Mostrando postagens com marcador exposição. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador exposição. Mostrar todas as postagens

sábado, 15 de setembro de 2012

Milhazes

Beatriz Milhazes, uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras, está com uma exposição no Caixa Cultural do Rio de Janeiro até o dia 30 de setembro após 10 anos sem uma individual por aqui. Ela tem um vocabulário próprio de formas coloridas e vibrantes a partir de pinturas serigráficas que a colocou entre as mais conhecidas no panorama internacional da visualidade contemporânea.

Mas se você analisar bem as 17 gravuras apresentadas verá semelhanças incríveis: ela com certeza utilizou as mesmas matrizes serigráficas em várias delas. Em alguns casos, nem mesmo a posição das matrizes foi alterada.

Depois dessa constatação é comum se pensar (ou ouvir comentários) o que sempre aparece quando se trata de arte contemporânea: "qualquer um pode fazer isso tudo igual". Segundos depois desse pensamento menor, vem logo o "então por que você não fez".

Mas um olhar mais apurado fará você entender que a arte de Beatriz não está exatamente na técnica, mas na composição. De cores. De formas. E isso acaba retornando sobre a técnica, pois é possível enxergar uma investigação em torno das possibilidades que a serigrafia tem para oferecer, como cores sólidas, opacidades, recortes precisos, modulação, variação de registro etc. E eu te garanto: isso você não faz.

Vale a visita e a reflexão sobre toda a arte contemporânea.

domingo, 24 de junho de 2012

Nada de ingênuo

Matando a sede, de Elza O. S.
Se a arte já recebe todas as críticas por poder ser "feita por qualquer um", imagine o quanto sofre a arte naïf, que carrega o peso de parecer ter sido feito por crianças?

O termo naïf é empregado para essa arte chamada de ingênua ou primitiva, mas existe uma liberdade de estilos, academicismos, técnicas e temas que mostram uma modernidade evidente e renegada. Tendo registros de seu auge na época do impressionismo, a arte naïf teria forças para ser tão revolucionária quanto o Cubismo de Picasso, se seu objetivo não fosse tão simples. Os pintores naïf (como Henri Rousseau) não queriam romper com tradições ou fazer algum manifesto vanguardista e sim aprofundar suas obras na simplicidade do cotidiano usando bem as cores.

Inaugurado em 1995, o Museu Internacional de Arte Naïf (Mian) é o maior e um dos mais completos dessa arte no mundo e fica no Cosme Vellho, ao lado da subida do Cristo Redentor. Detalhe: é o único museu internacional de alguma coisa que existe no Brasil! E mesmo com todas essas credenciais, o museu fechou em 2007 por falta de conservação e infra-estrutura. Sorte a nossa que ele reabriu!


E está ótimo! Obras belíssimas em um trabalho curatorial e museográfico melhor que muitos museus por aí. O acervo conta com mais de 6 mil obras de artistas de todos os estados brasileiros - com destaque para a história do Brasil de Aparecida Azedo e o Rio de Janeiro de Lia Mittarakis, as duas maiores telas naïf do mundo! - e de mais de 100 países (tem um trabalho africano impressionante), do século XV aos dias de hoje.

Rio de Janeiro, gosto de você, gosto dessa gente feliz (1984-88), de Lia Mittarakis

Escolas, agrupem-se! Vale a visita! E ainda tem uma exposição temporária de Molas do Panamá (tecidos folclóricos com bordado aplicado) bem legal.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mais do que uma jóia

Quando alguém entra numa joalheria, escolhe uma jóia por sua beleza (e preço, é claro). E são várias as razões. Então, é possível entender que as jóias são mais do que simples acessórios de moda. A maioria deles carrega algum tipo de valor sentimental que vai além do status social. Mas você já parou para pensar que elas podem ser representações religiosas ou étnicas?


Essa é a ideia que passa a exposição Jóias do Deserto, que traz um acervo de cerca de 2000 peças entre brincos, colares, braceletes, vestes, tornozeleiras e adornos peitorais e de cabeça do século XIX e início do XX, reunidos pela historiadora Thereza Collor em suas viagens.


São tecidos, couros, pedras e metais em prata e ouro comuns aos locais de origem destes artefatos: o Deserto do Saara (Marrocos, Argélia, Mali Níger, Tunísia, Líbia e Egito até o Sinai, chegando à Palestina), o Deserto da Arábia (Arábia Saudita, Iêmen, Sultanato de Omã e Síria), o Deserto da Ásia Central (Uzbequistão, Turcomenistão e Kazaquistão, passando pelo Irã e chegando ao Afeganistão), o Deserto da Índia (Índia e Paquistão) e o Deserto Tibetano, (Tibete e Ladakh).

