domingo, 24 de fevereiro de 2013

Cartazes oscarizáveis

Mais tarde teremos a entrega do Oscar para o cinema americano. O maravilhoso designer Olly Moss fez um incrível cartaz com os 84 Oscar anteriores interpretando os vencedores daquele ano.

Clique para aumentar e divirta-se tentando lembrar os vencedores!


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood também encomendou cartazes comemorativos celebrando os indicados a Melhor Filme aos artistas da Gallery 1988. Vejam:

Amor, por Matt Owen
A hora mais escura, por Godmachine
Django Livre, por Mark Englert
Argo, por Anthony Petrie
As aventuras de Pi, por Tom Whalen
Lincoln, por Jeff Boyes
Indomável sonhadora, por Rich Kelly
Os miseráveis, por Phantom City Creative
O lado bom da vida, por Joshua Budich

Excelente iniciativa. Tomara que ela seja repensada todos os anos! Meu palpite para o Oscar? Lincoln... americano adora se presentear. Mas podemos ter uma grande surpresa com o excelente Argo.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Ao Oscar com: A VIAGEM

Tá, tá... eu sei que esse filme não está no Oscar e foi considerado um dos piores filmes do ano passado, mas eu gostaria de fazer algumas considerações. Primeiro, vamos à história de A Viagem (Cloud Atlas, 2012):
Seis histórias ocorrem em épocas e países distintos, mas estão interligadas. No século XIX, Adam Ewing (Jim Sturgees) é um advogado enviado pela família para negociar a comprar de novos escravos. Ao retornar para casa, ele salva um escravo, Autua (David Gyasi), que muda toda sua vida. Em 1930, o jovem e talentoso compositor Robert Frobisher (Ben Whishaw) ajuda o também compositor, e já idoso, Vyvyan Ars (Jim Broadbent) a escrever sua obra-prima. Em 1970, a jornalista Luisa Rey (Halle Berry) conhece Rufus Sixmith (James d'Arcy) quando o elevador em que ambos estão quebra e acaba se envolvendo em uma trama nuclear de proporções apocalípticas. Nos dias atuais, Timothy Cavendish (Jim Broadbent) é dono de uma pequena editora, precisa se esconder de um autor violento e acaba preso em uma instituição psiquiátrica. Em uma Coréia do Sul futurista, Sonmi-451 (Donna Bae) é um clone que trabalha em um restaurante fast food. Ela foi programada para realizar todo dia as mesmas tarefas, sem manifestar qualquer reclamação, mas a situação muda quando outro clone acaba, sem querer, despertando-a sobre sua existência. Em um futuro pós-apocalíptico, conhecemos Zachry (Tom Hanks) e sua tribo que venera Sonmi como se fosse uma deusa. Sua vida muda quando a evoluída Meronym (Halle Berry) lhe pede para viver com sua tribo em troca de um favor.

Direto aos problemas, eu começo pelo título. Reza a lenda que o o nome "A viagem" foi dado porque acharam que tinha a ver com espiritismo e vidas anteriores e associaram o filme à antiga novela da Globo de mesmo nome. Acreditam? Pois é... na verdade, não existe encarnação, mas um maldito sinal de nascença em forma de cometa e o uso contínuo de atores em maquiagens distintas dão a entender que sim. Em alguns casos podemos até discutir algo como memória genética e por aí vai... Mas não! Não é sobre encarnação, mas sobre a repercussão dos atos que tomamos em vida! Confesso que não sei como traduzir o título, mas o que está não rola.

O segundo problema é a edição. Não há um porquê explícito nos cortes entre as histórias. De repente vamos do século XIX ao futuro pós-apocalíptico aos dias atuais em um piscar de olhos. Quase uma novela de Glória Perez... Às vezes até demoramos a nos dar conta do que estamos vendo. E isso é chato porque as histórias não são todas interessantes. Acho que 2 ou 3 te prendem e te fazem querer saber mais, como a história de Jim Broadbent como um editor preso em um hospital psiquiátrico. É leve, engraçada, romântica. A Coréia futurista lembra demais Matrix (1999) - que também foi dirigido pelos irmãos Wachowski - e nos intriga e nos envolve a cada cena (seria uma nostalgia ao original Matrix que desencadeou sequências medianas?). Podiam lançar um DVD onde poderíamos assistir cada história separadamente, na ordem que quiséssemos...

Por último, vem o objetivo. O filme começa em um lugar qualquer e vai pra lugar nenhum. Não estou falando de locações, mas de um motivo, um porquê, uma razão para aquilo tudo estar acontecendo. Ou seja, o filme acaba e é fácil você procurar uma razão para você estar ali vendo aquele filme.

Mas também não achei tão devastador assim. A maquiagem é interessante (mas não é essa cocada toda que estava sendo proclamada. Talvez merecesse uma indicação). Vale a pena esperar os créditos para ver como os atores se transformaram ao longo do filme. É um filme grandioso que vale o ingresso do cinema pelas imagens e sons. E só.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ao Oscar com: O HOBBIT

O retorno à Terra Média é o filme de hoje. Falemos de O Hobbit: Um jornada inesperada (The hobbit: An unexpected journey, 2012). Vamos a história:
Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) vive uma vida pacata no condado, como a maioria dos hobbits. Um dia, aparece em sua porta o mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), que lhe promete uma aventura como nunca antes vista. Na companhia de vários anões, Bilbo e Gandalf iniciam sua jornada pela Terra Média. Eles têm por objetivo libertar o reino de Erebor, conquistado há tempos pelo dragão Smaug e que antes pertencia aos anões. No meio do caminho encontram elfos, trolls e a criatura Gollum (Andy Serkis) com seu precioso - e já famoso - anel.
Impossível não se sentir em casa. Temos Frodo, Gandalf, Gollum, Saruman, Lorde Elrond, Galadriel... As paisagens são familiares e até mesmo os personagens desconhecidos nos passam uma sensação de deja-vu.

E isso é tão bom quanto ruim... porque o filme é chato! Já passamos pela longa trilogia do Senhor dos Anéis (Lord of the Rings, 2001, 2002 e 2003) e não somos apresentados a nada novo. São as mesmas correrias e batalhas lotadas, sendo que os efeitos especiais não parecem ter evoluído e é possível detectar alguns problemas de continuidade (fora os inúmeros clichês). E o pior é que Peter Jackson resolveu criar uma nova trilogia caça-níqueis que deixou esse filme sem um final e com partes alongadas que nem o fino livro considera! Devemos esperar ainda por Aragorn, Legolas, blá, blá, blá que não aparecem no livro!

