nelson. Quem mais aparece?



Nós somos o mundo!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

1 de 12

Sempre que alguém próximo (ou eu mesmo) demonstra sinais de auto-crítica, auto-análise e - principalmente - reconhecimento de um erro ou problema que precisa ser reparado, eu brinco dizendo que foi dado o primeiro passo dos Alcoólicos Anônimos. Mas acho que não é tão brincadeira não. Acho que realmente o primeiro passo que devemos dar - em muitas ocasiões - é reconhecer um erro, reconhecer que temos um problema.

Mas fiquei pensando... e os outros passos, então? O que fazer para reparar esse erro? Então fui pesquisar... os Doze Passos do AA são:
  1. Admitir a impotência perante o álcool, que perdeu-se o domínio sobre sua vida.
    Esse passo é para eliminar os mecanismos de defesa, aqueles que dizem que seu vício (erro, falha) não fazem mal a você ou a outros. Esse processo de negação é minimizado e abre-se espaço para a espiritualidade, sendo que aqui a espiritualidade é vista como a melhoria da qualidade do relacionamento com quem ou com o que é mais importante em sua vida.

  2. Acreditar que um Poder superior poderia devolver à saúde.
    Sim, o Poder superior é Deus no original americano. Mas há leituras que dizem que o próprio doente tem a força (fé) para reverter a situação.

  3. Entregar sua vontade e sua vida aos cuidados de Deus.
    Seguindo a leitura da força de vontade individual, este passo significa colocar-se a disposição, realmente se comprometer com a melhoria. É chamado de o passo da estruturação, aquele que define as decisões a serem tomadas para que as ações não se tornem impulsos infantis.

  4. Fazer minucioso e destemido inventário moral de si mesmo.
    Esse é o passo da honestidade, onde se reavalia a vida como um todo, o que é bom e o que é ruim para a realidade em que se vive, buscando sempre o equilíbrio. É um dos mais difíceis porque tende-se a buscar somente os negativos, quando são os positivos que darão o suporte para a recuperação.

  5. Admitir perante Deus, si mesmo e outro ser humano a natureza exata de suas falhas.
    Outro passo difícil: o da humildade. O primeiro passo parece fácil porque é uma coisa interna, individual, é possivel que ele seja dado no conforto de suas próprias idéias. O resultado do quarto passo pode ser um ego inflado. Mas dizer em voz alta seus erros com testemunhas para ouvi-lo, é concretizar o problema, é dar vida, é realizar o erro. Além disso, é mostrar a todos que você está comprometido com a melhoria.

  6. Permitir que Deus remova todas essas falhas.
  7. Rogar a Ele que te livre de suas imperfeições.
    São dois passos praticamente iguais que - se visto pela força individual - nos levam a assertividade, ao agir com correção. Depois de estruturado e embasado em suas decisões e morais e totalmente consciente do problema, é preciso agir. Começar a praticar a melhoria. São passos demorados e é preciso ter cuidado para não desviar do caminho.

  8. Fazer uma relação de todas as pessoas que prejudicou.
  9. Fazer reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
    Esses passos estão diretamente ligados. Reconhecer que prejudicou alguém com seu erro e se colocar disponível para recuperar é realmente um ato e tanto! Se muitas vezes já é difícil pedir desculpas, imagine neste caso! Após uma incessante busca interior, estes atos levam a ter novamente uma unidade com o todo, com a sociedade. É reaprender a viver com os outros.

  10. Continuar fazendo o inventário pessoal e, quando estiver errado, admitir prontamente.
  11. Procurar, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus.
  12. Transmitir essa mensagem aos alcóolicos e praticar esses princípios em todas as suas atividades.
    Os três últimos passos são chamados de manutenção. É manter o exame de consciência, a espiritualidade, a força de vontade em por fim, transmitir a vitória através de práticas que realmente sejam benéficas.
No geral, são frases muito espiritualizadas pra mim, mas é possível enxergar coisas importantes nas leituras intermediárias do primeiro ao nono passo. Aí eu descobri que os Doze Passos são derivados dos Seis Passos de Oxford, que são bem mais palatáveis:
  1. Admitir a impotência perante o álcool.
  2. Ser honestos consigo mesmo.
  3. Ser honesto com outra pessoa, em confiança.
  4. Reparar os danos causados a outros.
  5. Trabalhar com outros alcoólicos, sem visar prestígio ou dinheiro.
  6. Orar a Deus para que ajude a realizar estes passos da melhor maneira possível.
Portanto, seja simples e direto e tente ao menos dar os quatro primeiros passos: admita o erro, entenda você mesmo e suas ações de maneira honesta e tente reparar da melhor forma possível. Ou então... siga ao menos a regra de ouro, aquela que se assemelha a minha idéia de que devemos nos colocar no lugar do outro.