segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tron - um legado?

Ontem fui ver o filme Tron - O legado (Tron Legacy, 2010), que é a sequência de Tron - Uma odisséia eletrônica (Tron, 1982). Como tenho o primeiro filme em DVD, aproveitei o domingo para vê-lo antes do cinema. A sinopse do novo filme é a seguinte:
Sam Flynn (o péssimo Garrett Hedlund), especialista em tecnologia e filho de Kevin Flynn (o ótimo Jeff Bridges), busca por seu pai e acaba caindo no mesmo mundo onde esse tem vivido pelos últimos 25 anos. Junto da fiel Quorra (a bela Olivia Wilde), pai e filho partem em uma jornada de vida e morte através de um universo cibernético que se tornou muito mais avançado e perigoso.



Bom... o que era quadradão e opaco ganha transparências, níveis e texturas, uma evolução impressionante, esperada e coerente com a temática. Mas me chame de saudosista, nostálgico, oitentista, purista, minimalista... o que quiser: a identidade visual de 1982 cheia de cores vivas, pendendo para os games de 8-bits era muito melhor. A diferença entre o mundo real e o mundo virtual era maior. Eu realmente sentia que estávamos em um computador. Tá... eu sei... que o mundo mudou coisa e tal, mas acho que o excesso de realismo pecou um pouco. Queria mais essa fantasia aí abaixo:


Mas o que importa mesmo são os visuais criados pelo gênio Moebius. Essa estética neon foi revolucionária e anda reaparecendo com força. A Marvel (que foi comprada pela Disney, dona do filme) lançou capas de seus heróis tronizados:


Vale dizer pela enésima vez que 3D ainda não serve. OK... não vi o filme em 2D para ver a diferença, como fiz com Avatar. Mas não vi em nenhum momento (talvez na batalha dos light cycles) um importância fundamental dessa tecnologia. Parecia que era só pra botar as legendas em primeiro plano... aliás, antes do filme começar, nós somos avisados que o 3D é só um mero detalhe. Já viu isso? Pois é... pague caro a toa. Porém, tem um ponto que a tecnologia impressiona: em Clu, para ser mais preciso, a versão jovem de Jeff Bridges. É INCRÍVEL! Claro que dá para perceber algumas questões de timing da voz com a boca e na musculatura facial, mas é de arrepiar.

Sobre o filme em si, então... achei a história melhor amarrada que a de 1982, mas nenhum primor, até porque, em 82 todo esse universo tecnológico era inovador. Hoje, com iPads e wi-fis, nada nos impressiona tanto. Acabamos tendo alguns lampejos de Matrix, principalmente com a participação de Michael Sheen como Castor/Zesu (ou seria uma mistura do Merovíngio com David Bowie e o Charada de Jim Carrey?). O contexto é importantíssimo: o filme de 82 era para o futuro; o de 2010 é para o presente... é um presente nada animador. Talvez seja por isso que prefiro com as versões originais de Star Wars e Superman, sem tanta tecnologia e amargura.

Vale um destaque para a trilha sonora da dupla de DJs franceses do Daft Punk, que fazem até uma ponta no filme. É pra quem gosta de música eletrônica, com direito a um Sweet Dreams, do Eurythmics para agradar a minha geração!

Sugiro, então, que você alugue o original antes de correr para o cinema, desligue seus nerônios intelectuais e abra bem os olhos e os ouvidos!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Em 2011... seja mais!

Depois do agitado ano de 2010, teremos um ano calmo da Lebre e do Coelho de Metal no horóscopo chinês a partir do dia 3 de fevereiro. Harmonioso para o mundo, respeitoso nas relações humanas e curativo para aqueles que enfrentaram longas batalhas. Mas será um ano tão calmo que poderemos facilmente cair na rotina, no marasmo, deixando as oportunidades passarem.

Ah... eu não vou ficar parado, não. Ainda mais agora que o quebra-cabeça do ano passado parece mais completinho. Meu objetivo agora é ser mais...


