terça-feira, 8 de julho de 2014

Resultado óbvio e lógico

Eu avisei.


Claro que eu não esperava 5 gols em 20 minutos no primeiro tempo, mas eu esperava uma vitória com placar largo. O resultado foi óbvio. O Brasil jogou o mesmo futebol que vem jogando só que o adversário era a Alemanha. E não venham me dizer que os alemães jogaram um futebol perfeito, porque eles jogaram exatamente o que vem jogando (muito bem e sempre pra frente, mesmo ganhando)... só que o adversário era o Brasil. Além disso, o esquema tático do Brasil era exatamente o mesmo da Alemanha! Ou seja, a qualidade técnica do elenco faz/fez MUITA diferença.
  • TÉCNICO: Vou colocar o Felipão primeiro, porque acho que 50% do placar de hoje é dele. É impossível que ele tenha estudado a Alemanha. Não se entra com Bernard num jogo desse. O brasileiro não gosta de três volantes, mas era pra gente ter começado com Paulinho, Fernandinho e Luiz Gustavo. Só assim para diminuir a força ofensiva do meio de campo alemão. Aí ele coloca um jogador que é mais magro e mais fraco que a perna do Neymar? Era melhor ter colocado o William. Errou feio. 30% da culpa é dos jogadores que vou falar abaixo, afinal... errar a quantidade de passes que eles erraram é inadmissível para atletas que ganham milhões só pra fazer isso. Os outros 20% ficam com a torcida e com a imprensa que encheram a bola de uma seleção que desde o início não vem jogando nada. Essa frustração de agora não era pra ser uma surpresa.
  • GOL: Julio César não teve culpa em absolutamente nenhum dos gols. Chegou a fazer ótimas defesas, em chutes à queima roupa. Nem Ospina (Colômbia), Bravo (Chile), Eneyama (Nigéria) ou Ochoa (México) fariam melhor. Sem defesa e meio de campo não tem como um goleiro fazer milagres.
  • LATERAIS: Uma avenida dos dois lados. Erro de esquema tático. Ambos acreditaram que podiam avançar e deixaram espaços. Maicon ainda foi mais discreto, mas Marcelo vive de uma arrogância futebolística.
  • DEFESA: Fica difícil falar bem de uma defesa que toma sete gols, mas o problema maior sempre foi o meio... David Luiz não é craque. Se inspira no Lúcio em saídas desgovernadas para o ataque (porque o meio não cria) e acaba deixando buracos que não foram descobertos. Dante estava perdido, como se nunca tivesse treinado ou jogado do lado de David. Aliás... tinha tanta gente perdida em campo que parece que não houve treinamento algum.
  • MEIO DE CAMPO: Aqui reside o problema desde o início. Luiz Gustavo era o único que estava jogando bem antes, com boa marcação. Paulinho estava mal e entrou Fernandinho que hoje estava emocionalmente abalado, porque entregou 2 ou 3 gols. Luiz Gustavo não podia fazer proteção para um meio de campo passivo, uma defesa que não tinha laterais e um dos zagueiros indo para o ataque. Oscar não jogou DE NOVO! Foda-se que ele fez o gol (que de honra não tem nada) porque não fez nada desde o primeiro jogo da copa! Hulk não funcionou taticamente, porque está pesado fisicamente. Ficou perdido com a entrada do Bernard... e desse eu não tenho nada a falar porque ele nem deveria ter entrado. Essa papo de "alegria nas pernas" é coisa da imprensa. A entrada de Paulinho e Ramires no segundo tempo deram uma ilusão de que tínhamos melhorada porque surgiram oportunidades, mas, na verdade, foi a Alemanha que tirou o pé do acelerador.
  • ATAQUE: Repetitivo falar do Fred. Faço até uma ressalva: claro que ele é péssimo e não sabe armar jogo, nem servir de pivô ou qualquer outra função que um atacante pode ter, mas ele não é servido! Novamente: culpa do meio de campo inoperante! Revejam os jogos e contem quantas bolas o Fred recebeu com chances de fazer gol. Continuo dizendo que ele é péssimo e poderia ter criado situações melhores.
Costa Rica e Colômbia se sobressaíram porque o futebol mundial não é mais amor e paixão. É planejamento, treinamento e habilidade. O Brasil ainda acha que o melhor no futebol quando tem um campeonato ridículo e infra-estrutura péssima. E não estou falando de política. É de futebol mesmo. Vale deixar registrado: não acredito que o Neymar (e o Thiago Silva) mudaria a situação. Talvez o placar fosse menos largo, mas dificilmente venceríamos. Claro que a entrada de Neymar mexeria na marcação alemã e no emocional brasileiro, mas não no futebol.

A atitude da seleção alemã durante toda a Copa tem sido digna de estudos. Em 2006, eles perderam a final da copa em casa para a Itália. Agora é hora de aprender e revolucionar.

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