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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte V

Cheguei no quinto dia de viagem sem uma mordida de mosquito e sem ardência solar... perfeito! E foi um dia ótimo, de descanso mesmo. Fui para a Praia do Boldró e lá curti a manhã toda com as minhas viagens, as minhas leituras e Djavan tocando sempre! Aliás... leia esse post ouvindo Passou:



Vi um coitado de um pescador penando pra ajeitar a rede, enquanto era molestado por aves de vários tipos. Sempre que ele ia ao mar jogar a rede, as aves atacavam suas iscas.
DICA 6: Cuidado, aves adoram um brilho! Se você for tirar fotos de aves, tome algum cuidado com sua máquina (e com seus dedos). O sol reflete nas câmeras prateadas e as aves acham que é o brilho das escamas de uma sardinha ou de alguma isca. Passei por um perrengue quando fui tirar foto delas e olhei pra cima... tinha uma MEGA-GIGA-POWER fragata em cima de mim, prontinha pra levar minha câmera e meus dedos!
Nada mais tranquilizante e belo do que encontrar uma nascente de água doce bem próxima ao mar...



O Boldró ficava relativamente perto do hotel, então, fui e voltei caminhando tranquilamente. O Projeto Golfinho Rotador e o Projeto Tamar são no caminho. Aproveitei para conhecer o local e saber qual seriam as palestras dos próximos dias. Eu não sabia se iria ver palestra nessa noite, porque tinha agendado um passeio de barco vespertino para ver o pôr-do-sol no mar e fazer pranchinha submarina (explico essa aventura depois). Esse passeio era pra ter ocorrido no dia anterior, mas foi cancelado porque estava rolando um swell, ou seja, uma ondulação oceânica que estava agitando o mar. Bom para os surfistas, péssimo para os turistas.
DICA 7: Programe os passeios com antecedência! Se você chegou até aqui e também leu o post anterior, já sabe porque estou falando isso. Mas estou repetindo por outra razão. As pessoas precisam se lembrar que 90% dos passeios em Noronha dependem das condições climáticas e - principalmente - marítimas. Qualquer coisinha no mar, e seu passeio é cancelado num estalo.
Adivinhem, então, o que aconteceu? Cheguei no hotel e meu passeio foi cancelado novamente! Pedi para continuarem tentando e fui descansar um pouco, para poder a proveitar a palestra no Tamar - que era sobre os golfinhos rotadores que vivem na ilha.
DICA 8: Palestra é point! Sério! Parece até que a vida noturna da ilha só começa após as palestras! Você encontra todo mundo que você se acostumou a esbarrar nas praias! A partir das 20h, rola um vídeo sobre o tema da palestra. Às 21h, começa a palestra que dura entre 1h e 1h30.
E foi incrível! Tanto o vídeo quanto a palestra foram com o chefão do Projeto, José Martins. Aprendi muito sobre os golfinhos rotadores e sobre o projeto que existe em Noronha para preservar e estudar esse animal. Você sabia que:
  1. Golfinhos teriam esse nome porque sua respiração parece uma golfada?
  2. Golfinhos já foram chamados de "suínos do mar"?
  3. Fernando de Noronha já foi chamada de Isle de Dauphine?
  4. Golfinhos possuem o melhor sistema de sonar do mundo (ecolocalização)?
  5. Golfinhos são os animais mais velozes do reino marinho?
  6. Golfinhos não dormem, entretanto, entram num estado de letargia braquicárdica, onde dependem somente da visão e ficam subindo e descendo em bando a cada 3 minutos para respirar?
  7. Golfinhos machos possuem um calombo genital e as fêmeas possuem fendas mamárias?
  8. Golfinhos fazem sexo por 10 ou 15 segundos, mas a fêmea copula com vários machos numa mesma vez?
  9. Por essa razão, a sociedade dos golfinhos é matriarcal - sem figura paterna - e todos os machos adultos protegem os filhotes do grupo como se fossem seus próprios filhos?
  10. Golfinhos rotadores são a espécie mais comprida e de focinho mais alongado?
  11. Golfinhos rotadores saltam até 3 metros fora d'água, dando 7 voltas em torno de seu eixo?

Descobri também que a tartaruga verde chega ao meu tamanho quando adulta!

A natureza é foda! Noronha é foda!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte IV

No meu quarto dia de viagem, eu já estava me considerando realmente um "Filipe de Noronha", um nativo, um residente! Mas a ilha ainda tinha belezas incríveis para me surpreender...