O projeto curatorial da mostra sugere um mergulho na cultura desses povos para que os espectadores entendam o caminhos dessas sociedades a partir desses ornamentos. É possível ver a miscigenação das culturas nômades, resultando em trabalhos criativos que associam diferentes técnicas artesanais, valores estéticos, funções utilitárias e ritualísticas, significados simbólicos e psicológicos.


A exposição traz ainda fotografias dos diferentes desertos e de seus habitantes, todos registrados pela própria colecionadora. O trabalho educativo também é bem feito. As vitrines com areia, os mapas com recorte na iluminação e todo o circuito são muito interessantes.

Foto: José Pelegrini
Digamos que a surpresa é garantida por conta do nome da colecionadora que aparece no subtítulo. Talvez ela afaste algumas pessoas, mas o material é de alta qualidade. Ela o vem coletando desde os 14 anos e a gente fica imaginando como ela guardou e catalogou todo material. Fica até o próximo final de semana na Galeria de Arte do SESI-SP / Centro Cultural FIESP Ruth Cardoso.

Dica dada! É certo que, da próxima vez que você comprar um bijuteria qualquer, não vai ficar na dúvida entre o "peixinho", o "solzinho" ou outro desenho. Você vai criar uma história pra ela.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Que forças moldam você?

Para destacar a exposição Star Wars: Identities, que inaugura hoje no Centro de Ciências de Montreal, foram feitos incríveis cartazes usando elementos da história como mosaicos que formam personagens da série. Vejam:

Boba Fett (feito de armas e armaduras)
C3-PO (feito de letras)
Rainha Amidala (Padmé feita de naves da República)
Stormtrooper (feito de Stormtroopers)
Darth Vader (feito de naves do Império e da Estrela da Morte)
Yoda (feito de floresta)

A mostra pretende mostrar o desenvolvimento dos personagens ao longo da série, revelando o que os torna únicos e os fatos que os moldaram ao longo do caminho. O vídeo com Rorschach diz isso:



Vai me dizer que você não quer ir pro Canadá?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Arte contemporânea na literatura infantil

Série Schizo, de Ofra Amit
No último sábado, aconteceu a abertura da 1ª MACLI - Mostra de Arte Contemporânea em Literatura Infantil, organizada pela Livre Galeria, "um espaço dedicado às artes visuais que investe no debate, produção e difusão da arte contemporânea e em suas articulações com os campos da literatura, poesia, teatro, cinema, ilustração, psicanálise e filosofia". A mostra fica até 26 de maio no bairro do Jardim Botânico.

O carioca Favish estava com três ilustrações na exposição que também estão presentes no livro que ele lançou durante a vernissage: A deusa, o herói, o centauro e a justa medida. O autor criou poemas narrativos inspirados livremente na mitologia grega com vocabulário atual - e bem brasileiro!

As xilogravuras do paulista Fernando Vilela são espetaculares! Fazem parte do belíssimo e premiado livro Lampião e Lancelote (Cosac Naify, 2006). Juliana Bollini veio da Argetina com várias estátuas de papel marché que são lindas e delicadas (dá vontade de levar algumas pra casa) e são utilizadas em livros infantis. O americano John Parra mostra suas raízes latinas em ilustrações que criam um universo de sonhos. As ilustrações de Ofra Amit (Israel) são de uma beleza singular.

Em uma entrevista para o portal de cultura do Rio de Janeiro, Fernando Vilela diz que:
Os livros são a primeira galeria de arte que as crianças visitam. Vejo a ilustração de livros como um tipo de arte contemporânea em que o artista escolhe o livro como suporte, como objeto gráfico.
E é. Pequena e bela exposição.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Entre trópicos

A incrível estante "Fear", de Ivan Capote.
Já que eu estava no Centro (fui ver a exposição do Modigliani), resolvi passar na excelente Caixa Cultural e - como sempre - fui surpreendido com a exposição Entre Trópicos - 46°05': Cuba/Brasil.

A curadoria (da cubana Íbis Hernández Abascal e da brasileira Marisa Flórido Cesar) queria estabelecer pontos de contato entre artistas contemporâneos dos dois países (11 de cada) e somos presenteados com expressões de altíssima qualidade. São obras que se relacionam em diversos suportes e nos oferecem olhares distintos e interessantes sobre seus discursos, como o Hino dos Vencedores, de Cadu, e o Mundo Interpretado IV, de Glenda León. Gastem tempo na excelente parede de Lázaro Saavedra.

