sábado, 18 de julho de 2009

Avenida Q!

Caraca... não vou cansar de repetir que vale a pena gastar um pouco mais com cultura.

Fui ver o musical Avenida Q cheio de receios por causa dos bonecos, mas (pela primeira vez) acreditei na crítica e no sucesso de público e não me arrependi. É MUITO BOM! O politicamente incorreto que toda mídia fala pega desprevenido até aqueles que já sabem os títulos de algumas canções após ler sobre a peça. E os bonecos são INCRÍVEIS! Na verdade... os atores são incríveis!
No fundo: Ursinha do Mal, Renata Ricci, Ursinho do Mal, Maurício Xavier e Gustavo Klein.
No meio: Rod, André Dias, Dona Coisa Ruim (Marisa Letícia!), Princeton, Kate Monstra, Sabrina Korgut, Nicholas, Lucy de Vassa, Fred Silveira e Trekkie Monstro.
Na frente: Claudia Netto e Renato Rabelo.

André dá um show como Princeton e Rod. Sabrina canta MUITO como Kate e Lucy. O Trekkie de Fred é IMPAGÁVEL! Disparado o melhor (pra mim)! A Japaneusa de Claudia é demais também. E não tem aqueles momentos mais ou menos, meio parados... Toda a peça é boa! Os ursinhos, o "neeem" da Lucy, a cena de sexo, a música pornô (a melhor!), o Gary da embalagem de chocolate, as piadas atualizadas, o vestido de casamento, o "botoqui" da Dona Coisa Ruim, a bebedeira da Kate, a música do preconceito, o dilema de Rod, a vaquinha pra escola e tudo mais! Mais uma obra-prima de Charles Möeller e Cláudio Botelho.

O musical começou na Brodway em 2003 e ganhou o Tony Awards (Oscar do teatro) em 2004. O texto de Jeff Witty gira em torno de Princeton que chega na Avenida Q, em Nova York, para procurar um rumo em sua vida. Lá humanos e mosntros, todos com um quê de fracassados, sobrevivem às mazelas da vida. Já foi chamado de Vila Sésamo ou Muppet para adultos.

Eu só sei que são 2 horas com um pequeno intervalo e, infelizmente, só vai até o dia 26. Tem gosto de quero mais. Taí... o Q deve ser de Avenida Quero mais!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Design de serviços... isso é sério?

Ninguém sabe direito o que é o design, como funciona o design ou quem faz o design. À vezes, nem quem faz... No entanto, cada dia que passa surge uma nova "subdivisão" do design: design de informação, design de interiores, design experiencial, design de iluminação, design emocional e até design de bolos (pois é...). Historicamente, isso aconteceu da mesma forma com o marketing. Recentemente me deparei com design de serviços (aliás, já não existe o marketing de serviços? pois é...). E eu pergunto... isso é sério?

No próximo dia 4 de agosto, acontecerá a décima segunda edição do evento Design to Business em Curitiba (precisava ter o nome em inglês?). O principal palestrante é Oliver King diretor da consultoria britânica Engine que tem como objetivo "ajudar os setores público e privado a desenvolver e orquestrar serviços que deixem os consumidores felizes" (tradução livre do site).

Apesar da ironia, fica a pergunta genuína: isso é sério?

Investigando mais, descubri através do blog da Lígia Fascioni que será aberta a primeira empresa especializada em design de serviços no Brasil: a El Born, de Luis Alt. Ok... então... lendo o post sobre o assunto fica parecendo que é uma mistura de design experiencial com relações públicas e RH, ou seja, faz-se um mapeamento da empresa para saber a quantas anda o contato entre e empresa e seu cliente (melhor "cliente" do que "consumidores felizes"). Isso tudo parece vir como resultado de trabalhos de "voz da marca", "personalidade da marca", "alma da marca" e outras "coisas da marca" que foram inventadas para traduzir uma coisa só: a IDENTIDADE DA MARCA. Sem querer denegrir o marketing que possui importante função no mercado, é nessas horas que eu lamento muito o design não ter tido uma representação forte que o impedisse de se fundir dessa forma ao marketing na década de 80...