O planejamento do dia era conhecer a Praia da Atalaia no Mar de Fora (fora = lado da África... aliás, por essa razão, a música Mama África não me saiu da cabeça... se quiser ouvir, clique AQUI). Na noite anterior, fiquei sabendo que existe a trilha curta (que vai até a piscina natural e volta) e a trilha longa (que depois segue até o Buraco da Raquel). Apesar de cansativa, todos diziam que a trilha longa era imperdível. Eu tinha agendado a trilha curta, mas pude mudar na hora... e não me arrependi!
DICA 4: A Trilha do Atalaia é um passeio OBRIGATÓRIO, porém complicado. Por ser uma área protegida, é preciso agendar o passeio com alguma antecedência. Portanto, assim que você chegar na ilha, já o marque. O guia precisa avisar ao IBAMA, que irá marcar a hora com ele dependendo da Tábua das Marés. Esse passeio só pode ser feito pela manhã e cada guia só entra com um grupo de seis pessoas no máximo. É proibido ficar em pé na piscina por causa dos corais, então, é imprescindível o uso de colete. Repito: programe-se! Não deixe para fazer de um dia para o outro, porque você pode ficar sem passeio (e isso aconteceu com alguns hóspedes do hotel). E eu estou falando da trilha curta, hein?
O que falar da Atalaia? Nada... vejam as imagens a seguir. A cidade maravilhosa do Rio de Janeiro tem um Dedo de Deus na área serrana. Tenho certeza que a Ilha do Frade na Atalaia é a outra mão de Deus (ou seria da deusa?).


Infelizmente só podemos ficar 30 minutos mergulhando. Mas tudo bem... ainda tínhamos bons quilômetros para andar. Dei a sorte de ir sozinho com o guia do hotel (grande Tubarão!) e fiz a caminhada no meu tempo... digo isso porque é uma caminhada tensa. O início é tranquilo com paisagens de cair o queixo no Mirante da Pedra Alta e no Mirante da Pontinha. Cada parada é um flash! Mas depois chegamos na Enseada das Caieras... e aí... a coisa encrencou!

DICA 5: Vai fazer a Trilha Longa? Então vá de tênis! E tem mais: faça aulas de equilíbrio ou de Pilates antes da viagem. É sério! Ficar andando por quilômetros de pedras vulcânicas soltas é angustiante. A chance de uma torção ou queda sérias é de uns 80%. Em grupos grandes, fica ainda mais complicado. Sugiro paradas no caminho para apreciar a beleza do local e desanuviar a tensão. Ah... e protetor... MUITO protetor!!! Sugiro novamente um boné virado pra trás.
Sorte que o lugar é absolutamente lindo e ainda temos a oportunidade de ver outras piscinas naturais sem regulamentação ambiental, ou seja, podemos mergulhar a vontade. Aliás, numa delas nadei com uma tartaruguinha (!!!):




Paramos para ver a Caverna do Capitão Kid. Pra quem não sabe, a ilha de Fernando de Noronha já foi uma penitenciária! Dizem que nessa caverna existe uma grande jaula com um grande cadeado que só pode ser acessada em marés muito baixas e que os prisioneiros que ali ficavam sempre morriam na maré alta. Eu fiquei mais intrigado com os platôs vulcânicos que esguichavam água pelo mesmo sistema do Rugido do Leão (água entra por baixo e expele o ar por cima):



O árduo e cansativo caminho termina no Buraco da Raquel / Museu dos Tubarões, que já conhecia. Ainda bem que o guia era do hotel e o transfer de lá vinha nos buscar! Cheguei no quarto do hotel e apaguei! Foi a primeira tarde que dormi! Feliz demais, diga-se de passagem...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte III


Depois de mais uma bela noite de sono, embalada por sonhos de pura beleza noronhense, me dei conta que havia conseguido me desconectar do mundo real/virtual. Já não ficava procurando meu celular, muito menos me preocupando se minha caixa de e-mails iria estar cheia ou meu Facebook explodindo. Melhor impossível!

E aí, peguei meu material de mergulho (só colete e máscara) e fui para o Porto de Santo Antônio fazer o passeio de barco (que também recomendo fazer logo no início). Esse passeio consiste em conhecer as praias do Mar de Dentro (lembram? Dentro = mar voltado pro Brasil.) e as Ilhas Secundárias, garantindo 98% de chances de ver golfinhos rotadores pelo caminho. Leia esse post ao som de Bob Marley, que tocou ininterruptamente no passeio, mas eu juro que não rolou maconha e - dessa vez - eu não viajei (tanto):



O barco começa indo ao norte da ilha, para as sete Ilhas Secundárias: Viuvinha (cheia de fezes de aves, ou guano), Cuscuz (por causa da vegetação), São José (que tem o maior número de aves), Rasa, Sela Gineta (que tem um formato de sela de cavalo), do Meio e Rata (que tem um farol e um monte de rato mesmo). As ilhas Rasa e do Meio são calcárias e é possível ver que o mar está erodindo-as, ou seja, essas duas ilhas irão sumir um dia. As outras são vulcânicas.