Só Gollum salva! Mesmo um vilão, ele já havia conquistado o público e agora é facil você torcer por ele e vê-lo como vítima. Sua disputa com Bilbo é um dos poucos bons momentos do filme.

Apesar disso tudo, com certeza irei ao cinema para ver as continuações por mais chato que seja. E quero deixar aqui uma questão que me intriga desde a trilogia inicial: porque Gandalf não convoca as águias desde o início e encurta essas viagens longas e perigosas? Cara chato!

O filme está concorrendo à prêmios técnicos e tem chance de levar alguns, mas não merecia só por conta desse capitalismo exagerado que arruinou o potencial de um filme único (ou, no máximo, dois).

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ao Oscar com: OS MISERÁVEIS

Hoje falo da adaptação da obra de Victor Hugo, Os Miseráveis (Les miserábles, 2012). O escritor contou a seguinte história:
Próximo a Revolução Francesa do século XIX, Jean Valjean (Hugh Jackman) rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e acaba sendo preso por isso. Solto tempos depois, ele recebe uma segunda chance de se redimir e se reinventar para fugir da perseguição do inspetor Javert (Russell Crowe). Seu caminho se cruza com o da desesperada Fantine (Anne Hathaway) e toda sua vida muda quando ele promete cuidar de sua filha, Cosette.

Tive a sorte (e o enorme prazer) de conhecer esta obra-prima através da montagem na Broadway. Dessa forma, tudo era familiar... mesmo assim... a emoção fluiu em cada música, cada momento, cada lembrança. Fico muito feliz de saber que ainda me arrepio com música e que ainda sou tocado pela arte. Isso me sublima.

Dito isto vamos às considerações. As reclamações ao filme são inúmeras, porque ele é totalmente musical, ou seja, sem quaisquer diálogos. Talvez os incautos não tenham entendido que o filme é uma adaptação do que foi feito na Broadway, e não ao livro, e por isso tenham saído injuriados.

Alguns que viram a magnânima peça também reclamaram da linguagem. Ora... são duas mídias diferentes! Claro que tinha que ser diferente! No teatro, temos acesso visual a tudo com destaque para a iluminação, ou seja, quando alguém canta você vê o ator inteiro e a parte do cenário que está iluminada. Quando temos dois ou mais cantores em cena, podemos ver tudo ou escolher o que ver e ouvir. No cinema, não: nós vemos o que o diretor quer. A saída de Tom Hooper foi dar um close nos atores em seus momentos musicais, como se fosse a iluminação do teatro que faz todo o foco ficar em cima deles. Em caso de cenas de ação, duetos ou mais cantores ficamos a mercê das decisões da direção (e às vezes ficamos sem saber quem está cantando. Mas não é assim no teatro?).

Isso é ruim, então? Acho que não. Isso dá aos atores um potencial dramático único. Hugh Jackman (que já ganhou prêmios como cantor da Broadway) consegue ficar irreconhecível e se distancia de seus papéis de galã de ação. Anne Hathaway só precisou de uma música (e que música! Que cena!) pra ser indicada a todos os prêmios do cinema americano e (se não me engano) levá-los pra casa. Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen (isso mesmo... o Borat!) dão o alívio cômico sem se perder na força dramática da história.

Não sei se o filme irá levar muito mais do que o prêmio de Anne Hathaway - e alguns prêmios técnicos -, porque esse filme é, na verdade, a música. Impossível não querer entrar para a resistência francesa com todos aqueles incríveis hinos (e com o esperto Gavroche) ou se apiedar da on-my-own Eponine. Até o fraco Russell Crowe (aliás... era ele mesmo cantando?) e a acima-do-tom Amanda Seyfried são salvos pela música.

Repetirei quantas vezes for necessário: a música é sublime e a arte é capaz de nos salvar de nós mesmo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ao Oscar com: O LADO BOM DA VIDA

Hoje vamos saber mais sobre o ótimo O lado bom da vida (Silver linings playbook, 2012). Como de praxe, primeiro a história:
Por conta de algumas atitudes agressivas, Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu tudo na vida: sua casa, o emprego e o casamento. Depois de passar um tempo internado em um hospital psiquiátrico, ele retorna para a casa de seus pais, decidido a reconstruir sua vida, passando por cima do passado recente, até reconquistar a ex-esposa. Embora seu temperamento ainda inspire cuidados, um casal amigo o convida para jantar e ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma jovem viúva também problemática. Ambos iniciam uma amizade que provoca mudanças significativas em seus planos futuros.
Adoro quando vou ao cinema sem quaisquer expectativas e saio supreendido! Avaliado como drama, o filme deveria ser classificado como tragicomédia romântica. É duro ver todo o cinema rindo - inclusive você! - das situações difíceis que os personagens passam. Parece quando rimos assim que alguém cai da cadeira... não deveria ser engraçado!

Neste filme percebemos que todo mundo tem problemas, mas são os considerados problemáticos que possuem a probabilidade de se tornarem pessoas melhores. Os "normais" vivem conformados em suas insatisfações, suas inseguranças e suas manias sem saber (nem se dar conta de) como sair disso.

E o filme ainda tem Jennifer Lawrence roubando TODAS as cenas! Mesmo quando ela está frente a frente com Robert De Niro! Aliás, a melhor cena é quando ela dobra o ator. Seu Oscar seria garantido se a concorrência não estivesse tão equilibrada, mas ela andou ganhando praticamente tudo que disputou, então, a chance é grande. De Niro e Cooper devem ficar felizes por suas indicações e só. Como o filme foi produzido pelos pelos papa-títulos dos irmãos Weinstein, tem gente apostando na vitória final. Se ganhar será ótimo, mas acho difícil porque existem algumas inconsistências e fortes concorrentes.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ao Oscar com: DJANGO LIVRE

Hoje falarei sobre o faroeste de Tarantino, Django Livre (Django unchained, 2012). Primeiro, a história:
Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto cujo passado brutal com seus antigos proprietários leva-o ao encontro do pouco ortodoxo Dr. King Schultz (Christoph Waltz). O alemão compra Django com a promessa de libertá-lo quando tiver capturado seus torturadores, vivos ou mortos. Missão completa, Schultz transforma Django em um caçador de recompensas, tendo como objetivo principal encontrar e resgatar Broomhilda (Kerry Washington), sua esposa, que ele não vê desde que ela foi adquirida por outros proprietários, há muitos anos. Sua busca os leva a Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), o dono de uma plantação famosa que treina os escravos locais para lutar. A partir daí, o cerco toma forma e são feitas escolhas entre independência e solidariedade, sacrifício e sobrevivência.