Bom... e aí trago outras questões: quem se responsabiliza pela educação, pelo respeito e pelo compromisso da empresa? Não é ela própria? De que adianta montarmos um belíssimo projeto do tal design de serviços, se na hora que o cliente agenda uma visita técnica, o horário não é cumprido? Ou quando ligamos para fazer uma reclamação, os atendentes são sarcásticos?

Sei que a vida dos operadores de telemarketing, das ouvidorias, dos SAC's etc, não deve ser fácil. Mas será que esses profissionais se lembram em algum momento que eles também são usuários? Que quando eles precisarem do serviço, eles também vão se deparar com pessoas sem educação, sem respeito e sem compromisso com o cliente? Coloquem-se no lugar do outro!!!

Design é importante? Claro que é! E independente de qual subdivisão, pois (dizem que) a pulverização da área fortalece seu embasamento! Sei... bom... mesmo assim, antes dele vem a ética, a educação, o respeito, o compromisso. Sejamos humanos.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Virada Russa 2!

Não falei que era imperdível? Até resolvi ir de novo para relembrar algumas coisas! De cara, decidi entender melhor a história do fascinante Quadrado Negro:
No final de 1913, em São Petesburgo, estreou a ópera bufa "Vitória sobre o sol" (que já teve versão brasileira, sabia?), com música de Mikhail Matiúchin, libreto de Aleksei Krutchonikh e figurinos e cenários de Maliévitch. Resumindo, era a batalha dos budetliáni (homens do futuro) contra o sol. No fim, usando roupas estranhas parecendo alienígenas, os budetliáni vencem o sol ao rasgar a cortina que o representa em forma de um quadrado negro. Essa foi a primeira vez que Maliévitch empregou o quadrado negro como uma imagem artística e um símbolo. No fim de 1914, o artista organizou a exposição "0,10 – Última Exposição Futurista", com cinquenta obras suas e dezenas de obras de outros artistas. Foi o início do Suprematismo (do latim "supremus", "o mais elevado", foi um movimento artístico russo baseado em formas geométricas simples). O Quadrado Negro ficou pendurado em um canto separado com iluminação própria, colocando-se em posição de ícone, com um sentido sagrado.
Muito bom, não? E não podia deixar de citar algumas obras que me deixaram surpreso: logo na primeira sala já nos deparamos com Acácias na Primavera de Larionov e, na sua frente, Inverno de Natalia Gontcharova. Ambos contextualizam a arte russa e não são obras primas, mas são belas. Destaque para o quadro da artista russa.Filonov – aquele que é impressionante – ainda tem um quadro chamado A guerra alemã (1914/1915) que une sua técnica incrível ao cubismo. Os dedos dos soldados fazem a gente se perguntar como alguém é capaz de pensar e fazer aquilo.E na última sala, tem A condutora de Aleksander Samokhvalov. O impressionante dessa obra é sua força. Todo mundo que passava por ele, parava e dizia: "Nossa... essa mulher é forte!". Se era esse o objetivo do artista, ele acertou em cheio no tom.Infelizmente, a obra que considerei a – talvez – mais bela de todas da exposição não possui imagem boa na internet, apenas esse "arremedo pixelado" que coloco aqui com pesar, pois tira totalmente sua beleza. A capacidade Aleksander Labás teve de pintar O trem vai (1929) com movimento é lindíssima. Também não consegui imagens do belo cartaz Primeiro de Maio de Iakov Guminer, que mostra um resultado com design.

Preciso dizer que vocês precisam ir? E que é de graça?

PS.: Todos os nomes russos e histórias foram escritos de acordo com as legendas e textos da exposição. Na internet, é possível encontrar outras versões.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Virada Russa!