Claro que quero uma certa calmaria, porque 2010 teve de tudo: nascimentos, mortes, casamentos, separações, desemprego, emprego, casa, viagem... quase tudo ao mesmo tempo!

2011 é também ano de Mercúrio, de Obaluaê com Oxum, do Imperador (do Tarô, não do Adriano), da cor Madressilva (Honeysuckle da Pantone), do número 4 e da primeira mulher presidente do Brasil (ai... ai...)! Isso tudo significa que o ano estará voltado para a saúde (nos dois sentidos, tanto o da cura, quanto o da doença), para as comunicações, os transportes, a inteligência, os bens materiais, as relações fraternas (eu vou ser tio em 2011!!!), as lideranças dinâmicas e o trabalho perseverante.


Parece que o primeiro semestre ainda terá um restinho de 2010 no ar. Somente, em junho que as coisas vão aparentar esse novo ritmo. Mas o que vale mesmo é o que disse Carlos Drummond de Andrade:
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
Amén! Axé!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte final

E o último dia - infelizmente - chegou...

Mas as aventuras não haviam terminado! A pranchinha submarina FINALMENTE foi confirmada! Explicando: basicamente, é uma prancha de acrílico que você segura enquanto é puxado pelo barco durante 50/60 minutos. Você pode mergulhar, fazer piruetas e curtir o fundo do mar de uma maneira bem diferente. Pelo o que eu entendi, esse passeio originalmente se chamava Plana Sub. Até que começaram a copiar - é claro - e veio o Aqua Sub e - o nome mais simples - pranchinha submarina. No Museu dos Tubarões, você encontra indicações para o Plana Sub original.

Saímos do Porto de Santo Antônio e o barco fica por ali mesmo, da Praia da Biboca até o Morro do Forte de Santo Antônio, próximo ao Rugido do Leão (que tive o prazer de ver novamente). Em determinado momento, somos avisados que vamos passar sobre o navio grego Eleani Stathatos, que naufragou em 1929, impedindo até hoje a chegada de navios maiores a Praia da Biboca.



Mas não pensem que é fácil fotografar ou filmar durante esse passeio. Vejam o que aconteceu comigo:



Eu tava todo me sentindo, quando a câmera escapou da minha mão! Ainda bem que deixei ela presa no meu pulso. Qualquer problema que se tenha durante essa aventura, é só levantar a mão que você é puxado de volta, mesmo que seja só para ajeitar a máscara.
DICA 9: Esteja bem preparado para a pranchinha! De todos os jeitos: amarre bem a sunga ou o biquini, arrume uma boa máscara e malhe os braços, porque você vai precisar MUITO deles! Principalmente, se você for querer filmar/fotografar como eu, já que você precisará se sustentar com apenas um dos braços! Outra coisa: nas fotos acima, você deve ter visto que eu estava usando respirador. Então... se você ficar só na superfície, o respirador é excelente. Mas se você ficar mergulhando, esqueça o respirador e fique só na apnéia. Eu perdi o meu com a força de empuxo do barco e temo que algum golfinho vá comê-lo... E tem mais: a pressão submarina é forte! Seus ouvidos irão doer um pouco quando você mergulhar. Inclusive isso poderá destruir sua câmera mesmo que ela seja à prova d'água... como aconteceu comigo... Também não sei se aconselho fazer esse passeio no mesmo dia que você irá pegar um avião. São duas mudanças de pressão num mesmo dia e sua cabeça vai doer no fim.
Fim de passeio e consegui concluir os principais eventos da ilha. Faltou o forró do Bar do Cachorro (lembram que falei que ia ser uma viagem diurna?) e o Mirante dos Golfinhos. Sobre esse mirante, é preciso acordar BEM cedo, tipo 4h30 da manhã, porque os golfinhos entram na Baía dos Golfinhos a partir das 5h da manhã. Você fica mais de 50 mestros de altura com um binóculo avistando golfinhos... uma média de 500 a 800! Deve ser bem legal... mas acordar tão cedo para ver golfinhos de binóculo? Preferi ver os do barco que estavam BEM perto, mesmo sabendo que os golfinhos que se aproximam do barco são machos adultos que estão desviando a atenção dos turistas para o resto do grupo que está indo para outro lado (isso foi dito pelo especialista na palestra).