Antes de assistir esse filme, é preciso entender Tarantino, pois o filme tem todos os clichês do diretor. Quando vi a primeira parte de Kill Bill (Kill Bill: vol. 1, 2003) no cinema, eu ri horrores com todo o sangue esguichado porque sabia das homenagens que estavam sendo feitas. Mas depois de ver Bastardos Inglórios (Inglourious basterds, 2009) e Django, fica-se a certeza que Tarantino criou um "estilo" cinematográfico próprio: da vingança sanguinolenta (ou estaria ele ficando repetitivo? Será que devemos esperar uma vingança sanguinolenta em ficção científica espacial?).

Bom... o filme não é pra qualquer um. Nenhuma atuação consegue se destacar porque Tarantino é quem aparece. Ele é o filme. Aliás, um filme longo demais, mas que não poderia ser mais editado ou não seria Tarantino. Inclusive acho que Christoph Waltz deveria se afastar um tempo dele, porque, depois de ganhar o Oscar com seu excelente nazista, seu doutor (também alemão) caiu na mesmice.

Agora venho me retificar: apenas um ator aparece e ele se chama Samuel Jackson, o arroz de festa de Hollywood. Há alguns anos, Jackson decidiu participar de todos os filmes possíveis porque gosta de trabalhar. Assim entrou para os novos Guerra nas Estrelas (como o jedi Mace Windu) e para os filmes da Marvel (como o diretor Nick Fury), entre muito outros filmes que podem ter suas qualidades questionadas. Mas o talento do ator não. Seja protagonista ou coadjuvante, Jackson se entrega ao personagem da forma que o diretor pede: caricato e polêmico.

Pra mim, o filme sai de mãos vazias ou com prêmios técnicos.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ao Oscar com: ARGO

No próximo domingo teremos a entrega do Oscar. Por essa razão, farei postagens rápidas sobre alguns filmes que estão na disputa de alguma categoria. Já falei sobre As Aventuras de Pi (The life od Pi, 2012), e hoje falarei sobre Argo (2012).

A história:
1979. O Irã está em ebulição, com a chegada ao poder do aiatolá Khomeini e oasilo político que os EUA garantiram ao antigo xá opressor. Nas ruas de Teerã, diversos protestos contra os americanos. Um deles acontece em frente à embaixada do país, que acaba invadida, mas seis diplomatas americanos conseguem escapar do local e se refugiam na casa do embaixador canadense. Lá eles vivem durante meses, sob sigilo absoluto, enquanto a CIA busca um meio de retirá-los do país em segurança. A melhor opção é apresentada por Tony Mendez (Ben Affleck), um especialista em exfiltrações, que sugere que uma produção de Hollywood seja utilizada como fachada para a operação. Aproveitando o sucesso de filmes como "Guerra nas Estrelas" e "A Batalha do Planeta dos Macacos", a ideia é criar um filme falso, a ficção científica Argo, que usaria as paisagens desérticas do Irã como locação. O projeto segue adiante com a ajuda do produtor Lester Siegel (Alan Arkin) e do maquiador John Chambers (John Goodman), que conhecem bem como funciona Hollywood.

Sinceramente fui esperando muito pouco do filme, pois confesso que não sou muito fã dessas reconstruções políticas internacionais (sou mais ficção e conspiração) e não acreditava na veracidade da história. No entanto, com um elenco excelente e uma direção superba de Ben Affleck, o filme me impressionou bastante. Em determinado momento do filme, a situação está tão tensa que não se ouvia respirações no cinema. Quando a situação se resolveu, foram inúmeros suspiros de alívio e pessoas se acomodando em suas cadeiras.

Andei lendo que a academia esnobou um pouco esse filme e não o indicou para prêmios importantes. Lamentável, pois mesmo não acreditando na veracidade da história, me interessei muito mais por esse filme do que por Lincoln (que deve ganhar tudo... afinal... é o "grande presidente americano" na telona). Porém, Argo e Ben Aflleck ganharam praticamente tudo que concorreram até agora! Dos competidores ao melhor filme, esse ganha o meu voto.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Cores rotuladas

Toda cor tem um significado: vermelho é fogo; verde é natureza; o céu é azul; e assim vai. Enquanto algumas das associações são feitas diretamente pela visualização de objetos e fenômenos naturais, outras são criadas pela sociedade, como a psicologia das cores que nos diz que vermelho é paixão, branco é paz e laranja abre o apetite. É claro que isso vai gerando padrões visuais tão enraizados na cultura que fica até difícil de se perguntar porque essa cor representa isso e não aquilo? Por exemplo, se o planeta é 2/3 de água e ainda temos tudo envolto por céu azul, por que pensamos no verde para ecologia?

Como designer, as características das cores são de suma importância, pois alteram a percepção do que se cria. Veja um caso: conheço um profissional que fez uma embalagem de filme para microondas com as cores vermelha e amarela porque são cores quentes (esquentar comida) e juntas formam laranja (que abre o apetite). No entanto, o cliente queria usar o verde porque a embalagem era de papel reciclado. O profissional lutou contra isso porque não há nada ecológico em plástico de microondas e muito menos em papel reciclado*. Esse é apenas um caso entre vários que poderiam ser contados.

E uma coisa que sempre me intrigou são as cores formadores de gênero, ou seja, as masculinas e femininas. Por que meninos tem que usar azul e meninas tem que usar rosa - principalmente quando bebês? Pra mim isso sempre foi uma orientação (determinação) sexual velada da sociedade, mas nunca soube da origem disso, mesmo que tivesse alguns palpites. Agora finalmente consegui algum embasamento teórico! E antes de entrar nisso, vejam esse vídeo POR FAVOR! É rapidinho e dá pra ativar legendas em português.



É ou não é orientação velada?