Ilhas Viuvinha, São José, Sela Gineta, Rasa e Cuscuz.

Viramos e começamos a nos encaminhar para a parte sul, quando fui surpreendido por um ponto turístico natural que nunca ninguém falou (e nem fala), mas que achei interessantíssimo. No Morro do Forte dos Remédios, existe o chamado Rugido do Leão. Veja o vídeo com direito ao guia pedindo para o "leão" rugir:



O ar entra nas fendas do morro e fica preso por lá. Quando a água bate, ela pressiona o ar, que sai por cima fazendo esse barulhão! Por que ninguém fala sobre isso??? Achei incrível!!!

Bom... as praias vistas são: do Porto, Biboca, Cachorro, do Meio, Conceição, Boldró, do Americano, Bode, Quixabinha, Cacimba do Padre, Baía dos Porcos, Sancho e Baía dos Golfinhos. Falando em golfinhos... quando estávamos na Praia do Meio, fomos alcançados por um grupo de rotadores que acompanhou o movimento do barco! Vi três deles pularem na parte trás e também vi uma mãe com um filhote indo numa direção oposta. Só fui entender esses comportamentos depois, em uma palestra do Projeto Tamar...


O ponto de retorno do passeio é a Ponta da Sapata, a ponta sul da ilha. De longe, diz-se que parece um múmia... meio forçada, é claro. O grande barato desse local - proibido para banho por causa dos golfinhos - é a fenda na falésia chamada de Portão que, em determinados ângulos, parece o mapa da África ou o do Brasil. Eu acho que captei o "ângulo" da África, o mais interessante, afinal, o mar que se vê através é o Mar de Fora, ou seja, o mar da África!


No retorno, uma paradinha para mergulho no Sancho. E mais golfinhos! Tudo isso em uma manhã apenas!

Então... terminado o passeio, pedi para o transfer me deixar na Vila dos Remédios, de onde eu iria para a Praia do Cachorro. Engraçado foi ter visto um cachorro mesmo na escada para a praia, mas não pude ficar porque a praia tem pouca areia e a maré estava subindo. Decidi, então, pegar a trilha para a Praia do Meio e a Praia da Conceição, pois tem um bar que fica exatamente no meio das duas e se chama - óbvio - Bar do Meio.


Passei a tarde sentado no bar, comendo quitutes e curtindo tranquilamente a praia. Na ponta contrária, desta praia fica uma pedra com a imagem de uma santa. Do barco, eu vi e achei que era uma Nossa Senhora da Conceição, já que o nome da praia é esse... mas é, na verdade, uma Iemanjá! Não sei se o sincretismo está correto, mas o que eu sei é que a Rainha do Mar deve estar muito feliz de ficar por ali. Eu sei que eu estava...


PS.: Aqui cabe um detalhe de designer... na volta da Conceição, fui por uma trilha onde passei por trás da tal Pousada Zé Maria que tem um festival gastronômico caríssimo às quartas e sábados. A marca da pousada me lembrou o ator pornô Ron Jeremy... ruim, não?

sábado, 25 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte II

Depois de uma noite tranquila de sono (muito necessária), comecei o dia mais cansativo e lindo da viagem: o Ilha Tour. Esse é o programa fundamental da ilha e deve ser a primeira coisa a ser feita em Noronha, porque você conhece as principais praias e pontos turísticos do Mar de Dentro e fica sabendo onde voltar depois. Leva o dia inteiro (8h às 18h) e o almoço é incluso. Mas sugiro um café da manhã reforçado, mas não pesado. Evite leites e gorduras, porque você vai chacoalhar bastante no carro.
DICA 2: Vá de tênis! No máximo, uma daquelas sandálias de trekking. E utilize meia também, mas saiba que esse meia que você usar será jogada no lixo após o passeio. Escolha uma meia que não seja branca e você terá alguma chance de salvá-la no fim.
Meu guia era o engraçadíssimo Bodinho (Eliélson), cheio de frases de efeito! Aliás... todos os guias na ilha se apresentam com o nome e logo depois o apelido. O primeiro passo do grupo foi alugar equipamentos de mergulho no Lula. Achei bem baratinho, viu? E ainda tinha um lugar do lado que vendia água por $1,50, enquanto, toda ilha vende a $3,50 ou mais! (Pra quem for: é na rua da Xica da Silva)

PRIMEIRA PARADA: PRAIA DO SANCHO
O grupo chega de carro num mirante que separa as trilhas para a Baía do Sancho e para o Mirante dos Golfinhos. O caminho para o Sancho é através de uma fenda em uma pedra! Loucura! Mas, antes dessa aventura, Bodinho nos leva ao que ele chama de "Mirante Aiquelindu", porque todo mundo chega lá é diz "Ai que lindo"! E é realmente um espetáculo! Talvez por ser a primeira visão que temos das águas azuis e cristalinas de Noronha com os Morros Dois Irmãos em destaque!

