segunda-feira, 21 de junho de 2010

Gypsy

Mesmo no clima total de Copa do Mundo, parei pra ver o musical Gypsy. A peça fala sobre a atribulada trajetória da stripper Gypsy Rose Lee (1911-1969), uma estrela do teatro burlesco norte-americano, e de sua mãe Mamma Rose, cuja vida girava em torno de suas filhas June e Louise (Gypsy). A base do texto vem do livro de memórias da personagem-título escrito por Arthur Laurents, mas a figura central desta peça é sua controversa mãe.

Mamma Rose é interpretada esplendidamente por Totia Meireles, que atua como nunca e surpreende no canto. Sua personagem é uma mãe que sonha a vida dos filhos, mas abdica de sua própria vida, buscando o estrelato e sempre aguardando o retorno. No fim, sacrifica até mesmo seus valores - e sua filha - pelo sucesso. Mesmo ocorrendo entre 1930 e 40, achei BEM atual... quantos pais não sonham a vida dos filhos chegam até mesmo a interferir diretamente, fazendo com que eles não sigam os próprios sonhos? Vejam os concursos de beleza para crianças ou as correrias para fazer uma audição em comercias de TV para bebês.

Adriana Garambone é Gypsy que mostra um vozeirão e um corpão sensacional, e, na hora que se exige dramaticidade, ela encara na boa! Eduardo Galvão é Herbie, um agente apaixonado que acompanha os devaneios e a sede de sucesso de Mamma Rose, mas também acaba sacrificado. Papel simples com poucos momentos de canto (ainda bem pra ele). Destaco as três strippers do início da carreira de Gypsy: divertidíssimas!

Como sempre bem produzido e adaptado por Charles Möeller e Claudio Botelho, esse clássico da Broadway conta com outros 35 atores e 17 músicos, além de ter 18 trocas de cenário e 140 figurinos. Aplausos para o teatro musical brasileiro (ah... e achei bem barato pela proporção).

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