Encarte de moda de 1928
Bom... a colunista Laila Razzo do Jornal Pequeno de São Luís parece ter feito uma extensa pesquisa sobre o assunto, inclusive descobrindo que antes era o contrário! Isso mesmo... meninos tinham que usar rosa e mulheres azul! Ela traz informações que eu não sabia, como a influência do Cristianismo na mudança das cores de gênero, tanto de antes (quando vermelho era uma cor masculina denominada aos cardeais e o azul destacava a pureza da Virgem Maria) quanto no atual (azul é a cor do céu que protegia os meninos por causa da sucessão familiar, enquanto o vermelho era a cor dos demônios e das mulheres tentadoras).

Laila também aborda o já conhecido papel do marketing (É recorrente a utilização de símbolos específicos pela mídia a fim de valorizar minorias, mesmo que em campo abstrato de ideias, dando-lhes identidade em força consumidora.) e das guerras mundiais (Nos primeiros estágios após a II Guerra Mundial, a população passou a ser bombardeada pela publicidade de um mercado que enxergou o potencial de direcionamento de seus anúncios por cores representativas de gênero).


Infelizmente o texto dela saiu do ar depois da reformulação do jornal, mas destaco aqui partes interessantes:
"(...) Revestido de um interesse único pela diferenciação dos nenéns e guris fêmea e macho, já que não dá pra dizer quem é o quê nessa época da vida (e como se importasse tanto), pintaram elas de rosa e eles de azul. O costume causa um desconforto danado quando se vê um bebê de macacãozinho amarelo, que gafe horrorosa chamar ele de ela ou ela de ele, tirando que a mãe ou o pai vão se sentir mortalmente ofendidos. Pior que nem dá pra disfarçar com um 'Qual é o nome?', porque ficar sem falar 'dele' ou 'dela' já aparenta uma coisificação do serzinho. Piora quando respondem um nome unissex. Quanto desconforto por um costumezinho 'inofensivo'!"

"O problema não é a cor, e sim os valores sociais que as embalagens, bonecas, panelinhas e pôneis transmitem nessa roupagem. O conceito vendido do que é ser mulher e também do que é ser homem, enraizados desde muito cedo no inconsciente."

"É certo que o ser humano desde muito jovem já procura se encaixar como parte de grupos, um dos primeiros é a orientação e divisão de gênero, principalmente por haver uma diferença explícita no que meninos e meninas são levados a entrar em contato. Com uma sociedade pautada na identidade pelo que se consome e a necessidade de pertencer e se conectar, pouquíssimos meninos e meninas passarão impunes de olhares reprovativos e provocação de seus iguais (após terem a noção dessa divisa de gêneros em objetos e brincadeiras – já foi observado que crianças são livres de pré-conceitos de gênero no início da infância), educadores e outros adultos por terem preferências de vestuário, brinquedos e cores não tradicionais e incomuns ao seu sexo, ou por seus pais assim escolherem educá-los."
O texto era muito bom. Pena que saiu do ar. Tem um outro no Portal da Família, que também oferece informações contextualizadoras interessantes.

Precisamos nos lembrar que um arco-íris é um belíssimo fenômeno ótico antes de nos preocuparmos com qualquer simbologia de gênero. Precisamos nos lembrar que é a sociedade que dá rótulos e não as cores.

* Papel reciclado simplesmente é mais danoso ao ambiente do que o papel comum porque precisa de um número enorme de produtos químicos para retirar as impurezas antes de virar um papel utilizável. O correto seria utilizar papel de madeira de reflorestamento.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sem perdão, Malafaia!

No último domingo, o pastor Silas Malafaia (líder da igreja Assembléia de Deus - Vitória em Cristo) foi o entrevistado de Marília Gabriela no SBT. Para entender o que vou escrever a partir deste momento, sugiro que você veja a entrevista completa que está em 4 partes no site do programa (1 - 2 - 3 - 4). Em seguida, se tiver tempo, veja a resposta do geneticista Eli Vieira, rebatendo todos os argumentos e pesquisas "científicas" (com aspas mesmo) que o pastor citou.



Bom... não sabia se deveria continuar a dar Ibope para esse indivíduo, mas acho que o número de boçalidades proferidas com uma oratória agressiva (porém impressionante) é capaz de destruir a humanidade na base do ódio. Enxerguei um sucessor de Hitler...

Vestido de bicheiro, o pastor berra suas teorias a partir das suas próprias interpretações da Bíblia e se esquiva de perguntas contundentes. Grita em nome de Deus para colocar gays e assassinos no mesmo patamar (Eu amo os homossexuais como eu amo os bandidos) e urra sobre a possibilidade real de reorientação sexual por meio da religião. Acha horroroso o radicalismo islâmico, mas quer destruir os "safados" da revista Forbes nos EUA (Não tem dados que declarem que eu tenho R$ 300 milhões de reais. Meu patrimônio é de R$ 4 milhões, R$2 milhões são da minha editora).

Sobre a revista Forbes, até acho que Malafaia consegue uma boa defesa quando fala sobre sigilo fiscal. Mas é sabido que a revista faz uma estimativa das fortunas a partir de bens. No caso das igrejas, é possível que tenha sido feita uma estimativa do tão falado dízimo obrigatório. Mas fica feio quando ele usa as dificuldades familiares para justificar o dízimo. Quando é perguntado das recompensas que os fiéis tem, ele não diz quais são, mas nos deixa a pulga atrás da orelha: "quem fica pagando por 30, 40 anos por algo que não dá retorno? Deus trabalha com uma lei de recompensa.". Tá... verdade... mas e o discurso que se não pagar não vai ser feliz, não vai subir aos céus, a família vai acabar, etc etc etc. É na base da ameaça?

Então, quando entrou no assunto da homossexualidade, ele fica possuído. Diria até que ele deveria ir para um sessão de descarrego pra tirar o demônio do corpo. Cita pesquisas sem autoria, ignora a História da humanidade (mas crê no Dilúvio e na destruíção de Sodoma e Gomorra), impõe sua questionável autoridade de psicólogo e teólogo e acaba agindo como um fundamentalista (não um idealista, como ele tenta deixar claro). Ele consegue se esquivar, mas ainda deixa no ar uma preferência por um criança largada na rua do que a adoção por pais/mães homossexuais. Marília Gabriela tenta dizer que ele deveria ter cuidado com suas palavras porque ele é capaz de gerar um discurso de ódio, mas ele se apóia em um amor de Deus e numa Bíblia interpretada por ele.

Nesse ponto, sugiro que você veja o vídeo do deputado federal Jean Wyllis combatendo o discurso do pastor. O vídeo é bem anterior aos últimos eventos, mas é importante, pois o deputado termina seu discurso questionando a interpretação da Bíblia para benefício próprio.