Aproveitei o domingo para ver a exposição Virada Russa no CCBB. Imperdível! São mais de 100 obras inéditas no Brasil, entre telas, cartazes, esculturas e figurinos, vindas diretamente do Museu Estatal Russo, que ajudam a constituir os fundamentos da arte moderna e apresentam o Construtivismo, o Suprematismo, o Futurismo e o Cubismo que romperam com a arte tradicional.

A primeira das seis salas da exposição mostra o surgimento de um modernismo artístico e contextual antes da Revolução Russa de 1917. Apesar de ainda figurativa – e nem sempre de qualidade –, encontra-se casos de rara beleza e os primeiros sinais da geometria vanguardista, como o Barbeiro, de Mikhail Lariónov.As salas seguintes apresentam a explosão criativa Chagall, Kandinsky, Rodtchenko e Tátlin. Mas foi aí que me lembrei de uma passagem interessante... Ainda no primeiro ano da faculdade, estive no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e me deparei com algumas obras intrigantes, geométricas e monocromáticas que me fizeram pensar que qualquer um poderia fazer "aquilo". Apesar de uma certa razão, minha ignorância me afastou um pouco desse mundo por achar que qualquer lata de tinta jogada na tela ou amontoado de sucata seria chamado de arte.

E então me deparo com o Quadrado Negro (1923), de Kazimir Maliévitch. Tenho certeza que muitos que passaram pela exposição tiveram a mesma reação que tive no MNBA. Mas agora entendo melhor: pra mim arte era técnica e não significado. As pessoas ainda esperam as artes perfeitas de Da Vinci, Michelangelo, Rafael, Caravaggio. O importante no Quadrado Negro não era a chapada perfeita, a tela pefeita ou o enquadramento geométrico da forma e sim o seu significado. Na peça de teatro "Vitória sobre o sol", onde a humanidade no futuro enfrenta o sol como vilão, Maliévitch havia feito a cenografia e colocado um quadrado negro como símbolo do sol que era rasgado ao fim do ato. Essa representação foi continuada pelo artista em seu famoso quadro, que, posteriormente, foi colocado em um exposição de vanguarda como um símbolo de adoração e ganou o status de ícone revolucionário. Ou seja, muito mais que a técnica. Dessa experimentação ainda vieram Cruz Negra e Círculo Negro, no mesmo ano. E Maliévitch ainda nos deu expoentes geométricos como sua xícara em meio-círculo (1923), suas esculturas experimentais e outras pinturas bárbaras, como Cabeça de camponês (1928-1929).Assim, St. George (1911) de Kandinsky, Círculo Branco (1918) de Rodtchenko, e Movimento no espaço (1922) de Matiúchin ganharam uma nova dimensão e abriram um novo mundo pra mim.
A exposição ainda me apresentou a Pavel Filonov. Depois desse discurso "conceito sobre técnica" que fiz, volto a exercer meu fascínio pela técnica. Pouco conhecido e valorizado por causa do isolamento socialista stalinista, este pintor foi capaz de produzir obras de incríveis complexidades técnica e simbólica. Cada milímetro do quadro, cada pincelada de cor, cada vez que se vislumbra sua arte, somos apresentados a uma nova realidade. Fiquei impressionado com seu Fórmula de Primavera (1920).O fim da exposição apresenta a arte voltada para o povo e para a política. Aparecem os primeiros cartazes, tecidos e objetos com artes aplicadas: os primórdios da influência russa no design mundial. Quero conhecer muito mais sobre o assunto.

Parabéns a todos que trouxeram este evento pra cá. Repito: I-M-P-E-R-D-Í-V-E-L! Até 23 de agosto no CCBB! E de graça! Ah... como está rolando o Anima Mundi, a exposição tem ficado LOTADA de crianças e isso tem seus prós e contras.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Inferno astral prematuro

Olha... não é por anda não... mas acho que meu inferno astral é preamaturo que nem eu... o mês de julho sempre é uma bomba com alguns dias especiais (como hoje!). Que venham os outros círculos deste inferno!