A praia é realmente linda com suas escarpas, mas a vegetação fica muita seca nesta época do ano, dando ares de caatinga. É considerada uma das 10 praias mais lindas do mundo, mas talvez seja no inverno quando três cachoeiras se formam e chegam ao mar. Aí sim deve ser de matar! Me lembre muito de Santorini... ai ai...

Na saída, parecia que a terra estava parindo gente! Bodinho ficava brincando, dizendo que a fenda fechava de 5 em 5 minutos pra ver se a galera acelerava o passo

Preciso dizer que foi aqui que conheci a Mabuya, que são os pequeninos lagartos que infestam Noronha. Infestam MESMO! Pra onde você olha, tem mabuya! Aparentemente são dóceis e espantáveis, mas não deixe doces e comidas à vista, porque eles são capazes até de entrar em bolsas para comer e sair sorrateiramente. Também somos apresentados a inúmeras espécies de aves, como o Atobá, a Viuvinha, o Rabo-de-Junco e a Fragata.

DICA 3: Besunte-se de protetor solar. Ao sair de um delicioso mergulho salgado, besunte-se novamente. E leve chapéu! De preferência, um boné, porque ele pode ser virado para trás e sua nuca fica protegida. Vi gente utilizando um toalhinha presa no chapéu para proteger a nuca.

SEGUNDA PARADA: CACIMBA DO PADRE E BAÍA DOS PORCOS
Ainda em êxtase pelo Sancho, somos levados de carro a Praia da Cacimba do Padre - que tem esse por causa de um fosso de água no caminho para a praia. É lá onde ocorrem os campeonatos mundiais de surfe e a Globo anda fazendo um reality show esportivo. Acho que é a maior extensão de praia pois ela se conecta as Praias da Quixabinha e do Bode sem muita dificuldade. É também a única praia onde se vê cadeiras e guarda-sóis na areia... e mesmo assim, só três, colocados pelos dois restaurantes que ficam lá. Se a maré estiver baixa você pode se aproximar bastante de um dos Morros Dois Irmãos.

Sinceramente a Cacimba é só uma praia... porque, ao lado, fica a incrível Baía dos Porcos. Esse nome é por causa de alguma coisa relacionada a EUA e Cuba que não me lembro, até porque não tem nenhum porco e a limpeza da água é protegida por leis ambientais. Não se pode mergulhar nas piscinas naturais, só aproveitar o mar que traz a fauna marinha pra bem perto da gente.

Aqui, eu já comecei a ficar enebriado por Noronha. A Baía dos Porcos é de uma beleza ímpar e ela ainda reservou um mistério pra mim alguns dias depois... Almoçamos um charéu (peixe) na folha de bananeira, que deve ser um prato típico da ilha. Dá pra dividir pra duas pessoas e o preço fica razoável.

TERCEIRA PARADA: BOLDRÓ
Essa foi uma parada rápida, pois só eu não conhecia ainda a bela Praia do Boldró. Boa extensão de areia e um pouco de vegetação ainda viva faziam essa praia ter um ar tão aconchegante que eu voltei depois. Adorei os coqueiros sombreando e um riozinho de água potável que desembocava do mar salgado.


QUARTA PARADA: BURACO DA RAQUEL
Em seguida fomos ao Buraco da Raquel, que é um buraco numa pedra vulcânica que possui inúmeras lendas sobre uma tal Raquel - poderia ser tanto uma residente autista que só se acalmava por lá, ou a filha safadinha de um militar que ia pra lá "namorar". O lugar é bem bonito e do mirante é possível ver a Pedra do Porta-Aviões, a Enseada das Caieras e o Alagado dos Tubarões.

Nesse mirante também fica o Museu dos Tubarões, onde somos informados sobre essas criaturinhas violentas e comemos o famoso tubalhau (bolinho de tubarão ao invés de bacalhau que tem gosto de bacalhau mesmo, ou seja, se botaram bacalhau no meu, eu comi achando que era tubarão).


QUINTA PARADA: PONTA DA AIR FRANCE
O nome Air France não tem nada a ver com o recente acidente aéreo na região. O local serviu de base aérea para esta companhia estrangeira nos anos 1920. Numa das três construções da época que restaram, fica instalada atualmente a Associação de Artesãos de Fernando de Noronha, onde também funciona um curso de educação artística para crianças da Ilha.

