segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

As mulheres que não amavam os homens

Já vi o filme faz mais de uma semana. Demorei pra escrever para poder digeri-lo. Antes de mais nada digo o seguinte: não li o livro. Portanto, não me importa se o livro é melhor do que o filme. Também não vi a versão sueca. O que quero dizer é que vou falar exclusivamente das impressões que tive da versão hollywodiana de Millennium - Os homens que não amavam as mulheres (The girl with the dragon tattoo, 2011).

Resumindo (muito) a história que eu vi: Mikael Blomkvist (Daniel Craig) é um jornalista que perde a credibilidade por não ter provas para desmascarar um esquema de corrupção. Ele aceita o trabalho de investigar a morte da jovem herdeira de um império industrial há mais de 40 anos. Para isso ele conta com a ajuda da desajustada Lisbeth Salander (Rooney Mara), uma hacker fora de série que enfrenta suas próprias dificuldades sociais.

Cara... a melhor coisa que fiz foi ter iso ver esse filme sem qualquer premissa, preconceito ou expectativa. O impacto foi gigante! Eu costumo desenvolver teorias na minha cabeça em filmes com algum tipo de mistério e sempre tenho um suspeito, mas dessa vez não deu. Até cheguei a aventar o que acontece no fim, mas a trama me prendeu. Lisbeth me prendeu.


Pelo que entendi, o diretor David Fincher queria isso mesmo: ver a história através de Lisbeth. Então, ponto pra ele e pra interpretação de Mara (que foi obviamente indicada ao Oscar e outros vários prêmios). Eu não curti muito a edição picotada do filme. Antes das histórias de Mikael e Lisbeth finalmente se encontrarem, vemos pedacinhos curtos de ambos e ficamos ansiosos por mais e mais. Até porque os dramas de Lisbeth são terríveis. Uma porrada! E as reações delas são ainda mais terríveis. São várias porradas! A agressividade de suas respostas parece desenterrar algo de dentro da gente. Por isso, inverti o título neste post.



Apesar do intrigante mistério com vários bons atores (como Christopher Plummer, Stellan Skarsgard, Robin Wright, Joely Richardson etc), o que a gente quer saber mesmo é se Lisbeth vai ter um final feliz no meio da aridez gélida da Suécia. Em uma parte do filme, Lisbeth parece querer se tornar um homem para assumir a responsabilidade e o poder de si mesmo. Mas queremos enxergar a doce menina por trás das esquisitices da sofrida cyber punk e dos frios relacionamentos que vemos por todos os lados.

E aí temos o fim do filme. O choque. Um filme sem final feliz. Aquele que mantém a integridade da excelente personagem. Corações despedaçados na telona e nas poltronas.

Gostei muito do filme. A cena do estupro vai ficar gravada na minha cabeça. A resposta de Lisbeth também.

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