Você viu que o deputado também fala sobre a evolução da sociedade (em casos como escravidão e atuação feminina), mas o pastor não crê na evolução humana. Para ele, "o que muda é a tecnologia, o homem é a mesma coisa". Ele diz que a evolução das espécies é só uma teoria porque não pode ser observada... Se você viu o vídeo do geneticista ou estudou biologia em qulquer escola, sabe que não há nada mais a falar sobre as teorias criacionistas. Mas o que me impressiona é um homem que se diz tão estudado, psicólogo, pioneiro em teologia e o escabau a quatro ser capaz de citar inúmeras pesquisas ditas científicas e não acreditar na ciência da evolução. Assim como escolhe o que usar na Bíblia, ele escolhe o que ler sobre ciência.

No meio de seu discurso, Jean Willys diz que a favor da liberdade de crença religiosa e, portanto, acredita que todos tem o direito de acreditar (ou não acreditar) no que quiserem. Por essa razão, temos que respeitar a crença desse pastor e de seus fiéis acerebrados que desrespeitam a própria cultura. No entanto, eu não vou respeitar um discurso de ódio embasado em religião. Religão é uma coisa do homem e não de Deus. A Bíblia é um livro escrito por homens e não por Deus. Se a religião prega o ódio é um problema do homem e não de Deus. Não há Deus, seja qual for a crença, que pregue o ódio.

Ainda bem que, no fim, Marília fechou com chave de ouro. Depois que o pastor desejou que "esse Deus que eu creio se revele cada vez mais a você", a jornalista não pestanejou e retrucou: "que o meu Deus, que eu não sei se é o mesmo que o seu, te perdoe".

Eu não o perdôo. E, se eu acreditasse no Deus dele, tenho certeza de que ele iria para o inferno.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Sprinklers... hã?

Preferi não tecer comentários aqui no blog sobre a tragédia de Santa Maria, porque o mundo todo só fala nisso: das 24 horas antes de cada vítima até os estabelecimentos fechados porque só agora resolveram fiscalizar. Já começou à caça às bruxas, sejam os donos da boate, a banda, a prefeitura que liberou o alvará ou até mesmo os bombeiros que não fiscalizaram antes da maneira correta. Mas foi o conjunto de todos esses fatores que resultaram na tragédia.

No entanto, algo me surgiu à cabeça. Falou se tanto em casa lotada, espuma acústica inflamável, extintores que não funcionaram... mas e os sprinklers? Fiquei achando até que ia ter uma daquelas chamadas do Globo Repórter com a voz de Chapelen:
Sprinklers: o que é? Como funciona? Tem no seu prédio? Tem na sua academia? Tem na boate? De onde vem a água? Bombeiros explicam tudo o que você queria saber sobre sprinklers nesta sexta, no Globo Repórter...
Confesso que comecei a procurá-los em restaurantes e academias e nada... Comece a procurá-los e você ficará tenso. Mas você sabia que existe o Instituto Sprinkler do Brasil, uma organização sem fins lucrativos dedicada à divulgação de informações relativas ao combate a incêndios por meio da utilização de chuveiros automáticos?


Então (pra quem não sabe), o ISB diz que o sprinkler
é um chuveiro automático capaz de controlar ou suprimir um incêndio antes que ele se espalhe, por meio da distribuição de um jato de água que atua sobre o foco inicial do fogo. É ativado por meio de um elemento termo-sensível que, quando atinge a temperatura de operação (de 68˚C a 74˚C, dependendo do sistema), rompe-se, permitindo que o sprinkler se abra. Nesse momento, sob pressão, a água é descarregada pelo orifício do sprinkler, espalhando-se em formato de guarda-chuva sobre o fogo.

Um sistema de sprinkler faz soar um alarme sempre que a água é descarregada por um ou mais sprinklers. O alarme local – a campainha fora do edifício – soa, alertando a todos na área da liberação de água. Ao mesmo tempo, um alarme também poderá soar em uma central remota de monitoramento ou supervisão. Ao ouvirem o alarme ou descobrirem o fogo, as pessoas presentes no edifício devem telefonar para a brigada local de combate a incêndio. Mas terão a segurança de que o sistema de sprinkler já estará acionado para o controle e até a supressão do fogo, minimizando as perdas e facilitando o trabalho dos bombeiros.

O sistema de sprinklers inicia o combate ao incêndio sem a necessidade da ação humana. Outros meios, como extintores e mangueiras, obviamente pressupõem a ação de pessoas. Como o fogo provoca altas temperaturas em pouquíssimo tempo, gerando densa fumaça e acabando com o oxigênio, a ação humana no controle do incêndio é prejudicada. Em um edifício sem sprinklers, o fogo facilmente fica descontrolado e quando os bombeiros chegam, têm dificuldade de combatê-lo – muitas vezes não evitando perdas irreparáveis.
Acho que fica bem claro o recado que eu quero passar aqui. No filme Constantine (2005), os sprinklers são utilizados com água benta para destruir demônios... ou seja... brincadeiras ficcionais a parte, vale a pena gastar um pouco mais com a segurança, não?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O cartaz da nossa Copa

Outro dia postei aqui os cartazes de todas as sedes da Copa do Mundo no Brasil em 2014, e hoje foi lançado o cartaz oficial, que é esse aí do lado. Foi criado pela Crama, conhecido escritório brasileiro de design estratégico. Vejam algumas palavras sobre o cartaz:
O cartaz é um ótimo exemplo da grande capacidade criativa do Brasil. A proposta ganhadora sem dúvida servirá como um esplêndido cartão de visita para a Copa do Mundo da Fifa 2014, que começará em 498 dias. Com muita emotividade, o cartaz destaca a importância e o brilho do torneio, assim como o fascínio gerado pelo futebol. - Jérôme Valcke, secretário geral da Fifa

É diferente, brasileiro, criativo e ousado. Tem a nossa imensidão, capta nosso ritmo e nossas cores. À vitória! - Marta Suplicy, ministra da Cultura

O cartaz oficial é um passo importante para apresentar o Brasil e a Copa do Mundo da Fifa tanto no próprio país-sede quanto no exterior. É importante passar a imagem de uma nação que é moderna, inovadora, sustentável, feliz, unida e, é claro, apaixonada pelo futebol. - Ronaldo, craque e embaixador da Copa

Tenho certeza de que o povo brasileiro se sentirá bem representado assim que conhecer o cartaz. Estamos orgulhosos deste símbolo tão importante da Copa do Mundo da Fifa, que também mostra a paixão pelo futebol que existe em nosso país. - Bebeto, craque e embaixador da Copa

Essa peça venceu outros três cartazes finalistas. Sabemos que alguns dos jurados foram: Valcke, Suplicy, José Marin (presidente do COL), Romero Britto (artista plástico), Bebeto, Ronaldo, Carlos Aberto Torres, Amarildo e Marta. Essa é a comissão julgadora dita de alto nível?

