segunda-feira, 29 de junho de 2009

Dia Mundial do Desenho Industrial... comemoremos?

Bom... então... hoje é Dia Mundial do Desenho Industrial de acordo com o Icsid (International Council of Societies of Industrial Design). "A data pretende reconhecer a profissão e seu impacto econômico, social e cultural na qualidade de vida do público em geral. Ao longo deste segundo semestre, as instituições participantes do Icsid irão desenvolver um programa detalhado de atividades baseadas nas necessidades de suas comunidades e que apóiem iniciativas de aumento da conscientização da importância do design".

Tá... muito bonito isso. Agora me explica uma coisa: como pode uma entidade internacional fazer um concurso de programação visual com o tema "Desenho Industrial: uma produção da criatividade humana" e dar como vencedor esse cartaz aí em cima? Não estou discutindo a beleza plástica ou funcional do cartaz, estou querendo dizer que ele é uma cópia escarrada das técnicas utilizadas pela designer russa Yulia Bordskaya que já postei aqui! PLÁGIO! CRIATIVIDADE ZERO! E no site ainda tem o nome da aluna chilena responsável com um textinho explicando! Ai... pois é... e vejam os outros cartazes... bem fracos com explicações insossas.

Instituições sem critério, sem força, sem projeção. Profissionais antigos não atualizados e sem vontade. Profissionais novos sem ética, sem base argumentativa e dependentes de tecnologia. Plágio. Pirataria. Como posso esperar algo de minha profissão que está cada vez mais sem referências? Será que dá pra comemorar o dia de hoje?

Um comentário:

Graça disse...

Você denuncia problemas graves em sua profissão e ela é tão nova.
Agora imagine o que dizer da minha (PROFESSOR), com sua enorme crise de identidade, sem falar nas mazelas de despreparo, desrespeito, baixos salários?
Constato a minha velhice e o meu idalismo quixotesco de mudar o mundo através da educação quando me reuno com professores dos maiores colégios do Rio de Janeiro (todos particulares) e observo que não querem nem ouvir falar em alunos das escolas públicas (não os dos Caps da vida, mas aqueles das comunidades carentes que já nascem excluídos).
Entretanto, numa teimosia que beira a estupidez, continuo na batalha. Hoje não mais atuo junto a rede pública mas tento fazer das minhas aulas um momento de rompimento com a alienação, com a falta de ética e com a "cegueira" social.
Se eu consigo, não sei. Talvez alcance muito poucos mas ainda me restam forças para resistir e eu vou seguir tentando.