Essa é a ponta superior da Ilha, onde podemos ver pela primeira vez o encontro do Mar de Dentro com o Mar de Fora - que, na verdade, é o mesmo Oceano Atlântico, mas tem o lado da Ilha voltado para o Brasil (dentro) e o lado voltado para a África (fora). É também onde somos apresentados a algumas ilhas secundárias: Viuvinha, Rasa e Sela Gineta.

Antes do Air France, ainda conhecemos a pequenina Capela de São Pedro dos Pescadores.

SEXTA PARADA: BAÍA DO SUESTE
Fomos, então, para nossa primeira praia do Mar de Fora: a incrível Praia do Sueste, onde podíamos fazer snorkeling! Eu nunca tinha feito, mas peguei minha máscara, meu respirador, meu colete e minhas nadadeiras para não perder nada! E minha primeira vez foi incrível (ui!)! Nadei com tartarugas, fugi de tubarão, passei no meio de cardumes... nada mais a declarar!

SÉTIMA PARADA: PRAIA DO LEÃO
Essa também foi bem rápida, porque ficamos apenas no mirante. A Praia do Leão tem esse nome por causa de uma pedra em sua enseada que deveria parecer um leão marinho, mas Bodinho achava mais parecido com um hipopótamo e eu fiquei achando que parecia um cachorro. Mas não importa, o sol já estava descendo e a vista ficando incrível!


OITAVA PARADA: MIRANTE DO FORTINHO DO BOLDRÓ
Pra finalizar, que tal um pôr-do-sol no Mirante do Fortinho do Boldró? Bodinho disse que seria um "eclipse nuvial" porque estava meio nublado. Mas eu não podia pedir mais nada! Me lembrei novamente de Santorini, da curtição de ver o sol se pondo no Mediterrâneo... ai ai... E foi aqui que todo o êxtase pelas belezas que eu tinha visto resultou na maior viagem ácida sem ácido que eu já tive:
Não é o sol que está se pondo, é a terra que está girando.

Não viajei? Foi pior do que as nuvens do post anterior, não? Pois é... isso tudo deu uma mexida nas minhas perspectivas a partir dessa viagem. Agora eu digo que minha vida é AN e DN - antes e depois de Noronha. E olha que esse ainda foi o segundo dia de viagem...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Dossiê Filipe de Noronha - parte I


Voltei... infelizmente, mas voltei! Na verdade, corpo e mente voltaram, mas o espírito ficou. Pode parecer literal demais, mas viajei nessa viagem! Vou fazer um dossiê diário por aqui com dicas e acontecimentos dessa minha experiência única.

Comece ouvindo O Sol, do Jota Quest, porque pra onde tenha sol, é pra lá que você vai sem dor ou medo! Deixe tocando enquanto você lê:


Minha "viagem" começou no vôo mesmo. Comecei a curtir os céus pela janelinha do avião e me deparei com a loucura que são as nuvens. Você já parou para prestar atenção nas nuvens? Num conjuntinho de fumacinha que anda pra todos os lados na direção do vento, mudando constantemente de forma? Passei toda a viagem reparando nisso...
DICA 1: Se puder escolher os assentos de seu vôo para Noronha, escolha do lado esquerdo do avião, pois a rota aérea mostra toda a ilha desse lado! No caso da Gol, a poltrona A é da janela esquerda!
O pequeno aeroporto estava em obras, mas - ainda bem - foi tudo bem rápido mesmo com a quantidade gigante de papel que tem que apresentar (taxas ambientais, comprovante de hospedagem etc etc etc...). O transfer me levou para o hotel e já se via o Morro do Pico, que é avistado de praticamente todo ponto da ilha. E aí eu pergunto: "Morro do Pico"... todo morro não tem um pico? Qual o sentido desse nome? Esqueci de perguntar, mas acho que não teria explicação, não... a não ser... que seja uma explicação erótica...

No Hotel Dolphin, fui SUPER-ULTRA-HIPER-VULCAN-MEGA-POWER bem recebido! Recomendo a todos que forem para lá! Obrigado Selma, Bárbara, Aline, Rildo (Tubarão), Eneida, Gardênia, César, Fabio e todos os outros que trabalham no hotel. Fiquei num quarto ótimo bem reservado e com vista para o Morro do Pico, é claro.


Me instalei rapidamente e já fui pra rua reconhecer o terreno. Para um lado, tinha Praia da Conceição, Projeto Tamar e Praia do Boldró. Para o outro, o Centro Histórico da ilha que foi minha opção. No caminho, dou de cara com a frase "Pernambuco com Design" em uma parede, o que me fez procurá-lo por todos os lados...


