domingo, 19 de fevereiro de 2012

Uma lição a cada minuto

Invictus (2009) não é só um filme. É uma aula de vida. A sinopse diz o seguinte:
Recentemente eleito presidente, Nelson Mandela (Morgan Freeman) tinha consciência que a África do Sul continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do Apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rugby, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população. Para tanto chama para uma reunião François Pienaar (Matt Damon), capitão da péssima equipe sul-africana, e o incentiva para que a selação nacional seja campeã.

Legenda em português de Portugal

Agora esqueça toda a informação de que é um filme sobre rugby. O jogo é só pano de fundo para mostrar o imperfeito herói de uma nação. Um herói da humanidade. Capaz de perdoar seus agressores após quase três décadas de prisão. Capaz de ver a alma e não a cor. Acho que qualquer outra coisa que eu escreva aqui sobre Nelson Mandela ficaria cliché. Só sei que me sinto um felizardo por viver na mesma época que Madiba.

Sequências de cenas – como da relação entre as equipes de segurança, da empregada na casa de Pienaar, do time fazendo caridade na parte negra da cidade e do garotinho que inicialmente recusa a camisa do time, mas no fim de arrisca a ouvir a final da Copa do Mundo de Rugby com os policiais – são de uma grandeza ímpar. Tiro o chapéu para a direção de Clint Eastwood. De Morgan Freeman, não esperava menos: ele desaparece no personagem.


"Invictus" significa invencível em latim e é também o título de um poema de William Henley que pode ser traduzido da seguinte forma:
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

Não sei porque levei três anos para ver esse filme. Mas tenho certeza que verei outras vezes. Recomendo e OBRIGO que seja visto.

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