Bom... independente disso, gosto bastante do resultado que trabalha a gestalt das pernas dos jogadores com o formato do Brasil. Ele parece seguir as linhas de identidade visual criadas para marca, tanto nas cores quanto nas formas. A única coisa que pega, pra mim, é a sua ligeira semelhança criativa com a marca da Unilever...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pode chover!

Sem chuva, não haveria arco-íris.

Isso me lembra uma frase do meu mestre de capoeira, Tubarão: "Quem tropeça, sempre cai pra frente". Lembra também a célebre "Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". A mensagem aqui é entenda os obstáculos como aprendizado.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Vida de amores


Hoje são os 64 anos de um dos grandes poetas da música brasileira. Seu último CD, Rua dos Amores, é um retorno às suas composições autorais e ao seu estilo marcado. Repito aqui as palavras que a equipe de seu site escreveu:
O aniversário é dele, mas o presente é nosso! Muito obrigada por tanta música boa!


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A morte e o escritor

Malária é um western exibido de forma dinâmica, em um cruzamento de mídias numa espécie de “stop motion comic”. E é muito bom! Vejam primeiro e eu falo mais depois:



Se você não entendeu a história, o mercenário Fabiano é contratado para matar a própria morte. O curta é escrito e dirigido por Edson Oda, com direção de fotografia de Sergio Prado e desenhos de João Pinheiro. Os dubladores são Antônio Moreno e Rodrigo Araújo. Ou seja, totalmente nacional! E com legenda para os gringos!

Algumas das mídias que vemos são: origami, kirigami (tipo de origami 3D), time-lapse, nanquim, quadrinhos e - é claro - a linguagem cinematográfica. O curta foi originalmente criado para participar de um concurso ligado ao filme Django Livre (Django Unchained, 2012), mas, por sua complexidade, não ficou pronto no prazo. Acabou indo The writer, que conta a história de Pedro, um cowboy que decide desafiar o escritor de sua história! Usando algumas das técnicas vistas em Malária, o curta venceu o concurso!



Essa criatividade toda me espanta! Achei sensacional! Ambos. Não só pelas técnicas, mas pelos enredos. Parabéns aos envolvidos!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Você sabe sua raça? Tem certeza?

Pois é... sabe? Te garanto que não. E a Folha de São Paulo resolveu provar isso – em matéria do ano passado, perto do vestibular, quando se discutia as polêmicas cotas raciais – fazendo o mapa genético de alguns candidatos.

Os resultados são impressionantes:


Confesso ter ficado surpreso com os resultados de Júnior, Célia e - principalmente - a "muito branca" Milene. Também jamais diria que Karine tem algo da raça negra nela. Comparando, então, com a fala deles fica certo de que nós mesmos não sabemos a nossa raça. Dois se dizem "morenos de sol", mas são geneticamente bem mais brancos do que imaginam. E coitado de Marcelo que se acha amarelo...

Quando fui me alistar no exército, me rotularam de pardo e assim eu sou para o Exército Brasileiro. Pra mim, pardo é papel. Até me acho "puxado na cor", mas pelo jeito um mapa genético me revelaria que tenho uns ameríndios perdidos no meu DNA. Me lembrei da escala de cor de pele feita por um designer francês e daquele texto chamando o homem branco de pessoa de cor.

Alguns tacharam a pesquisa de inútil, porque ninguém vai pedir o mapa genético na hora de fazer o vestibular. Acho que Milene, por exemplo, poderia entrar na justiça como cotista... Mas creio que o objetivo não é esse. É mostrar aos preconceituosos que eles possuem todas as raças dentro deles. É mostrar que devemos olhar para o futuro em busca de melhores condições sociais ao invés de ficarmos presos à ideologias raciais do passado.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mandela, por um ponto de vista

Para o 50º aniversário da prisão de Nelson Mandela – ocorrida em 6 de agosto de 1962 pela polícia do Apartheid, e que lhe custaria 27 longos anos de sua vida –, o artista plástico sulafricano Marco Cianfanelli criou uma incrível escultura no local da captura do ativista político.

São cinquenta placas de aço entre 6 e 9 metros de altura, cortadas a laser, ancoradas em concreto e inseridas na paisagem que, num ângulo específico de observação, assumem a imagem de Mandela atrás das grades.


Ímpar.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Bando Imobiliário!

Em 2007, Fabio Lopez lançou o polêmico War in Rio (pra quem ainda não sabe, é a versão do clássico jogo War acontecendo no Rio de Janeiro, com direito a tabuleiro dividido em favelas e pecinhas do Bope), intrigado pelos questionamentos levantados pelo filme Tropa de Elite. Em 2009, o Batalha Naval se transformou em Batalha Na Vala. E, em outubro de 2010, um cartaz para um terceiro filme da série.

Mas, no fim de 2012, sem muito estardalhaço, Fabio lançou um novo jogo: o Bando Imobiliário!


Também refletindo o filme (agora o número 2) e sua leituras sobre as milícias cariocas, o projeto tem bem mais complexidade que o War in Rio. Dinheiro, cartinhas de Sorte ou Revés, novas localizações... tudo - como sempre - impecável!


Na época do War in Rio, Fabio teve seus 15 minutos de fama e tomou um puxão de orelha do Beltrame. E agora? Será que ao invés de ficarem incomodados com a crítica, vão ficar incomodados com a situação do Rio? Por sorte, sei que, mesmo que a cidade consiga se recuperar desses problemas, o design instigante de Fabio não vai parar.

PS.: Tirando o Batalha Na Vala, que Fabio colocou para download, os outros dois jogos (War in Rio e Bando Imobiliário) são apenas críticas. Não há qualquer movimento de comercialização.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O ABC dos arquitetos

Animação bacana feita pelo designer colombiano Federico Gonzales, apontando um grande arquiteto para cada letra do alfabeto. Claro que não podia faltar Niemeyer... e ainda tem Le Corbusier e a Fundação Iberê Camargo.