E que tal o bar Ousadia que botou uma "perigosa" ponte para você chegar até ele?


Bom... o Centro Histórico fica na Vila dos Remédios. Lá conheci o Palácio São Miguel, a Igreja Nossa Senhora dos Remédios e o Reduto de Sant'anna. Passei também pelo famoso Bar do Cachorro (onde tem o forró - que não fui porque optei por uma viagem diurna e não noturna), que possui um mirante para a Praia do Cachorro e a Praia do Meio. Voltando já no fim da tarde, lanchei uma tapioca numa lanchonete simpática chamada Empório São Miguel. Achei a marca tão bem feitinha que fotografei e achei que Noronha iria reforçar a idéia do "Pernambuco com Design".


Voltei ao hotel para terminar de me instalar e organizar meus próximos dias com passeios e afins. Jantei no bom restaurante Acqua Marine do hotel, onde comecei minha "dieta mediterrânea": só comi peixe (e camarão!) no paraíso.

No primeiro dia, ainda não é possível se desconcetar do mundo real/virtual. Mesmo sem computador e com o celular desligado, fiquei pensando na hora, nos e-mails, nos malditos spams, no Facebook e por aí vai. Mas é claro que isso mudou ao longo dos dias que contarei por aqui.

PS.: Nunca consumi psicotrópicos na minha vida. Viajei MESMO!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Já volto...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

De vuelta!

Entonces... sumi, mas voltei de terras portenhas! Estive novamente no Encuentro Latinoamericano de Diseño como conferencista e aproveitei para conhecer um pouco mais da capital argentina. Vamos as particularidades, como fiz em 2008...

SOBRE A CIDADE: Dessa vez o frio deu uma trégua nos dois primeiros dias, então, foi bem mais fácil curtir o inverno portenho. Pena que choveu (e muito!) no último dia. Buenos Aires já não é tão mais barata que lote de brasileiros e pessoas em busca do consumo desenfreado. Como já tinha visto os principais pontos turísticos (mesmo assim voltei a eles), aproveitei para ser bem cultural e visitar inúmeros museus, centros culturais e praças: Malba (de novo e sempre, com uma belíssima exposição de Robert Mapplethorpe), Museo Nacional de Bellas Artes, Centro Cultural da Recoleta (com 22 exposições!), Palais de Glace (belo lugar para exposições), Museo Histórico Nacional, Teatro Cólon, Teatro Cervantes, Plaza Dorrego, Plaza Lezama, Jardín Japonés, e muito mais! Também andei de metrô, que apesar de não ser limpinho como o brasileiro, vai pra tudo quanto é canto com suas cinco linhas! Táxi continua com um precinho camarada e dá pra ser usado nas horas certas.


SOBRE A HOSPEDAGEM: Bom... albergue nunca mais! É mais barato? É... mas a informalidade e a falta de segurança me deixam um pouco apreensivo. E que tal dormir num quarto na frente da recepção e ao lado da sala com computador? Mas só vou falar disso e não vou fazer críticas a infra-estrutura nem nada, porque a receptividade foi incrível com direito a churrasco noturno e conversa com ingleses, canadenses, australianos, tunisinos e - é claro - argentinos! Uma babel! Aliás... finalmente comi uma boa carne argentina!


SOBRE O ENCONTRO: Dessa vez eu fui bem mais seletivo nas palestras e acabei percebendo um padrão... estamos todos falando as mesmas coisas! Pode parecer ruim e hilário, mas pelo menos é bom ver que está se produzindo conhecimento em design e que as idéias são - até certo ponto - convergentes. Infelizmente dessa vez ocorreu um número bem grande de cancelamentos em cima da hora, o que atrapalha pessoas organizadas e cheias de horário como eu! A minha palestra foi tranquila... apesar de ser um assunto mais denso (levei 3/4 da minha dissertação de mestrado para apresentar), consegui passar minha mensagem (eu acho!).


E não fui novamente no Caminito! Ou seja... sobrou algo pra ver, pra voltar!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

¡Hola! ¿Que tal?

É isso galera: sumi porque estou novamente em Buenos Aires para o Encuentro Latinoamericano de Diseño, apresentando uma conferência! Ainda não tenho fotos para postar porque não trouxe o cabo (e não confio em computadores argentinos, né!). Mas eu volto logo logo e coloco algumas coisas por aqui. Vale dizer que o frio não está tão frio, que os dias de inverno estão muito bonitos e que nunca mais fico num albergue na minha vida (mesmo que todos sejam simpáticos...).

Em breve, mais histórias.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

De volta para o futuro!