Tenho pouco a escrever porque acho que todos deveriam ter essa experiência. Fica até 25 de março.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Modigliani e os outros


Fui ver a exposição Modigliani - Imagens de uma vida no Museu Nacional de Belas Artes, que está sendo descrito como um dos mais importantes eventos do calendário oficial do Momento Itália-Brasil em 2012. São 54 pinturas, 5 esculturas não-originais, 55 desenhos, 2 livros e 1 litografia, além de documentos, fotos, diários e manuscritos de Modigliani e de importantes artistas da sua época, num total de 230 peças para o público ter acesso a um rico panorama da vida artística parisiense e italiana do século XX.

E é com isso em mente que você deve ir à exposição. Não vá esperando ver inúmeras obras de Modigliani. Elas estão lá no centro das salas, mas as paredes estão lotadas de outros artistas que contextualizam o pintor. Essa estratégia só se mostra válida na última sala, onde vemos a pintura da jovem Céline Howard (abaixo) feita por ele e por outro pintor. A modelo posou para os dois, mas as visões são completamente diferentes. Veja primeiro a de Modigliani e tente imaginar como seria a modelo. Depois veja a do outro pintor, que é mais anatomista e, portanto, se aproxima um pouco mais da realidade.


É interessante ver a cronologia da vida do artista que liga sua deterioração física ao seu amadurecimento artístico. Toda sala tem um bom panorama explicativo. Mas são poucas as legendas que explicam as tais fotos, diários e manuscritos. Dá vontade de saber mais. Dá vontade de entender melhor o processo que o levou conhecer e trabalhar com esculturas, pois é visível o quanto isso influenciou sua pintura.

Boa, mas me deu a impressão que poderia ter sido melhor. Tinha potencial para isso. Me deu até vontade de me fazer a la Modigliani...

Autorretrato digital a partir do retrato de Raymond Radiguet, pintado por Amedeo Modigliani

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pontos de cor

No mês de novembro do ano passado, a artista japonesa Yayoi Kusama construiu um ambiente típico australiano na Galeria de Arte Moderna em Brisbane (Austrália) e tudo foi pintado de branco para servir de tela.

 
 

Ao longo das duas primeiras semanas de exposição, as crianças que visitaram a galeria recebiam adesivos de pontos coloridos, sendo convidados a colaborar na transformação do espaço. O resultado foi uma explosão de cores!


Chamada de The Obliteration Room, a instalação interativa surpreendentemente SIMPLES e GENIAL faz parte da exposição Look Now, See Forever de Kusama que vai até 11 de março no local.

Mais uma razão para querer estar na Austrália agora...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Arte brasileira a caminho da Índia

Fui ver a exposição Índia! que está no CCBB. Então... depois de Escher (2011) e Irã (2010), essa exposição deixa muito a desejar. Mesmo sendo a maior mostra sobre o país por aqui, a riquíssima iconografia indiana foi negligenciada pelos cenógrafos e designers da exposição nas 18 salas. Pintar paredes e pendurar quadros não é suficiente. Mesmo que o material conseguido para a exposição não fosse interessante, cabia à curadoria e - principalmente - aos designers da exposição terem melhorado e enriquecido o conteúdo. As obras importantes se perdem no excesso de fotografias que deixa tudo meio chato e aumenta a expectativa por algo que nunca vem.


Aliás... é como na entrada com o hall do CCBB preparado com um belo Ganesha e um tecido com flores no teto que elevam o desejo de ver uma exposição fraca. A música, os bonecos de sombra e os fantoches são pessimamente explorados. Os tecidos (saris e por aí vai) até aaprecem, mas por que não mostraram as amarrações. Manequins espalhados não valem.

E o que falar da mitologia hindu? Quase nada! Algumas poucas estátuas e olhe lá! Kama Sutra... pra quê? Taj Mahal... onde? Só se for pra tirar uma foto ao lado da TV que passa uma reprise da novela Caminho das Índias... acredita? Até que a sala da novela - junto com Bollywood - está com uma cenografia melhor do que toda a exposição, com destaque para o simples brinquedo visual de papel celofane e impressão tricromática.

Fala sério: 3 milênios de cultura, 6 religiões, mais de 1,2 bilhões de pessoas e 20 idiomas... merecia algo MUITO melhor. Bem decepcionante. A parte de arte contemporânea (Índia - Lado a Lado) chega a ser mais interessante em determinados momentos.


Mas o título desse post quer dizer que, a caminho da exposição, eu vi algo EXCELENTE! A exposição 1911-2011 - Arte Brasileira e Depois no reaberto Paço Imperial está em um nível altíssimo! São mais de 180 obras da Coleção Itaú que tem Segall, Portinari, Pancetti, Gerchman, Mabe, Cildo, Leirner, Tarsila, Pape, Sacilotto, Milhazes e tantos outros maravilhosos representantes da nossa arte! Quem abre é a escultura O impossível, de Maria Martins, que está no átrio da bela construção.

