Dizem que Magenta é rosa. Que Magenta está no cartucho das impressoras. Ou seja... Magenta é cor.
Será?
Se vocês clicarem para ampliar a imagem acima, verão que não existe o Magenta (e nada parecido com rosa) no espectro de luz vísivel ao homem – que são ondas eletromagnéticas variando em freqüência, da mais baixa (à direita, onde adentra o infravermelho, o microondas e o rádio) à mais alta (na esquerda, onde avança sobre o ultravioleta, raios-x e raios gama). Aliás, isso mata com os famosos discos cromáticos porque o espectro de luz não dobra! Ele é linear!
Mas, segundo Liz Elliot, o Magenta seria uma mistura dos dois extremos do espectro, violeta e vermelho. Como nosso cérebro não é capaz de somar as duas frequências, ele faz um truque com sua cor complementar e "inventa" o Magenta.
Então, a luz não tem todas as cores? Daonde vem o Magenta afinal? Seria ele o Flicts?
Calma... É uma questão de compreender o que é a cor cientificamente. As cores que percebemos não são determinadas apenas por sua frequência no espectro eletromagnético, e sim em como estimulam nossa retina, sensível a três cores primárias (RGB). Não temos um sensor ótico capaz de medir a frequência exata da luz que entra em nossos globos oculares, e sim três tipos de células sensíveis a cor que reagem apenas a três pequenas fatias desse espectro, localizadas aproximadamente em sua metade e dois extremos.
Em 1931, a Comissão Internacional sobre Iluminação (CIE) fez diversos experimentos para criar um diagrama de cores a partir do que percebemos. No espaço "ferradura" de cores, o espectro de luz visível está na curva. Todas as cores dentro da "ferradura", incluindo o Magenta, são construídas em nosso cérebro combinando os diferentes estímulos captados por nossos três tipos de células cromáticas. Então, elas realmente “não existem”, pois não são frequências eletromagnéticas definidas.
Mas não para por aí: o espaço de cores do CIE não é completo, porque nenhum monitor no mundo é capaz de representá-lo da forma perfeita! Ainda precisaria de um eixo para representar a intensidade da cor, variando do preto ao branco (imagine essa "ferradura" estendendo-se tridimensionalmente, variando seu brilho).
As cores em si mesmas, incluindo as espectrais, são a rigor todas construções mentais. É só eu falar a palavra "tomate" que você logo imagina sua cor vermelha. A maior dificuldade de um daltônico de nascença não é somente não ver a cor, mas nem conhecer o seu significado.
Agora, o Magenta está na sua cabeça.
PS.: Esse post também poderia se chamar "O Mistério Marrom".
(Via 100nexos)