São eles, então:

  • Aalto, Alvar: Säynätsalo Town hall, na Finlândia
  • Barragán, Luis: Satellite towers, na Cidade do México
  • Calatrava, Santiago: Satolas airport railway station, em Lyon
  • Domènech i Montaner, Luís: Antoni Tàpies foundation, em Barcelona
  • Eduardo Souto de Moura: Paula Rego’s House of Stories, em Cascais
  • Foster, Norman: London City Hall, na Inglaterra
  • Gehry, Frank: Guggenheim Bilbao, na Espanha
  • Herzog & De Meuron: Beijing National Stadium, na China
  • Isozaki, Arata: Palau Sant Jordi, em Barcelona
  • Johnson, Philip: The Glass House, nos EUA
  • Kahn, Louis: National Parliament of Bangladesh, em Dhaka City
  • Le Corbusier: Villa Savoye, em Poissy
  • Mies van der Rohe, Ludwig: Barcelona pavilion, na Espanha
  • Niemeyer, Oscar: Congresso Nacional, em Brasília
  • Olbrich, Joseph Maria: Secession building, em Viena
  • Pelli, César: Petronas Twin Tower, em Kuala Lumpur
  • Quarenghi, Giacomo: The Smolny Institute, em São Petersburgo
  • Piano, Renzo + Richard Rogers: Pompidou Centre, em Paris
  • Siza, Álvaro: Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre
  • Tange, Kenzo: Tokyo Olympic Stadium, no Japão
  • Utzon, Jørn: Sydney Opera House, na Austrália
  • Van Alen, William: Chrysler Building, em Nova York
  • Wright, Frank Lloyd: Guggenheim New York, nos EUA
  • Xenakis, Iannis: Philips pavilion, na Expo’58 em Bruxelas
  • Yamasaki, Minoru: World Trade Center, nos EUA
  • Zaha Hadid: The Pierres Vives building, em Montpellier 

Bem legal. Música The Butterfly de Eugene C.Rose e Franco George em creative commons, ou seja, baixe e use de graça!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Bolhas de sabão congeladas

Você sabia que uma bolha de sabão também pode congelar? E se o congelamento for feito do jeito certo, você verá um padrão hexagonal que tem como centro o ponto onde a bolha começou a congelar?



Ah... a natureza e sua geometria... lembra dos flocos de neve no macro?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

V

Segundo Manuel Bandeira, o fragmento de Violões que Choram, de Cruz e Souza, é o mais longo exemplo de aliteração da Língua Portuguesa:
Vozes veladas veludosas vozes,
Volúpia dos vilões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
A repetição dos Vs tem o objetivo de sugerir o sussurro do vento. E pra quem não sabe, aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons consonantais idênticos ou semelhantes em um verso ou em uma frase.

Mas o V do título não era pra dar aula de português, não... Eu queria era registrar os CINCO ANOS desse blog aqui! Acreditam? Cinco anos!

E, até quando der, estarei por aqui!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Impressões

Ontem terminou a grande exposição Impressionismo: Paris e a modernidade no Centro Cultural do Banco do Brasil. Com filas intermináveis diariamente - inclusive nas madrugadas de viradão cultural - acredita-se que mais de 500 mil foram ver as 85 obras no Rio de Janeiro (especula-se 320 mil em São Paulo). Já tem algum tempo que eu visitei, mas só agora estou escrevendo porque queria amadurecer algumas coisas.

Le joueur de fifre (1866)
A exposição trouxe pela primeira vez ao Brasil uma seleção do acervo do Museu d’Orsay. Para se ter uma ideia do tamanho da empreitada, o projeto começou há dois anos, custou R$ 11 milhões, foi anunciado como o maior da história do CCBB e envolveu requintes — além de cuidados cirúrgicos com temperatura, iluminação e manuseio (foi necessária a construção de uma reserva técnica refrigerada para conter o acervo) — como o transporte das telas em dias (e voos) diferentes, para minimizar o risco de perda, caso algo desse errado na operação de logística, cujos detalhes foram mantidos em sigilo.

A mostra foi dividida em seis módulos temáticos que apresentaram as obras de Camille Pissaro, Claude Monet, Edgar Degas, Édouard Manet, Henri Toulosse-Lautrec, Paul Cézanne, Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir e Vincent Van Gogh, entre outros mestres.

Na segunda sala, estava O tocador de pífaro, de Manet, que se tornou a imagem da exposição. O quadro foi rejeitado pelo Salão de Artes de Paris em sua época — quando foi defendido pelo escritor francês Émile Zola — e hoje é destacado pelo presidente do Museu d’Orsay como um dos maiores patrimônios da França. Na rotunda do CCBB, foram instalados quatro grandes painéis com cenários parisienses para que os visitantes se fotografassem nas locações francesas.

Femme au boa noir (1892)
Para aqueles que gostam de arte, foi um prato mais do que cheio: é pensão completa! E pra quem conhece um pouco de Impressionismo, ver a técnica de cada um foi de um valor inestimável. Pinceladas únicas se tornaram obras de arte. Já não é de hoje que gosto desse "ismo" e essa exposição só me fez ter certeza disso. E também reafirmei meu gosto pelas obras de Lautrec: Mulher de boá preto, em papelão é lápis de cor, é de cair o queixo.

Sobre a exposição em si valem alguns comentários:
  • Era uma exposição bem grande. Não digo isso pelo número de obras, pois já houve exposições com um número bem maior; digo pela informação. Cada obra tinha uma legenda explicativa trilíngue! Pra mim isso é excelente de ser feito no Brasil. Somos país de (quase) aculturados e só "ver o quadro pra dizer que viu" não significa que você sabe alguma coisa. Oferecer algo mais ao público mesmo que nem todos se interessem é louvável.
  • A ambientação em si era simples, pois a importância está nas obras. Alguns bancos foram colocados em ótimas posições para apreciação. Concordo com tudo isso, mas ainda acho que merecia um pouquinho mais. Mas isso é coisa minha de designer que já trabalhou com isso. Estava ótimo.
  • Pra mim, as filas foram exageradas, por mais organizada que fosse. Brasileiro tem que aprender que fila não significa sucesso. Até entendo a necessidade de só entrarem grupos de 50 pessoas em cada vez, mas deveria ter sido um esquema "sai um, entra outro". Cada grupo que entrava acabava caminhando junto e as salas ficavam saturadas. Era só entrar e 50 pessoas ficavam paradas no painel com projeções. O "tocador" parecia a Monalisa! Soube de gente que fazia o inverso: entrava, ia pro final da sala e terminava no começo.
  • A exposição estava linda, as obras eram MARAVILHOSAS, coisa e tal... mas vamos ser sinceros? Não foram obras do primeiro escalão. Claro que você tinha uma ninféia de Monet e umas baliarinas de Degas, mas não eram os principais desses artistas. Repito o que disse sobre o país de aculturados, então, isso não importaria... mas acho que está na hora de sermos vistos como um público que quer sim consumir boa cultura.