Depois do feriado, volto pra cá em ritmo de fim de ano e de planejamentos para o futuro. O blog volta a ser branco, lembrando que o "outubro foi rosa" e o apoio às campanhas de prevenção ao câncer de mama continuam.

Meu feriado foi em Sampa e, de várias formas, surpreendente. Acostumado com a rixa que diz que São Paulo não tem nada pra fazer, é cinza, só tem trânsito e garoa e que as pessoas são antipáticas, tive o exato contrário disso: programação cultural fervilhante, tempo ensolarado com dias lindos e clima "serrano" (calor de dia e fresquinho à noite) e pessoas muito atenciosas e simpáticas!

Tive a oportunidade de ver sete (!!!) exposições:
  • A Renault de Doisneau: o fotógrafo francês Robert Doisneau registrou o cotidiano das fábricas da Renault e de seus operários, além de pessoas comuns em cenas que envolvem automóveis. Eram mais de cem fotos em preto e branco na Galeria de Arte do Sesi. Algumas fotos são bem interessantes, mas a curadoria poderia ter selecionado a qualidade ao invés da quantidade.

  • Arte Colombiana 1948-1965: a Galeria de Arte do Sesi também estava com uma exposição de arte colombiana muito interessante com 148 obras de 47 artistas, separadas em cinco núcleos temáticos (geográfico, objetual, político, místico e antropológico). Foi muito interessante conhecer a arte desse país e ainda ver algumas pinturas de Botero que nunca haviam saído do país. Só foi uma pena o cheiro de tinta fortíssimo e algumas lâmpadas queimadas. Atenção povo!

  • Feira de carros antigos: Adorei passear por essa feira. Mustang, Porsche, DKW, Fusca, Kombi, Opala, Variant e muito mais. Fiquei com a impressão que eu não sou amante de carros, porque hoje os carros são todos iguais. Antigamente os carros tinham design. Hoje eles tem aerodinâmica. E isso é bem diferente. E se ninguém pode correr, pra quê isso? Que voltem os rabos de peixe! Os faróis grandes! As rodas coloridas!

  • O olhar do colecionador - Acervo da Fundação Nemirovsky: SURPREENDENTE!!! Essa foi aquela exposição que fui porque o ingresso para a Pinacoteca dava o direito de ir na Estação Pinacoteca, que eu nem sabia que existia. Fiquei de queixo caído!!! O acervo da Fundação José e Paulina Nemirovsky reúne um dos mais importantes conjuntos modernistas do país! Antropafagia de Tarsila? Estava lá. Picasso? Também. Di, Portinari, Braque? Também tinha. Volpi, Lygia Clark, Chagall, Brecheret? Tudo lá!!! E ainda fui MUITO bem recebido, com explicações e bom atendimento. Acho que não dava para ter sido melhor. Valeu o ingresso e a viagem.

  • Matisse hoje/Adjourd'hui: Na Pinacoteca, estava a primeira individual do artista francês no Brasil e na América Latina, com cerca de 80 obras. Um acervo belíssimo, mas uma exposição lotada (estava dando mais de 8 mil pessoas POR DIA!) com uma sinalização inexistente. Também foram convidados artistas franceses para fazer uma releitura da obra de Henri Matisse com projetos muito interessantes.

  • O cubismo e seus entornos: Também na Pinacoteca, estava uma mostra com 35 trabalhos que apresentavam as influências do cubismo na América Latina e na Espanha (apesar de ter alguns trabalhos de outros centros, como da russa Gontcharova que esteve presente na Virada Russa).

  • O espetáculo está na rua - Cartazes de Chaumont: Esta exposição reunia 72 cartazes de designers gráficos (em sua maioria franceses) , provenientes da Maison
    du livre et de l’affiche (literalmente, Casa do livro e do cartaz), de Chaumont, cidade que se tornou internacionalmente reconhecida na área do grafismo contemporâneo. Eram cartazes incríveis que iam de Toulouse Lautrec ao Ano do Brasil na França. Muito legal! Tinha que ter um dedinho do Rico Lins (curador), né?
E ainda conheci a Livraria Cultural (me lembrei do Ateneo em Buenos Aires), almocei no Jardim de Napoli (uma típica cantina italiana onde comi um belo polpetone), jantei no Figueira (restaurante chique com uma mega árvore no meio), fui ao cinema, a um churrasco, discuti sobre futebol e colecionei historinhas! Muito bom, relaxante e cultural.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Próximo sonho?

