sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O mundo mágico de Escher

Outro mundo (xilo, 1947), uma das mais incríveis!

Inaugurou no CCBB do Rio a mais completa exposição dedicada ao artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972), com mais de 90 obras entre gravuras originais e desenhos, incluindo TODOS... eu disse TODOS os trabalhos mais conhecidos dele! E detalhe: depois desse passeio pelo Brasil, as obras voltarão para o Haags Gemeentemuseum (Museu Municipal de haia) onde ficarão pelo menos 4 anos guardadas! A exposição ainda conta com atividades interativas, instalações com ilusão de ótica, animações ilustrativas e um filme "3D" que ajudam a exemplificar (e explicar) a obra de M. C. Escher (são 10 minutinhos válidos, mas são 3D de animação e não do uso desnecessário do óculos oferecido).

Especialista em xilogravuras e litografias, Escher se tornou conhecido por sua grande capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusões óticas. Seu objetivo era expressar a combinação entre eternidade (perspectiva / espaço) e infinito (ladrilhamento / tempo).
Talvez eu esteja sempre em busca do espantoso e, por isso, procure apenas provocar o espanto no espectador". M. C. Escher
O nome da exposição não podia ser melhor e, por essa razão, o repeti no título deste post. Escher nos propõe que o mundo na arte pode ser diferente. Mesmo em suas primeiras gravações da natureza italiana (1922-1935), percebemos uma necessidade de encontrar os grafismos e as geometrias no realismo das imagens.

Torre de Babel (xilo, 1928), Roma noturna: Coluna de Trajano (xilo, 1934) e Mar fosforecente (lito, 1933)

Autorretrato em esfera espelhada (lito, 1935)

A partir de 37, Escher encontra um novo ponto de vista ao recombinar o tempo e o espaço em imagens que buscam um estranhamento do realismo cotidiano universos paralelos são criados, o impossível torna-se visível.

Desenhando (lito, 1948)

Subindo e descendo (lito, 1960), Belvedere (lito, 1958) e Cascata (lito, 1961)

Relatividade (lito, 1953)

Surgem também suas experiências com o ladrilhamento e a metamorfose - que eu tive que fazer no primeiro ano da faculdade! - depois de ver os incríveis mosaicos mouros de Alhambra.

Dia e noite (xilo, 1938)

Céu e água (xilo, 1938) e Limite circular IV (xilo, 1960)

Durante muito tempo, o meio artístico achava que Escher apenas brincava com a matemática, tanto que, sempre foi mais fácil encontrar suas imagens em departamentos de ciências exatas do que em um museu. Só em 68, com uma retrospectiva de seu trabalho no Museu Municipal de Haia, que Escher começou a ser visto como um artista moderno. Aliás, é importante dizer que muitos verão a obra de Escher como algo bobo, facilmente criado em computador (veja o filme "3D"). Mas é preciso lembrar que tudo que é visto nesta exposição foi feito a partir de um bloco de MADEIRA OU PEDRA! O cara concebeu tudo numa prancheta e gravou!!! Ele desenha MUITO!

A exposição é imperdível. Emocionante. Temos algumas boas cenografias (como a casa no átrio) e o bom uso da tecnologia audiovisual. Eles podiam ter aberto a última sala para dar mais espaço para as holografias e fazer uma exposição com um final. Não sou fã de exposições que terminam e a gente tem que voltar tudo para poder sair... mesmo assim... JÁ PRA LÁ!!! Fica até 27 de março e é DE GRAÇA!!! (PS.: garanto que essa exposição vai estar constantemente lotada. Se puder, evite fins de semana. E reze para não cruzar com excursões escolares! Aliás... lanço aqui uma campanha: NÃO GRITEM EM MUSEUS!)

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