No todo, a exposição mereceu um nota 9,5. Mas o público carioca mereceu nota 10. Compareceu, não chiou, lotou as madrugadas de "viradão impressionista", divulgou... Excelente! Só falta alguém enxergar que a gente não quer só comida / a gente quer comida, diversão e arte!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Resumão do Batman

Veja em três minutos um resumo da nova Trilogia do Batman, constituída por Christopher Nolan:



E aí a gente tem certeza que o segundo filme é disparado o melhor com um Heath "Coringa" Ledger (R.I.P.) inesquecível.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

As aventuras existenciais de Tim Maia

Uma bacana animação sobre algumas das várias loucuras do nosso Tim Maia:



Narração de Devendra Banhart, produção dos hoandeses da Superheroes Amsterdam e da Shop Around, com ilustrações de Momo e Sprits. Valorização da cultura nacional no exterior!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Fechando com bola de ouro


O ano de 2012 foi abençoado para Lionel Messi. Além de todos os recordes batidos dentro de campo que já falei por aqui e do nascimento de seu primeiro filho em novembro, hoje ele foi consagrado o melhor jogador do mundo no ano passado, levando a Bola de Ouro da Fifa. Sendo que isso significa a quebra de mais um recorde: o primeiro jogador a receber o prêmio por quatro vezes consecutivas!

Indiscutível.

[ATUALIZANDO] Messi pode quebrar uma dezena de recordes agora em 2013:
  1. Maior artilheiro da história do Barcelona (superando os 369 gols de Paulino Alcantara; ele tem 311).
  2. Maior artilheiro de um clube espanhol em jogos oficiais (superando os 333 gols de Telmo Zarra; ele já tem 289).
  3. Maior artilheiro da seleção argentina (superando os 56 gols de Batistuta; ele tem 31).
  4. Maior artilheiro em Eliminatórias para a Copa (superando os 12 de Zamorano; ele já tem 7).
  5. Maior artilheiro da seleção argentina em Eliminatórias para a Copa (superando os 19 de Batistuta; ele já tem 11).
  6. Maior artilheiro da Liga dos Campeões (superando os 71 gols de Raúl; ele tem 56).
  7. Maior artilheiro do superclássico contra o Real Madrid (superando os 17 gols de Di Stéfano, ele já tem 16).
  8. Maior artilheiro do Campeonato Espanhol (superando os 251 gols de Telmo Zarra; ele já tem 196).
  9. Maior jogador argentino em número de títulos seja em seleção ou em clubes (superando os 23 títulos de Cambiasso; ele já tem 21).
  10. Conquistar a Chuteira de Ouro da UEFA pela terceira vez.
Agora sim... indiscutível.

Um carinho

Tirinha de Caetano Kury no Clube do Pança.
Clique para ampliar.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Viva o GIF!

Veja essa animação em stop motion feito pela Legs Media para comemorar os 25 anos do formato de imagens GIF, que nos ensina um pouco de sua história, desde a sua introdução em 1987 até o boom atual na Internet.



Vocês viram o clássico bebê dançante? Eu achava divertido o Homem-Aranha dançando sozinho e com seus amigos!



Aproveito pra contar uma anedota: em uma prova de Computação Gráfica do 2º ano do Ensino Médio do curso de Comunicação Social de onde eu dou aula, pedi que os alunos me dessem três diferenças entre os formatos GIF e JPG. Uma das alunas me respondeu o seguinte: "um começa com G e o outro acaba com G"...

Criativo, mas ela levou zero. Espero que essa animação me ajude nas aulas...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

O ano novo

Talvez em nenhuma outra ocasião o ano que se inicia tenha tido tanta carga no novo. Afinal, depois de tanta espectativa pelo fim, temos agora certeza que os maias predisseram o início de uma nova era, um novo ciclo.

Dessa forma, devemos encarar 2012 como um ano de fechamentos, de fim de ciclos, de preparação para as mudanças que se seguirão. Claro que isso traz conflitos, traumas e ansiedades, mas é hora de acreditar que o balde volta do fundo do poço trazendo água para aqueles que tiveram a perseverança de tirá-lo de lá. Isso fica claro pela astrologia, já que 2013 é ano de Saturno, responsável por revoluções na vida de todos (ou alguém aqui nunca ouviu falar no Retorno de Saturno aos 30 anos?).

2013 é ano da Serpente de Água (a partir de 13 de fevereiro), ano de instrospecção profunda e poder de concentração para atingir todos os objetivos desejados. É ano de reflexão, de planejamento. É também ano do orixá Obaluaê e de vibração do número 6 pela Numerologia. Será um bom ano para relacionamentos, especialmente para quem pensa em casar ou estabelecer algum tipo de união. Nele a justiça será valorizada assim como a família e os acordos. A arte e a criatividade também estarão em alta.

A Pantone definiu o Esmeralda (17-5641) a cor do ano. Energético, Saudável, Luxuoso, Radiante, Harmonioso... são alguns dos adjetivos que o Esmeralda vai trazer para 2013.

Combinações Pantone para o Esmeralda.

Já a Coral, acredita que a cor do ano para suas tintas seja o Violeta Inspirado: um índigo contundente que possui influência do violeta, nobre, sábio e profundo associado à honestidade, de fácil assimilação. Transmite sensação de tranquilidade e estabilidade, mas podendo adicionar uma força elegante e surpreendente.


Se você parar um instantinho, perceberá que seu 2013 já pode ser visto em todas as suas possibilidades de mudança. Seja pessoal ou profissional, você já deve saber que chegou a hora de fazer algo para que sua vida tome o rumo que você espera.

Então, o que você está esperando? Comece!

PS.: E você sabe o que representa o primeiro dia no ano? Veja aqui.