terça-feira, 1 de junho de 2010

Psicografaram uma marca!

Venho eu cheio de discursos sobre uma mudança de pensamento, revendo meus conceitos sobre a profissão... quando me deparo com:

No Facebook, eu li que parece o Chico Xavier psicografando (veja a imagem de novo, considerando as mãos verdes como o cabelo e a mão amarela como a mão no rosto). E parece mesmo. Ou, então, é o povo brasileiro se lamentando pelo futebol mequetrefe e pela estrutura de quinta "catiguria"...

De início, só consegui criticar. Na matéria que saiu na Globo.com, falava em um juri de "notáveis" que selecionaram essa maravilha: Gisele Bündchen, Paulo Coelho, Ivete Sangalo, Oscar Niemeyer, Jérôme Valcke (secretário-executivo pentelho da Fifa), Hans Donner e Ricardo Teixeira.

Hã?

Cadê os desginers brasileiros aí? Ivete pode ser minha musa, mas o que a qualifica para falar de identidade visual? Gisele pode ser linda e ter uma marca pessoal mais linda ainda, mas o que a qualifica para falar de identidade visual de uma Copa do Mundo? O Valcke é um pentelho que só fala mal do Brasil e deve estar doido pra Copa ser em outro país. Niemeyer tem 102 anos e é arquiteto. Ricardo Teixeira acha que entende de futebol, que diremos de deisgn... Do Hans Donner, sei que existe uma legião de designers brasileiros que são contra ele, mas, no meio dessa turba, acho que ele se salva. Ah... preciso criticar a presença do Paulo Coelho?

A marca foi criada por um escritório francês e já teria sido registrada pela Fifa no Escritório de Marcas e Registro de Design da União Européia e será apresentada no fim desta copa africana. Ou seja... já era. Nem se dignaram a pensar que o próprio país teria profissionais capazes de realizar esta tarefa. Só nos resta ter a iniciativa de utilizar a internet para produzir um número sem fim de marcas que poderiam substituir facilmente essa daí. Aliás, essa é a iniciativa do blog Espaço.com.

Mas depois desse desabafo crítico e um pouco raivoso, eu me lembrei que mês passado fiz um post sobre as identidades visuais das copas. Rapidamente fui lá ver e conferir que existem coisas BEM piores.


Claro que isso não é motivo pra fazer qualquer coisa, mas percebe-se que o padrão da Fifa é bem duvidoso.

Só que aí vem meu amigo Fabio e me derruba (no bom sentido). Ele escreveu sobre essa marca de uma forma bem clara e cheia de argumentos que provam que essa marca funciona, é interessante, mas precisa de apenas uns ajustes. Resumindo, ele acha que as críticas que andam surgindo na internet é uma raiva coletiva da ausência de designers brasileiros e do juri. Isso eu concordo, afinal, tô nessa! Mas ele pergunta: quem são afinal esses profissionais que poderiam julgar esse trabalho? Acho que só ele, que deu inúmeras razões com fundamentação teórica (14 parâmetro de Chaves/Bellucia.. uau!) pra marca servir pra alguma coisa. Leiam AQUI na íntegra e, de quebra, vejam o Chico Xavier da marca.

Sinceramente, eu até concordo com algumas das citações dele, mas o resultado final é TOSCO! É ruim. Com cara de mal acabado. Tipografia péssima. Processo de seleção inexsitente, juri falso. Autoridade questionável. Acho que vou aproveitar o clima da Copa pra criar também e entrar no tal desafio. Ou, então, realmente rever os meus conceitos...

Um comentário:

fichagas disse...

parece que o tal escritório francês não seria o responsável pela criação porque é um escritório de advocacia! eles seriam os responsáveis apenas pelo registro da marca nos órgãos europeus de patente.

descobri no blog Logo BR, uma ótima investigação sobre o assunto. pra quem quiser: http://logobr.wordpress.com/2010/06/11/logo-copa-2014-logobr-brasil/