Dividido em seis módulos sequenciais nos dois andares do prédio, o percurso começa pelo setor A Marca Humana, que dá ênfase ao figurativismo dos primórdios do modernismo no Brasil. Os outros setores são: Irrealismos (com a obra mais recente: Magenta Grace, de Rodolpho Parigi), Modos de Abstração (um show de arte concreta!), A Contestação Pop, Na Linha da Ideia e Outros Modos, Outras Mídias, com produções mais recentes.

Após seis meses de reforma, o Paço voltou em grande estilo. Os espaços internos exibem agora placas de sinalização que contam um pouco da história da qual foram testemunhas, como a sacada onde a Princesa Isabel anunciou à multidão a Lei Áurea, em 1888, acabando com a escravatura. Ou a sala onde Dom Pedro I comunicou sua permanência no Brasil em 1822, data conhecida como o Dia do Fico.

Fica até 12 de fevereiro de 2012 e é de graça! Amén!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Arte é uma garantia de sanidade"


No último domingo, terminou a exposição O retorno do desejo proibido, de Louise Bourgeois no MAM-RJ. Apesar de ter ficado conhecida por aqui por suas grandes aranhas, suas esculturas tem um tom abstrato-expressionista interessante. Me lembrei o tempo todo do Museu de Imagens do Inconsciente, já que suas obras transitam pelo simbolismo de suas emoções e estados psicológicos, como medo, compulsão, culpa e agressão.

A artista defendia sua arte como uma forma de psicanálise e garantia de sua sanidade (vide obra acima) e essa é a base curatória da exposição. Bourgeois lia Freud, Jung, Lacan, e se inspirava nas possibilidades plásticas do imaginário dos sonhos surrealistas para uma visão singular da conexão entre seu processo criativo e sua função catártica em temas como maternidade, paternidade, sexo, amor e morte. Ao lado, a bela obra em bronze Arco de Histeria (1993).

Maman, sua aranha gigante, é uma metáfora da maternidade que faz
referência à linha de fiação e à proteção e alimentação dos filhotes.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

É possível reduzir um indivíduo a uma cor?

Já falei bastante sobre a escala de cor Pantone neste blog (aqui e aqui, por exemplo). Mas hoje trago uma versão diferente... BEM diferente... a partir do olhar do artista plástico e designer francês Pierre David em um projeto para o Museu de Arte Moderna da Bahia em 2009 (Ano da França no Brasil).


Nuancier ("amostras" em francês) é uma escala de cor de pele. Quarenta modelos (entre funcionários do Museu e estudantes da Escola de Belas Artes da UFBA) foram fotografados e a cor de suas peles foi catalogada como uma escala Pantone (de um lado a foto e do outro a pele). Um fabricante de tintas identificou as cores e fez uma lata de tinta para cada cor de pele!

 


Como vocês podem ver acima, a exposição constava das escalas – que ficaram para o acervo do museu –, as latas de tinta e várias fotos dos modelos e suas peles. O objetivo do artista era fazer um questionamento sobre a raça tanto no Brasil quanto na França. Ele disse:
Tanto a França quanto o Brasil são sociedades multiraciais, onde a cor da pele é um importante divisor social. "Amo ou não amo sua cor" seria a questão principal? Como Brasil e França, com seus históricos escravagistas, respondem a isso?
Com a escala aberta, é possível ver um degradé de cores em que as peles quase se amalgamam e fazem a gente pensar se há realmente tanta diferença assim. E as latas de tinta colocam o homem e sua cor como matéria-prima em comércio. Cara... achei MUITO BOM! Mesmo!

(A partir do Com Limão)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

10 do 11 do 9

Há dez anos, em 11 de setembro de 2001, o mundo se estarreceu com o atentado ao World Trade Center, em Nova York. E, é claro, que essa triste e marcante data redonda não poderia passar desapercebida. Eventos e reportagens se espalham no mundo inteiro. No Brasil, por exemplo, o cartunista e jornalista José Alberto Lovetro, o Jal, resolveu organizar uma flash expo (exposição colaborativa organizada por uma rede social) sobre o tema. Ele convocou artistas do traço pelo Facebook e Twitter e começou a receber trabalhos. Jal fez a curadoria e criou a flash expo Dez do 11 de setembro. Vejam alguns:

Velas, de Brito (França)

Calcanhar, de Carvall

Big Apple, de Daniel Paione

Homem-Pomba, de Del Pieri
Smile, de Gilmar

Coração de avião, de Rômulo Coutinho

Graffite, de Pires

Duas torres, de Izidro

Arma, de Guilherme Bandeira
Sérgio Más (Argentina)

Muito boa a iniciativa. (Via Universo HQ)