É interessante como a gente traça objetivos na vida o tempo todo. Eu sou fã (quase maníaco) de fazer listas pra tudo, até mesmo para os meus sonhos. Em dois anos, eu realizei dois dos meus maiores sonhos: conhecer a Grécia e morar sozinho. Por um tempo, pensei que não iria demorar para que um sonho fosse pro topo da lista. Mas nunca me esqueci da minha vontade de conhecer Machu Picchu. E nessa últimas semanas algumas coisas tem me apontado nessa direção... será que esse é o próximo sonho? Essa animação francesa aumentou a vontade de conhecer os mistérios desse lugar incrível.

Machu Picchu Post from Machu Picchu Post Team on Vimeo.

Que venham as lhamas!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

I'm back from Búzios! Estou de volta de uma viagem revigorante ao balneário carioca que encantou Brigitte Bardot. Muito sol, muito peixe e muita gente bonita. Só que estava cheio demais! Nunca vi Búzios tão lotada. Mas fiquei numa pousada bem localizada e consegui fugir da loucura de Geribá para outras praias bem lindas.

Agora, já posso viver o ano de 2009 cheio de coisas novas com novos prefeitos e Obama no poder. É ano do Sol, do Boi e de Oxóssi, mas ainda não sei o que quer dizer isso, mas tenho certeza (hã? rsrs) que está bom pra mim!

Infelizmente me deparei com as chuvas que ainda castigam o Brasil (dá um tempo, São Pedro! Mas também não precisa mandar uma seca daquelas!) e com a maldita guerra na Faixa de Gaza que nem merece comentários mais desenvolvidos porque acho complicada, burra e presa a um passado contestável.

Mas como todos sabem, a esperança é a última que morre. E decidi seguir a música de Geraldo Vandré (Pra não dizer que não falei de flores), que, na minha opinião será o lema do ano: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Em 2009, a hora é minha.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Museus paulistas

No feriado da Consciência Negra (dia 20 de novembro), estive em São Paulo, visitando museus como inspiração para um projeto que fui convidado a participar pela mestre em museologia Thelma Palha. Apesar de cansativa (ida e volta de ônibus para ver 4 museus em um dia), a viagem foi muito boa.

Por chegar muito cedo, primeiro fomos tomar um café da manhã no Mercado Municipal, com seus pastéis, barracas de frutas estranhas (inclusive a do Tony Ramos na novela "Próxima Vítima") e temperos do mundo todo.
Nossa primeira parada cultural foi a Pinacoteca do Estado. O prédio é belíssimo, tanto por dentro, quanto por fora.... ao ponto de ser mais válido ver o prédio do que as exposições. Brincadeiras a parte, o prédio é um labirinto com pouca sinalização, mas muito bem estruturado para exposições. Tive a oportunidade de ver uma exposição sobre Eliseu Visconti e uma mostra de arte abstrata/construtivista brasileira.
Bem na frente, o tão falado Museu da Língua Portuguesa. É legal? É. Mas não é nada disso que todo mundo fala. Tavlez por minha experiência, talvez pelo meu gênio excessivamente crítico. Mas acho que o excesso de expectativa que se coloca estraga as surpresas. O museu é muito tecnológico: muitos vídeos porjetados, computadores, áudios e por aí vai. Mas a parte analógica precisa ser revista: vitrines com luz queimada, cronologia muito extensa... mas o museu é ótimo! As exposições temporárias concentram o foco do lugar. Vi a exposição (bem cenográfica) de Machado de Assis e achei bem interessante. O "Largo do Machado" estava ótimo.
Depois do almoço e um passeio de ônibus, chegamos ao estádio de futebol do Corínthians, o Pacaembu, onde está localizado o Museu do Futebol. É um museu pra quem é fã do esporte. Ou seja, eu adorei! E nesse museu a tecnologia é utilizada da forma correta... VEJAM O VÍDEO! Foi feita uma área debaixo das arquibancadas com projeção de torcidas que é de arrepiar! Essa é a forma correta de se pensar em tecnologia. A parte educativa também é muito boa com a tomada de uma partido visual ótimo. Ainda tem o final interativo, com jogos virtuais e filmes 3D. Vale a pena pra quem gosta muito (e acho que pra quem não gosta tanto também).


E por fim... a 28ª Bienal. Não tenho o que comentar. Sabe por quê? Porque resolveram dizer que iam fazer uma reflexão sobre o vazio e deixaram um andar INTEIRO vazio! E isso porque a organização do evento tem dois anos pra fazer tudo. Achei péssimo. E quando tinha alguma coisa no terceiro andar, eles fizeram estruturas aparentes de papelão e compensado dizendo que era outro partido do evento. Então, prefiro postar as fotos do lindíssimo prédio de Niemeyer e rever minhas vontades de visitar esse evento no futuro.
Tirei bastante proveito dessa viagem. Foi muito bom ver o que se faz por aí em exposições e museus.