Voltei para o hotel, almocei e me preparei pra voltar para a dura realidade. E só uma música vinha a cabeça:


Valeu a pena, ê ê! Valeu a pena, ê ê!

Finalizo dizendo que é um passeio único na vida de uma pessoa. É caro? Sim, mas nem tanto quanto é dito pelo o que você recebe em troca. AN e DN. Viva 2011!


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte VI

Foi tanta natureza, tanta tranquilidade até aqui, que acabei tendo uma noite de catarse. Foram sonhos reveladores, abrindo a mente pra muita coisa na minha vida. Surreal. Papo de despertar! AN e DN!

E o dia foi surreal também... mas não por boas razões. Um cruzeiro aportou na ilha e aí... azar dos turistas que não fazem parte do navio! A ilha toda se volta para aqueles que só irão ficar um dia e querem fazer tudo ao mesmo tempo, cheios de grana no bolso. Não há taxi. Passeios ficam com reservas. Restaurantes lotados. Péssimo... mas lembre-se sempre que você está em Noronha.

Bom... eu resolvi passar a manhã na Cacimba do Padre, onde poderia aproveitar a Baía dos Porcos novamente e ainda andar pelas Praias da Quixabinha e do Bode. Pedi para o transfer do hotel me deixar lá e - como não havia taxis - me buscar às 13h. A maré estava baixa e consegui ficar bem perto de um dos Morros Dois Irmãos (talvez o barco tenha passado mais perto, mas a sensação de proximidade é ótima!).

Lembra que eu disse que a Baía dos Porcos, ainda tinha reservado um mistério pra mim? Pois é... o mar estava batido (o tal do swell...), mas a maré baixa me fez ver que tinha um ponto diferente: uma piscina natural protegida por leis ambientais... um grande aquário! ÍMPAR!

Fiquei tonto com isso aí em cima e perdi o maior tempão na Baía dos Porcos. Nem deu pra andar até a Praia do Bode por causa da maré. Acabei ficando nas barraquinhas da Cacimba, aguardando meu retorno... e aguardando... e aguardando... ainda bem que estava aguardando em Fernando de Noronha!

O transfer só me buscou às 15h30! Isso mesmo... 2h30 depois do combinado! E ainda me trouxe uma "excelente" notícia: o passeio de barco vespertino havia sido cancelado novamente! Eu ia ficar sem a pranchinha!!! Não... não... pedi pra marcarem a pranchinha na minha última manhã porque eu não ia sair da ilha sem fazer o passeio que todo mundo recomendou!

Faminto e frustrado, voltei ao hotel e resolvi almoçar no restaurante do porto, o Mergulhão. E foi a melhor coisa que eu poderia fazer! Um pôr-do-sol esplêndido, pra você lembrar onde você está e esquecer completamente qualquer problema que possa ter acontecido. E ainda estava cheio de gente bonita (como eu, é claro!)! Nota 10!

O fim da minha última noite foi mais social, com um drink no Flamboyant e um japonesinho no Arte & Sabor. Mas uma chuvinha apareceu pra lembrar que aquele dia tinha tido seus percalços. Tá... sem problemas... eu estava em Noronha!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte V

Cheguei no quinto dia de viagem sem uma mordida de mosquito e sem ardência solar... perfeito! E foi um dia ótimo, de descanso mesmo. Fui para a Praia do Boldró e lá curti a manhã toda com as minhas viagens, as minhas leituras e Djavan tocando sempre! Aliás... leia esse post ouvindo Passou:



Vi um coitado de um pescador penando pra ajeitar a rede, enquanto era molestado por aves de vários tipos. Sempre que ele ia ao mar jogar a rede, as aves atacavam suas iscas.
DICA 6: Cuidado, aves adoram um brilho! Se você for tirar fotos de aves, tome algum cuidado com sua máquina (e com seus dedos). O sol reflete nas câmeras prateadas e as aves acham que é o brilho das escamas de uma sardinha ou de alguma isca. Passei por um perrengue quando fui tirar foto delas e olhei pra cima... tinha uma MEGA-GIGA-POWER fragata em cima de mim, prontinha pra levar minha câmera e meus dedos!
Nada mais tranquilizante e belo do que encontrar uma nascente de água doce bem próxima ao mar...



O Boldró ficava relativamente perto do hotel, então, fui e voltei caminhando tranquilamente. O Projeto Golfinho Rotador e o Projeto Tamar são no caminho. Aproveitei para conhecer o local e saber qual seriam as palestras dos próximos dias. Eu não sabia se iria ver palestra nessa noite, porque tinha agendado um passeio de barco vespertino para ver o pôr-do-sol no mar e fazer pranchinha submarina (explico essa aventura depois). Esse passeio era pra ter ocorrido no dia anterior, mas foi cancelado porque estava rolando um swell, ou seja, uma ondulação oceânica que estava agitando o mar. Bom para os surfistas, péssimo para os turistas.
DICA 7: Programe os passeios com antecedência! Se você chegou até aqui e também leu o post anterior, já sabe porque estou falando isso. Mas estou repetindo por outra razão. As pessoas precisam se lembrar que 90% dos passeios em Noronha dependem das condições climáticas e - principalmente - marítimas. Qualquer coisinha no mar, e seu passeio é cancelado num estalo.
Adivinhem, então, o que aconteceu? Cheguei no hotel e meu passeio foi cancelado novamente! Pedi para continuarem tentando e fui descansar um pouco, para poder a proveitar a palestra no Tamar - que era sobre os golfinhos rotadores que vivem na ilha.
DICA 8: Palestra é point! Sério! Parece até que a vida noturna da ilha só começa após as palestras! Você encontra todo mundo que você se acostumou a esbarrar nas praias! A partir das 20h, rola um vídeo sobre o tema da palestra. Às 21h, começa a palestra que dura entre 1h e 1h30.
E foi incrível! Tanto o vídeo quanto a palestra foram com o chefão do Projeto, José Martins. Aprendi muito sobre os golfinhos rotadores e sobre o projeto que existe em Noronha para preservar e estudar esse animal. Você sabia que:
  1. Golfinhos teriam esse nome porque sua respiração parece uma golfada?
  2. Golfinhos já foram chamados de "suínos do mar"?
  3. Fernando de Noronha já foi chamada de Isle de Dauphine?
  4. Golfinhos possuem o melhor sistema de sonar do mundo (ecolocalização)?
  5. Golfinhos são os animais mais velozes do reino marinho?
  6. Golfinhos não dormem, entretanto, entram num estado de letargia braquicárdica, onde dependem somente da visão e ficam subindo e descendo em bando a cada 3 minutos para respirar?
  7. Golfinhos machos possuem um calombo genital e as fêmeas possuem fendas mamárias?
  8. Golfinhos fazem sexo por 10 ou 15 segundos, mas a fêmea copula com vários machos numa mesma vez?
  9. Por essa razão, a sociedade dos golfinhos é matriarcal - sem figura paterna - e todos os machos adultos protegem os filhotes do grupo como se fossem seus próprios filhos?
  10. Golfinhos rotadores são a espécie mais comprida e de focinho mais alongado?
  11. Golfinhos rotadores saltam até 3 metros fora d'água, dando 7 voltas em torno de seu eixo?

Descobri também que a tartaruga verde chega ao meu tamanho quando adulta!

A natureza é foda! Noronha é foda!